
Participaram da reuni�o representantes do minist�rio, da Sociedade Brasileira de Imuniza��es, da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria, da Fiocruz, Associa��o Brasileira de P�s-Gradua��o em Sa�de Coletiva (Abrasco), UNIFESP, Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (OPAS), Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Sa�de (CONASEMS), dentre outros especialistas e pesquisadores.
De acordo com o resumo feito pelo Conass, a Secret�ria Extraordin�ria de Enfrentamento da COVID-19 (SECOVID) coordenou a reuni�o, trazendo como primeiro tema a decis�o do Minist�rio da Sa�de de suspender a vacina��o em adolescentes, justificando que a decis�o se deu como uma medida de cautela e de forma tempor�ria, devido � comunica��o de um �bito temporalmente associado � vacina e � identifica��o de eventos adversos e erros de vacina��o, destacando ainda o papel de coordena��o do Minist�rio da Sa�de e que estados e munic�pios haviam iniciado a vacina��o dos adolescentes sem a orienta��o nacional.
Para os representantes da C�mara T�cnica, os motivos elencados n�o justificam a suspens�o, pois um �nico caso de evento adverso grave n�o justificaria a interrup��o de uma campanha de vacina��o, considerando os 3,5 milh�es de doses j� aplicadas na faixa et�ria. " Os representantes do CONASS e CONASEMS, refor�aram as quest�es j� colocadas, destacando que o Minist�rio da Sa�de n�o s� n�o levou em conta as orienta��es da CTAI, mas tamb�m tomou a decis�o de forma unilateral, sem qualquer consulta ou pactua��o com as demais inst�ncias de gest�o do SUS.
As cr�ticas relacionadas a supostos erros de vacina��o, que na verdade representam 0,75% das 3,5 milh�es de doses aplicadas nos adolescentes, desconsideraram o enorme esfor�o de milhares de trabalhadores do Sistema �nico de Sa�de, que a quase 9 meses vem trabalhando diariamente na vacina��o contra a COVID-19", completa a nota.
Decis�es
Foi consenso entre os participantes recomendar ao Minist�rio da Sa�de a emiss�o de Nota T�cnica que evidencie que a orienta��o de suspens�o da vacina��o para os adolescentes de 12 a 17 anos foi tomada de forma unilateral, sem consulta pr�via aos participantes da C�mara T�cnica e que h� seguran�a e efic�cia nas vacinas em uso no pa�s.
Os t�cnicos tamb�m pedem que uma nova Nota T�cnica evidencie a import�ncia da vacina��o dos adolescentes para sua prote��o e para o controle da pandemia. Outros temas como a avalia��o da dose de refor�o para os trabalhadores de sa�de ser�o objeto de discuss�o na pr�xima reuni�o da CTAI, sexta-feira 24 de setembro
Veja as considera��es feitas pela C�mara T�cnica:
* A decis�o foi tomada sem qualquer consulta aos representantes da CTAI e na verdade em desacordo com as discuss�es e orienta��es j� realizadas na C�mara T�cnica. Algumas manifesta��es colocadas durante a entrevista coletiva realizada com o Ministro da Sa�de, e Secret�rios de Vigil�ncia em Sa�de e SECOVID, bem como na Nota Informativa Nº 01/2021 da SECOVID, poderiam levar ao entendimento de que houve esta participa��o.
* Os motivos elencados para a interrup��o da vacina��o dos adolescentes tanto na coletiva como na Nota Informativa, n�o justificam tecnicamente esta medida:
Rea��es adversas graves, temporalmente associadas �s vacinas, necessitam ser investigadas, por�m, mesmo que confirmada sua rela��o causal (situa��o muito improv�vel com base nos dados j� existentes, em rela��o ao �bito em investiga��o citado), um �nico caso n�o justificaria a interrup��o de uma campanha de vacina��o, considerando os 3,5 milh�es de doses j� aplicadas na faixa et�ria;
Dentre as intercorr�ncias citadas, somente 1.545 (0,043%) se caracterizariam como eventos adversos, ainda sem divulga��o quanto � gravidade. Pouco mais de 25.000 seriam erros de vacina��o (uso de outras vacinas, ainda sem aprova��o de uso para este grupo pela Anvisa: Coronavac, Astra Zeneca e Janssen), tendo provavelmente sido causadas na verdade, em sua maioria, por erro no registro nos sistemas de informa��o. Al�m disso estas vacinas, mesmo que tivessem sido aplicadas, n�o causariam maior risco. A Coronavac, por exemplo j� vem sendo amplamente utilizada em outros pa�ses, como o Chile.
* O mais grave e que mais surpreendeu os presentes foi a postura dos representantes do Minist�rio da Sa�de durante a citada entrevista coletiva, in�dita em 48 anos de exist�ncia do Programa Nacional de Imuniza��es, trazendo a p�blico d�vidas sobre a vacina��o. Chamou a aten��o orienta��o do Sr. Ministro aos pais para n�o levar seus filhos aos postos de vacina��o contra a COVID-19. Isso pode gerar um dano dif�cil de ser reparado n�o s� nesta campanha, mas a todas as vacinas, especialmente em um grupo onde a ades�o � mais dif�cil, como os adolescentes.
* Os representantes do CONASS e CONASEMS, refor�aram as quest�es j� colocadas, destacando que o Minist�rio da Sa�de n�o s� n�o levou em conta as orienta��es da CTAI, mas tamb�m tomou a decis�o de forma unilateral, sem qualquer consulta ou pactua��o com as demais inst�ncias de gest�o do SUS. As cr�ticas relacionadas a supostos erros de vacina��o, que na verdade representam 0,75% das 3,5 milh�es de doses aplicadas nos adolescentes, desconsideraram o enorme esfor�o de milhares de trabalhadores do Sistema �nico de Sa�de, que a quase 9 meses vem trabalhando diariamente na vacina��o contra a COVID-19.