Sa�de nega certificado de vacina��o para quem tomou 2� dose diferente da 1�

Pessoas que receberam imuniza��o heter�loga contra a COVID-19, ou seja, doses de marcas diferentes, t�m relatado dificuldade para emitir o certificado de vacina��o no ConecteSUS, aplicativo do Minist�rio da Sa�de. Embora o protocolo federal preveja essa mistura de imunizantes, a pasta admite n�o fornecer o certificado para quem tomou doses de marcas distintas. O governo n�o explica o motivo da decis�o.

Al�m de possibilitar viagens ao exterior, comprovar a vacina��o tem se tornado rotina nas cidades brasileiras, que adotam diferentes modelos de passaporte sanit�rio. Ao menos 249 munic�pios criaram regras do tipo, recorrendo tamb�m ao certificado do ConecteSUS.

O documento teria de ser oferecido para quem recebeu AstraZeneca e Pfizer, j� que a pr�tica � recomendada por especialistas e est� prevista em norma federal.

Mas n�o � isso que ocorre. Em nota, a pasta informou que o certificado do ConecteSUS � dado para quem concluiu o esquema vacinal com duas doses ou dose �nica. No entanto, completou que "para quem concluiu o esquema vacinal com doses de vacinas diferentes (intercambialidade das vacinas COVID-19) n�o � permitido a emiss�o do certificado de vacina��o" pelo aplicativo.

"Recebi a vacina heter�loga no Rio. Ambas as doses j� est�o corretamente lan�adas no ConecteSUS, mas s� a carteira de vacina��o � emitida. O certificado de vacina��o, aquele que tem tradu��o para ingl�s e espanhol, n�o aparece dispon�vel", explica a economista Katia Freitas, de 42 anos.

Ela foi vacinada com a 1.ª dose de AstraZeneca e a 2.ª da Pfizer. Essa combina��o tem sido adotada em v�rias regi�es do Pa�s por diante do baixo estoque de AstraZeneca.

"Estou um pouco preocupada com isso, pois tenho viagem internacional marcada para os pr�ximos meses e sem o certificado em ingl�s n�o sei como comprovar a vacina��o no pa�s de destino, que n�o aceita documentos em portugu�s", acrescenta Katia. Para tentar resolver, abriu um chamado no pr�prio app, mas n�o teve resposta.

O caso � similar ao da jornalista Marilia Fonseca, de 58 anos, que diz ter aberto reclama��o na ouvidoria do SUS. Mais de dois meses ap�s tomar a 2.ª dose da Pfizer no Rio, ainda n�o teve o problema resolvido.

"N�o consigo emitir o certificado de vacina��o no aplicativo, nem mesmo na p�gina do ConecteSUS, simplesmente porque essa funcionalidade n�o est� dispon�vel para mim. Mesmo tendo as duas doses registradas", relata a jornalista, que est� agora em Amsterd�.

"S� n�o tive problema por n�o portar certificado em ingl�s porque na v�spera da viagem, dia 29, a Fran�a divulgou uma funcionalidade de emiss�o de passaporte da Uni�o Europeia", conta Marilia.

Em abril de 2020, a gestora ambiental Aline Duarte, de 44 anos, estava prestes a viajar para a Fran�a para comemorar os 20 anos de casamento, mas adiou os planos por causa da pandemia. A viagem foi reagendada para 20 de outubro deste ano. Agora, mesmo tendo recebido vacina��o heter�loga, Aline e o marido enfrentam novo problema: comprovar que est�o completamente vacinados.

As segundas doses do casal, da Pfizer, n�o constam no ConecteSUS - foram aplicadas em 15 de setembro. "Como a Astrazeneca estava em falta no Rio, eu sabia da possibilidade de s� ter a Pfizer. Pesquisei bem para ver se haveria restri��es no exterior, mas percebi que muitos pa�ses europeus estavam adotando a intercambialidade." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

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