Brasil deve ter 70% de vacinados em dezembro

O Brasil tem capacidade para imunizar 70% da popula��o com as duas doses da vacina contra a covid-19 at� dezembro, caso mantenha a m�dia atual de um milh�o de doses aplicadas por dia. A taxa � considerada ideal para que a vacina seja capaz de controlar a transmiss�o do v�rus. No entanto, especialistas afirmam que o Pa�s precisa superar problemas como a imprevisibilidade na entrega de vacinas e a baixa ades�o � 2ª dose para atingir a marca.

� preciso vacinar completamente cerca de 147 milh�es de brasileiros para alcan�ar essa cobertura. Entre compras e doa��es, o Brasil ter� 41 milh�es de doses da Janssen, de aplica��o �nica, at� o fim do ano - 3,8 milh�es j� chegaram. Outras 106 milh�es de pessoas ter�o de ser vacinadas no esquema de duas doses. Ao todo, o Pa�s deve aplicar 253 milh�es de doses para imunizar 70% da popula��o.

Considerando que o Brasil j� aplicou cerca de 115,7 milh�es de vacinas - entre 1ª dose, 2ª dose e dose �nica -, ainda precisamos aplicar 137,3 milh�es de doses. Os dados s�o do Minist�rio da Sa�de e podem ter defasagem. O Pa�s tem vacinado um milh�o de pessoas por dia, em m�dia, h� pelo menos um m�s. Por isso, e com base nas entregas previstas para os pr�ximos meses, estima-se que esse volume ir� se manter.

"O brasileiro quer se vacinar, isso est� claro", diz a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es, Isabella Ballalai. "Por isso, o fator que realmente pode impactar na evolu��o da campanha de imuniza��o � a chegada de vacinas."

No in�cio do ano, o Minist�rio da Sa�de foi alvo de cr�ticas diante da demora para comprar imunizantes. Depois, problemas na chegada de mat�ria-prima atrasaram repasses. "Nosso cronograma de doses � complicado", diz a epidemiologista da Universidade Federal do Esp�rito Santo Ethel Maciel, que acredita nos 70% em dezembro na "melhor das hip�teses".

Outra preocupa��o, acrescenta Isabella, � a baixa ades�o � 2ª dose. Para ela, uma comunica��o mais eficaz e a busca ativa dos faltosos ajudaria a resolver o problema. "O brasileiro n�o tomou a 2ª dose provavelmente porque n�o lembrou.".

Pelo vacin�metro do Laborat�rio de Estat�stica e Ci�ncia de Dados da Universidade Federal de Alagoas, 34,6% dos brasileiros que j� deveriam ter tomado a 2ª dose da AstraZeneca est�o em atraso (2,6 milh�es). E dois milh�es t�m refor�o da Coronavac pendente. Os n�meros s�o do dia 11.

� essencial que o Pa�s alcance a cobertura esperada com as duas doses para que a vacina��o cumpra seu papel de reduzir drasticamente casos e mortes. "Sabemos que uma dose j� d� resultado, mas � essencial tomar as duas doses e que n�o haja atraso", ressalta Isabella.

Estudos j� mostram, por exemplo, que duas doses da AstraZeneca ou da Pfizer protegem contra a variante Delta - descoberta originalmente na �ndia e mais transmiss�vel -, mas uma dose � insuficiente. O avan�o dessa cepa tem elevado infec��es pelo mundo e freado planos de reabertura do com�rcio.

L� fora

Conforme o site Our World In Data, ligado � Universidade de Oxford, apenas Malta e Isl�ndia conseguiram vacinar completamente ao menos 70% da sua popula��o. Entre as na��es com mais de um milh�o de habitantes, a que est� mais pr�xima da marca s�o os Emirados �rabes Unidos (66%).

Outros lugares que se aproximam desse patamar, como Reino Unido, Israel e partes dos Estados Unidos, j� veem mortes despencarem. O epidemiologista Pedro Hallal explica que a taxa de 70% � uma estimativa. "Conseguimos observar melhora nos indicadores quando pelo menos 40% da popula��o recebe ao menos uma dose da vacina. No momento em que 70% estiverem totalmente vacinadas, a covid ser� um problema bem pequeno." Ele acredita que o Brasil alcance o �ndice no fim de dezembro.

O microbiologista Luiz Gustavo Amaral fala que o "n�mero m�gico" de 70% � calculado com base na efetividade das vacinas e se refere aos imunizantes com maior efic�cia. Como o Brasil usa diferentes tipos de vacinas, a taxa pode variar.

Apesar de v�rios pa�ses j� estarem oferecendo vacinas a todos os adultos, como Estados Unidos, Israel e Reino Unido, h� dificuldades em ampliar a cobertura. Para Hallal, isso � um reflexo do movimento antivacina e da falta de senso de urg�ncia. "Em um cen�rio onde a covid n�o � t�o grave, as pessoas n�o sentem a urg�ncia de se vacinar."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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