
O Brasil deixou de realizar ou adiou 1 milh�o de cirurgias eletivas em 2020, devido � pandemia. Em Minas Gerais foram 113 mil suspensas ou adiadas. Desse total, 13 mil seriam de emerg�ncia. Os n�meros s�o uma proje��o com base de dados do SUS, de uma pesquisa realizada por aluno e ex-alunos da Faculdade de Medicina da UFMG publicada na edi��o regional da revista The Lancet.
O trabalho, que contou com v�rios profissionais de sa�de e estudantes de diversos estados do Brasil, � resultado do Programa em Cirurgia Global e Mudan�a Social (PGSSC), uma colabora��o entre os hospitais de ensino da Universidade de Harvard, o Departamento de Sa�de Global e Medicina Social da Harvard Medical School, o Hospital Infantil de Boston (BCH) e o Partners In Health (PIH). Essa foi a primeira publica��o de um pa�s da Am�rica Latina e de um pa�s em desenvolvimento sobre o ac�mulo de cirurgias provocado pela pandemia.
Entre mar�o e dezembro de 2020, o ac�mulo foi de 1.119.433 cirurgias, sendo 161.321 de emerg�ncia e 928.758 opera��es eletivas. Foi observado que se houvesse maior rigor dos governos locais na conten��o da covid reduziria atrasos de cirurgias de emerg�ncia a quase zero, e poderia triplicar o ac�mulo de cirurgias eletivas.
"N�s observamos uma queda de 40% de cirurgias eletivas realizadas no Brasil comparada ao ano anterior. Por um lado, essa redu��o se explica pela prioriza��o de procedimentos mais urgentes, realoca��o de recursos e manejo dos profissionais de sa�de durante a pandemia. Inclusive, esse padr�o acompanha aquele em outros pa�ses com grande volume de cirurgias", explica Isabella Faria, pesquisadora associada do Harvard PGSSC.
Os pesquisadores observaram que, se as medidas de conten��o em n�vel nacional fossem mais restritivas, com maior conten��o do v�rus, em conjunto com um maior preparo do sistema de sa�de para momentos de crise, possivelmente menos cirurgias teriam de ser canceladas ou adiadas. "Com isso n�o ter�amos um contingente gigantesco de atrasos cir�rgicos", analisa Faria, que ressalta a import�ncia de se considerar tanto os fatores previs�veis quanto aqueles ligados a gest�o em sa�de para a explica��o do quadro no Brasil.
Oa dados podem apoiar uma melhor gest�o no SUS e guiar outros pa�ses a entenderem como est�o e tra�ar suas pr�prias estrat�gias. "Este estudo pode permitir a tomada de pol�ticas p�blicas para atenuar os efeitos desse ac�mulo e para garantir um acesso seguro, em tempo h�bil, e de qualidade a servi�os de cirurgia pela popula��o", afirma a pesquisadora.
O grupo coletou dados referentes ao n�mero de cirurgias realizadas mensalmente por cada estado brasileiro entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020, por meio da plataforma do Departamento de Inform�tica do Sistema �nico de Sa�de (DATASUS). Foram levados em considera��o o n�mero de casos confirmados de COVID-19 notificados mensalmente por estado e dados da Oxford COVID-19 Government Response Tracker (OxCGRT) - uma grande base de dados composta por colaboradores de diversos pa�ses.
O Programa em Cirurgia Global e Mudan�a Social (PGSSC) da Harvard Medical School trabalha junto a pa�ses em desenvolvimento e visa garantir e melhorar acesso � cirurgia, anestesia, ginecologia e obstetr�cia de maneira segura e financeiramente acess�vel para todos. O campo da cirurgia global une cirurgia e sa�de p�blica e se constitui como um novo bra�o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
33 mil aguardam cirurgia em BH
Est�o cadastradas 33 mil pessoas na Central de Interna��o da Secretaria Municipal de Sa�de � espera de cirurgia eletiva em 18 especialidades. De acordo com a Prefeitura, o atendimento em hospitais da capital � para moradores da cidade e de outros 500 munic�pios pactuados.
As especialidades com maior demanda no momento s�o: otorrinolaringologia, ginecologia e cirurgia geral. O tempo m�dio de espera varia de acordo com a gravidade e condi��es cir�rgicas do paciente.
Em novembro de 2020 o Minist�rio da Sa�de recomendou a suspens�o das cirurgias eletivas no SUS-BH devido � pandemia. Belo Horizonte optou por manter o servi�o na rede em n�mero reduzido e a prioridade foi para os casos em que a espera pela cirurgia representava um risco maior do que uma poss�vel infec��o pela COVID-19.
Em mar�o de 2021, devido ao aumento da taxa de ocupa��o de leitos de UTI, a prefeitura suspendeu as cirurgias eletivas, determinando ainda que servi�os privados procedessem da mesma forma, seja para procedimentos de m�dio ou de grande porte, at� a melhoria dos indicadores assistenciais.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que, considerando a resolu��o da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais, de julho de 2021, a Secretaria Municipal de Sa�de vem realizando a retomada gradual dos procedimentos cir�rgicos eletivos.
Estado orienta a retomada gradual das cirurgias eletivas
Em resposta ao
Estado de Minas
, a Secretaria de Sa�de de Minas Gerais informou que tem orientado a retomada gradual das cirurgias eletivas em todos os estabelecimentos de sa�de contratados ao SUS/BH. "Enquanto durar o estado de calamidade p�blica, a execu��o de procedimentos cir�rgicos em car�ter eletivo, na rede p�blica e conveniada ou contratada ao SUS em territ�rio mineiro, seguir� a classifica��o dos cen�rios epidemiol�gico e assistenciais definidos, pelo Programa Minas Consciente, para as macrorregi�es de sa�de estabelecidas no Plano Diretor de Regionaliza��o de Minas Gerais."
O Minist�rio da Sa�de disse que a pasta tem prestado apoio irrestrito aos gestores locais do SUS para a realiza��o de cirurgias eletivas e liberou R$ 350 milh�es de recursos extras, que ser�o repassados ap�s a comprova��o da realiza��o dos procedimentos. "Em 2020, o SUS realizou 1,2 milh�o de procedimentos hospitalares eletivos no Brasil. Em 2019, foram mais de R$ 2 milh�es."
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