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Estado de Minas INCENDIADA

Restaura��o da est�tua a Borba Gato ser� paga por empres�rio

Informa��o foi divulgada pelo prefeito de SP; obra foi incendiada em protesto contra viol�ncia cometida contra ind�genas na �poca dos bandeirantes


26/07/2021 11:50 - atualizado 26/07/2021 12:33

(foto: Reprodução/Redes Sociais)
(foto: Reprodu��o/Redes Sociais)


O prefeito de S�o Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira, 26, que a est�tua a Borba Gato ser� restaurada, com os custos pagos por um empres�rio de identidade n�o divulgada. Criticado por homenagear um bandeirante que "ca�ava" ind�genas, o monumento foi incendiado no s�bado, 24, por cerca de 20 pessoas.

O Brasil maltrata o Brasil. N�o foi o Borba Gato que queimou; fomos n�s

O grupo ateou fogo a pneus dispostos na base da est�tua, localizada no distrito de Santo Amaro, na zona sul paulistana. Imagens da a��o foram publicadas no perfil Revolu��o Perif�rica, nas quais pessoas aparecem com uma faixa com a frase "A favela vai descer e n�o ser� Carnaval".

O motorista de caminh�o que teria transportado os pneus at� o local chegou a ser detido no domingo, 25, por policiais do 11º DP. "As investiga��es seguem para identificar e responsabilizar os demais envolvidos no caso", informou a Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP) em nota.

"Classificamos como lament�vel e um ato de vandalismo. N�o � fazendo um ato de vandalismo que vai poder discutir quest�es, mesmo que sejam d�vidas do passado", disse Nunes a jornalistas em agenda p�blica nesta segunda. "� preciso ter bastante tranquilidade, respeitar a democracia, (ter) toler�ncia."

Uma t�cnica do Departamento de Patrim�nio Hist�rico (DPH), vinculado � Secretaria Municipal de Cultura, acompanhou a limpeza da obra, que segue de p�. Nesta semana, uma avalia��o sobre o estado do monumento ser� realizada por um especialista.

A partir do resultado da an�lise, ser� poss�vel avaliar o custo e a dura��o do restauro. "S� n�o vou dizer aqui quem � (o empres�rio que pagar� pela restaura��o) para n�o fazer propaganda da pessoa", acrescentou Nunes.

Em nota, a gest�o municipal informou ainda que ser� refor�ada a seguran�a no entorno do monumento, que est� isolado por fitas. "A GCM (Guarda Civil Municipal) informa que ir� aumentar o n�mero de rondas pela pra�a Augusto Tortorelo de Ara�jo", apontou.

O monumento � criticado desde a inaugura��o, em 27 de janeiro de 1963, em meio aos festejos do IV Centen�rio de Santo Amaro. Na data, pessoas tamb�m desfilaram vestidas de bandeirantes e ind�genas, com carros de boi, canoa e outros elementos.

O artista Julio Guerra, falecido em 2001, utilizou trilhos de bonde e pedras coloridas de basalto e m�rmore para executar a obra, que levou seis anos para ficar pronta. O monumento tem 13 metros de altura e 20 toneladas, estando sobre um pedestal revestido de granito r�stico, de cerca de 2 metros de altura.

Entenda quem foram os bandeirantes e por que eles s�o homenageados em S�o Paulo

Homenagens a figuras hist�ricas como os bandeirantes, no Brasil, ou de traficantes de escravos t�m passado por uma revis�o de seus significados na hist�ria - como perpetuadores do racismo estrutural - e levantado o debate em torno da representatividade em espa�os p�blicos. Elas s�o frequentes tamb�m na cidade de S�o Paulo, em monumentos, nome de ruas, rodovias e at� d�o nome ao pal�cio do governo estadual.

Os bandeirantes eram homens que trabalhavam na regi�o sudeste com a explora��o de min�rios, escraviza��o de ind�genas e captura de escravos fugitivos no s�culo 17. S�o Paulo estava na margem da col�nia brasileira; foi, por muito tempo, uma regi�o ind�gena e jesu�tica, e veio a se urbanizar com maior intensidade apenas no final do s�culo 19.

N�o eram, contudo, conhecidos como "bandeirantes" durante a �poca em que atuaram. O termo foi cunhado por historiadores contempor�neos, como Affonso Taunay, que dirigiu o Museu Paulista a partir de 1917. At� ent�o, eram conhecidos apenas como "paulistas" ou sertanistas.

Nem sempre foram figuras celebradas. Eram, inclusive, vistos de maneira negativa at� o s�culo 17, quando tinham fama de mercen�rios e representavam um perigo para os aldeamentos.

Essas narrativas, contudo, acabaram por apagar todo um hist�rico de viol�ncias cometidas pelos bandeirantes. Al�m das invas�es e saques a aldeamentos, escravizavam comunidades ind�genas e violentavam as popula��es origin�rias, principalmente as mulheres, refor�a Angatu.

A escultura do Borba Gato j� foi alvo de protestos de grupos ind�genas contr�rios � manuten��o das pe�as em espa�os p�blicos./COLABOROU BRENDA ZACHARIAS


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