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Estado de Minas CRUELDADE

Caso Henry Borel: o que se sabe sobre a morte da crian�a de 4 anos e pris�o da m�e e do padrasto

Verador Dr. Jairinho, padrasto do garoto, e a m�e do menino foram presos nessa quinta-feira (08/4) por atrapalhar as investiga��es; casal � suspeito pelo crime


12/04/2021 08:13 - atualizado 12/04/2021 09:20


O vereador Dr. Jairinho (foto) e sua namorada, Monique Medeiros, são investigados pela morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos(foto: Tania Rego/Agência Brasil)
O vereador Dr. Jairinho (foto) e sua namorada, Monique Medeiros, s�o investigados pela morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos (foto: Tania Rego/Ag�ncia Brasil)

O vereador carioca Dr. Jairinho (expulso do partido Solidariedade) e a namorada dele, Monique Medeiros, foram presos em 8/4 sob suspeita de atrapalhar as investiga��es sobre a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, ocorrida um m�s antes. O caso ganhou grandes propor��es depois que o casal passou a ser considerado suspeito da morte, cercada de perguntas sem resposta.

O garoto, filho de Monique, foi encontrado morto no apartamento onde morava m�e dele e o namorado com diversas les�es graves pelo corpo. O casal disse � pol�cia que Henry teria sofrido um acidente dom�stico no dia.

O laudo do Instituto M�dico-Legal (IML), por�m, apontou que o garoto sofreu diversas les�es graves em diversas partes do corpo. A per�cia apontou ainda que a causa da morte foi uma hemorragia interna e uma lacera��o no f�gado causada por uma a��o contundente. Isso levou a pol�cia a descartar um acidente como a causa da morte.

Segundo o delegado respons�vel pela investiga��o, Henrique Damasceno, hoje o casal � investigado por homic�dio duplamente qualificado. Isso porque teria sido usada tortura e por emprego de recursos que causaram impossibilidade de defesa da v�tima, segundo ele.


Dr. Jairinho é vereador no Rio(foto: Renan Olaz/CMRJ)
Dr. Jairinho � vereador no Rio (foto: Renan Olaz/CMRJ)

O delegado disse que a bab� do garoto, Thayn� de Oliveira Ferreira, que tinha um v�nculo estreito com o casal, mentiu durante o depoimento. Isso indica, segundo ele, que houve uma interfer�ncia dos investigados.

A investiga��o tamb�m identificou, por meio de capturas de tela de celulares, que a crian�a sofria uma rotina de sofrimento e agress�o.

A Pol�cia Civil disse que o casal deve ser indiciado e, caso o promotor aceite a den�ncia, os dois ser�o denunciados e levados a julgamento.

De acordo com a pol�cia, Dr. Jairinho tamb�m � investigado por agredir a filha de uma ex-namorada dele. O pol�tico tamb�m foi identificado pela voz por jornalistas do ve�culo O Dia durante a tortura a que eles foram submetidos por causa de uma reportagem investigativa sobre mil�cias na zona oeste do Rio, em 2008. Dr. Jairinho e o pai, Coronel Jairo, negam envolvimento com mil�cias.

O delegado disse, em entrevista coletiva � imprensa em 8/4, que foram "reunidas provas fundadas" que apontam o casal como respons�vel pelo crime. Os dois foram encontrados no momento da pris�o em um endere�o que eles n�o tinham informado no inqu�rito. Eles negam o crime.

Segundo reportagem do portal UOL, Monique foi recebida por outras detentas do pres�dio para o qual foi levada com gritos de "uh, vai morrer".

Chutes e rasteira

O delegado respons�vel pelo caso revelou ainda conversas trocadas no dia 12 de fevereiro (pouco menos de 30 dias antes da morte do garoto) entre a bab� e Monique, a m�e de Henry. No di�logo, a funcion�ria relata agress�es cometidas por Dr. Jairinho contra a crian�a.

Em um dos di�logos, a funcion�ria conta que Dr. Jairinho e Henry ficaram trancados no quarto por alguns minutos com a TV ligada com um volume alto. Quando a crian�a saiu do c�modo, teria contado a ela que levou chutes e uma rasteira, al�m de reclamar de dores no joelho e na cabe�a.

Segundo o delegado Henrique Damasceno, isso prova que a bab� mentiu no depoimento, j� que ela disse que a rela��o entre eles era muito boa.

"Est� bastante evidenciado de que ela mentiu. Ao inv�s de narrar qualquer incidente dentro daquela resid�ncia, ela disse que era uma rela��o harmoniosa. Verificamos que testemunhas estavam sendo influenciadas. Foi urgente a pris�o porque havia um preju�zo nas investiga��es com a liberdade dos investigados", afirmou Damasceno.


Mensagens encontradas no celular de Monique Medeiros (foto), mãe de Henry, foram fundamentais na investigação, segundo a polícia(foto: Tania Rego/Agencia Brasil)
Mensagens encontradas no celular de Monique Medeiros (foto), m�e de Henry, foram fundamentais na investiga��o, segundo a pol�cia (foto: Tania Rego/Agencia Brasil)

Mesmo sabendo das agress�es, o delegado diz que a m�e de Henry n�o procurou a pol�cia e tamb�m n�o afastou a v�tima do agressor. No dia da morte do garoto, a bab� n�o estava no apartamento.

De acordo com o delegado, Dr Jairinho n�o queria que o corpo do menino fosse para o IML e pediu para que o atestado de �bito fosse liberado ainda no hospital. O argumento que ele deu em depoimento foi de que ela queria "virar logo essa p�gina".

Mas um "executivo da �rea da sa�de", segundo o delegado, negou o pedido.

Pol�cia usou software para recuperar mensagens apagadas do celular

Um dos principais caminhos nesta busca por respostas � um sofisticado programa de computador israelense, que permitiu � pol�cia do Rio de Janeiro desbloquear aparelhos e resgatar mensagens de texto e imagens que teriam sido apagadas dos celulares de Dr. Jairinho e de namorada, Monique Medeiros, m�e de Henry.


Reprodução de site criado pelo casal para se defender; eles alegam que Henry sofreu um acidente doméstico(foto: Reprodução)
Reprodu��o de site criado pelo casal para se defender; eles alegam que Henry sofreu um acidente dom�stico (foto: Reprodu��o)

O software, chamado Cellebrite Premium, tem uso restrito para autoridades e j� foi usado no Brasil em investiga��es importantes como a Opera��o Lava Jato e os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em mar�o de 2018.

Em entrevista coletiva no dia 8 de abril, o delegado Antenor Lopes, diretor do DGPC (Departamento Geral de Pol�cia da Capital), afirmou que o celular da m�e de Henry foi uma das pe�as-chave no quebra-cabe�as que se transformou a investiga��o.

"N�s encontramos no celular da m�e prints de conversa que foram uma prova extremamente relevante, j� que s�o do dia 12 de fevereiro. E o que nos chamou a aten��o � que era uma conversa entre a m�e e a bab� que revelava uma rotina de viol�ncia que o Henry sofria. A bab� relata que Henry contou a ela que o padrasto o pegou pelo bra�o, deu uma rasteira e o chutou. Ficou bastante claro que houve les�o ali. A pr�pria bab� fala que o Henry estava mancando."

Segundo Lopes, o programa de computador israelense permitiu que a pol�cia resgatasse as mensagens. que se podem se tornar provas t�cnicas na apura��o.


Segundo o delegado responsável pela investigação, Henrique Damasceno, hoje o casal é investigado por homicídio duplamente qualificado(foto: Reprodução)
Segundo o delegado respons�vel pela investiga��o, Henrique Damasceno, hoje o casal � investigado por homic�dio duplamente qualificado (foto: Reprodu��o)

"Hoje temos todos os elementos probat�rios e podemos sim afirmar que temos provas que essa crian�a foi assassinada e n�o foi v�tima de um acidente dom�stico", disse Lopes.

"O Cellebrite foi uma prova t�cnica essencial, muito forte, onde o delegado embasou seu pedido de pris�o, que � corroborado pelo Minist�rio P�blico e acabou sendo deferido pela ju�za do 2º Tribunal do J�ri", afirmou, em refer�ncia ao mandado de pris�o expedido pelo colega Damasceno contra o casal.

"As mensagens que foram obtidas atrav�s de uma prova t�cnica de fato comprovam que essa crian�a vinha sofrendo agress�es dentro do apartamento. Agress�es praticadas pelo vereador e m�dico Dr. Jairinho. Todas as provas t�cnicas ser�o juntadas ao inqu�rito policial, mas neste momento podemos afirmar sim que houve toda uma arquitetura incompreens�vel caso fosse um acidente, a combina��o de depoimentos. Algo que n�o se espera de uma fam�lia enlutada. Todas as provas t�cnicas est�o sendo finalizadas", disse Lopes.

� imprensa, no �ltimo dia 8, outra delegada que participa das investiga��es afirmou que o casal lan�ou celulares pela janela quando a pol�cia se aproximou, em uma suposta tentativa de eliminar provas.

Em entrevista ao programa Fant�stico, da TV Globo, Fernando Jos� Fernandes afirmou que o casal � inocente e alvo de pris�o irregular.

"Eu n�o tenho medo. Olha, coloca bem bonitinho a� que n�s n�o temos medo de nada, t�? Eu ainda acredito que t�m dois inocentes, t�? Mas isso ainda pode ser provado. Vou esperar, aguardar. Minha filha est� presa, tem um monte de irregularidade. Eu n�o posso comentar para n�o atrapalhar a investiga��o", disse Fernandes, av� de Henry e pai de Monique.


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