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Estado de Minas CASO HENRY

Bab� admite que mentiu e diz que Dr. Jairinho agrediu Henry tr�s vezes

Thayn� de Oliveira Ferreira disse, em seu depoimento, que n�o presenciou as agress�es, mas ouviu os relatos e constatou as les�es na crian�a


13/04/2021 20:44 - atualizado 13/04/2021 21:31

Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, preso pelo envolvimento na morte do enteado, Henry Borel (foto: VITOR BRUGGER/AM PRESS & IMAGES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Jairo Souza Santos J�nior, o Dr. Jairinho, preso pelo envolvimento na morte do enteado, Henry Borel (foto: VITOR BRUGGER/AM PRESS & IMAGES/ESTAD�O CONTE�DO)
A bab� Thayn� de Oliveira Ferreira, que cuidou do menino Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 de mar�o com sinais de espancamento, afirmou � pol�cia que em tr�s ocasi�es o menino relatou ter sido agredido pelo vereador carioca Jairo Souza Santos J�nior, o Dr. Jairinho.

 



As agress�es, declarou Thain�, ocorreram em fevereiro, no apartamento em que o pol�tico, de 43 anos, vivia na Barra da Tijuca, na zona oeste, com a m�e da crian�a, a professora Monique Medeiros. A depoente disse que n�o testemunhou os epis�dios, mas ouviu relatos de Henry e constatou depois que ele tinha les�es pelo corpo.

Ao longo de mais de oito horas de depoimento, encerrado na madrugada da ter�a, 13, Thayn� admitiu ter mentido em suas primeiras declara��es no inqu�rito na 16ª DP (Barra da Tijuca), em 24 de mar�o. Afirmou ter agido assim por ter medo de Jairinho e tamb�m por orienta��o de Monique e do advogado que defendia o casal.

Tamb�m contou que apagou conversas de WhatsApp, que mantivera com Monique, relatando as agress�es e les�es de Henry. Segundo a bab�, Monique nunca tomou provid�ncias para coibir as agress�es. Ela e o namorado, disse, brigavam, mas rapidamente se reconciliavam.

"Por ter visto o que Jairinho tinha feito contra uma crian�a, (a bab�) ficou com medo de que algo pudesse acontecer com ela pr�pria", registrou a pol�cia.

Thayn� trabalhou para o casal por 47 dias. Henry teria sido agredido, segundo a bab�, por Dr. Jairinho em c�modos fechados e trancados por dentro. Uma vez, uma televis�o estava ligada com volume alto. Por isso, ela n�o viu nem ouviu nada.

O advogado Andr� Fran�a Barreto afirmou que o casal, preso na semana passada por determina��o da Justi�a, sob acusa��o de atrapalhar as investiga��o, contesta as acusa��es. Sustenta que os dois s�o inocentes. O Estad�o n�o conseguiu falar com os defensores de Dr. Jairinho e de Monique nesta ter�a.

Agress�es ocorreram tr�s vezes, relatou bab�


A primeira agress�o relatada pela bab� ocorreu em 2 de fevereiro, 16 dias depois que Thayn� come�ou a cuidar de Henry. Entre 6h e 7h, a crian�a, em seu pr�prio quarto, chamou pela m�e, mas Monique havia sa�do para jogar futev�lei. Ent�o Jairinho foi at� o quarto de Henry, disse � bab� que o menino era mimado e o chamou para o quarto do casal.

Eles ficaram por 30 minutos nesse c�modo, com a porta fechada, sem que a bab� tenha ouvido qualquer barulho. Quando os dois sa�ram do quarto, a bab� perguntou � crian�a o que Jairinho havia falado, e Henry disse que "tinha esquecido, que estava com soninho".

Na segunda tentativa, a crian�a mais uma vez disse n�o se lembrar. Monique chegou �s 9h e a bab� lhe contou o que havia ocorrido. A m�e disse apenas que tentaria descobrir os fatos. Nesse dia, a bab� levou Henry � brinquedoteca do condom�nio em que o menino morava, na Barra da Tijuca (zona oeste), e ele n�o quis brincar com as outras crian�as alegando que estava com dores no joelho. Ao ouvir esse relato da bab�, Monique disse a ela que o filho "deveria estar inventando".

Dez dias depois, em 12 de fevereiro, a sexta-feira anterior ao carnaval, Monique saiu �s 14h30 para ir � academia e � manicure. Jairinho chegou uma hora depois, "de surpresa", j� que ele n�o costumava estar em casa nesse hor�rio. O padrasto ent�o chamou Henry para o quarto do casal, e de l� a crian�a gritou: "� tia".

Thayn� foi at� o quarto e tentou abrir a porta, mas estava trancada. De fora, ouvia a TV ligada num canal infantil, com volume acima do normal. A bab� relatou � pol�cia que ent�o chamou Henry duas vezes, mas ningu�m respondeu.

Thayn� foi ent�o � cozinha e, pelo Whatsapp, contou a Monique o que ocorria. Passados cerca de dez minutos, Jairinho e Henry sa�ram do quarto e a bab� pegou a crian�a no colo. Ele estava "amuadinho" e reclamou de dor no joelho, contou a bab�.

Quando Jairinho saiu da casa, o menino contou � bab� que Jairinho tinha chutado e dado "uma banda" (rasteira) nele, e que "sempre fazia isso". O menino disse ainda que Jairinho lhe disse que "n�o podia contar (para os outros)" o ocorrido e que "ele perturba a m�e". Tamb�m afirmou que Jairinho lhe dissera que "tinha que obedecer ele" e que "se n�o, ia pegar" o menino.

Pelo telefone, a bab� relatou o caso a Monique, que sugeriu a Thayn� que desse um banho no garoto. Rumo ao banheiro, ela percebeu que o menino mancava. No chuveiro, Henry pediu que ela n�o lavasse a cabe�a dele, pois sentia dores na regi�o. Disse ainda que, em raz�o da "banda", machucou a cabe�a e o joelho. A bab� ent�o relatou a Monique as les�es , pelo Whatsapp.

Ela pediu que a bab� ligasse por chamada de v�deo, a partir do celular de Henry. O menino relatou as agress�es e pediu que a m�e voltasse logo. A conversa ocorreu �s 16h10.

Pouco depois da chamada de v�deo entre Monique e Henry, Jairinho chegou em casa. Exaltado, questionou o enteado sobre o que ele havia contado � m�e. Depois de tentar negar, o menino admitiu que tinha narrado a Monique as agress�es que sofrera. Jairinho ent�o disse que o menino "n�o poderia mentir para a m�e" e que ele (o padrasto) "ficava triste". Depois deixou Henry sozinho com a bab�.

Monique s� chegou em casa �s 19h. A m�e pegou uma mala com roupas e outros objetos do filho e disse a Thayn� que iria com ele � casa dos pais, em Bangu (zona oeste). A bab� foi embora e no dia seguinte, s�bado de Carnaval, viu pelo Instagram que Monique e Jairinho estavam juntos em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense.

A bab� s� voltou ao trabalho na quarta-feira de Cinzas (17 de fevereiro). N�o conversou com Monique sobre o ocorrido nos dias anteriores. Mas viu o resultado de um exame de raio-x e ouviu da patroa que Henry tinha reclamado do joelho. Fez a chapa, mas "n�o era nada".

Dias depois, Monique foi a uma psic�loga e deixou Henry e a bab� na casa da m�e, Ros�ngela. Thayn� ent�o contou � av� sobre as agress�es que o menino relatara. Ros�ngela ficou assustada e indagou se Henry estava mentindo. A bab� respondeu que n�o, j� que havia les�es comprovando as agress�es. Em depoimento � pol�cia, a av� n�o contou que tivesse sabido de agress�es ao neto.

A terceira agress�o ocorreu na �ltima semana de fevereiro. Monique estava na academia quando Jairinho chegou e chamou o enteado para o quarto do casal. Ficaram ali, de portas fechadas, por cerca de tr�s minutos.

Depois o menino contou � bab� que havia ca�do da cama e por isso estava com a cabe�a doendo e o bra�o machucado. A bab� perguntou ent�o a Jairinho se Henry havia ca�do da cama e ele respondeu que n�o. Monique chegou logo depois, e a bab� encerrou o hor�rio de trabalho e foi para casa.

Depois da morte, Thayn� foi pressionada


A bab� disse � pol�cia que soube da morte de Henry por uma irm� de Jairinho, Thalita, que lhe telefonou no dia 8 de mar�o. Thayn� ficou surpresa, mas Thalita n�o entrou em detalhes. A bab� logo associou a morte �s agress�es que o menino sofria.

Dias depois, Thalita voltou a ligar para a bab� e pediu que ela fosse ao escrit�rio do advogado Andr� Fran�a Barreto, ent�o respons�vel pela defesa do casal. A bab� foi e, antes de conversar com o defensor, ficou a s�s com Monique.

A m�e do menino pediu que ela n�o relatasse � Pol�cia as brigas que tinha com Dr. Jairinho e as agress�es do pol�tico � crian�a. Tamb�m disse que deveria apagar as conversas por WhatsApp. Ela obedeceu, mas a pol�cia conseguiu recuper�-las, usando um software israelense.

Depois o advogado refor�ou as orienta��es. Convenceu a bab� a conceder entrevista a uma emissora de televis�o. Segundo ela, teve de fazer afirma��es previamente combinadas com o defensor para inocentar Monique e Jairinho.

Thayn� disse n�o ter recebido nenhum dinheiro extra para mentir a favor dos patr�es durante o primeiro depoimento � pol�cia. Al�m do pr�prio emprego, no qual ganhava R$ 2.300 mensais, o noivo e uma tia dela haviam conseguido empregos na prefeitura do Rio por interm�dio de Jairinho.

A m�e dela trabalha na casa dos pais do vereador, como bab� do sobrinho dele. Al�m disso, relatou ter ficado com medo de uma retalia��o de Jairinho. Ap�s a morte de Henry, o contrato da bab� foi encerrado.

A bab� tamb�m afirmou ter sido pressionada por Thalita a "n�o ser ju�za do caso" de Jairinho e insinuou que n�o falasse tudo o que sabia. Usou a express�o "menos � mais". Thalita tamb�m teria perguntado sobre as mensagens de celular que ela trocava com Monique. O Estad�o n�o conseguiu localizar Thalita. O depoimento da bab� durou mais de dez horas. Ela s� deixou a 16ª DP por volta das 3h desta ter�a-feira, 13.

 


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