
Lisboa, Portugal — Para o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, aborto � tanto crime quanto o estupro. E devem ser punidos exemplarmente dentro da lei. Mas, na vis�o dele, todas as mulheres estupradas, mesmo que sejam crian�as de 10 ou 11 anos, devem ter o direito de levar a gravidez adiante. Ele remeteu sua posi��o ao caso de menina de 11 que tinha sido proibida pela Justi�a de abortar depois de ser estuprada ainda aos 10 anos. Ela s� interrompeu a gesta��o depois de um recuo do Judici�rio.
“N�o tem pol�mica nenhuma no caso de estupro. As gestantes tem que ser acolhidas e, de acordo com o desejo delas, interromper ou n�o a gravidez”, afirmou. “Claro que cabe � autoridade sanit�ria orientar as m�es que desejam manter a gesta��o e dar suporte psicol�gico a elas”, emendou.
O ministro disse que n�o tinha detalhes sobre o caso da menina de 11 anos, de Santa Catarina, que, finalmente, conseguiu fazer o aborto, porque o processo corre em segredo de Justi�a. Ele destacou ainda que casos como esse precisam ser analisados pelos m�dicos e pelos conselhos tutelares. “E, claro, os estupradores devem ser presos. Estupro � crime hediondo.”
Indagado se, como pai e m�dico, deixaria sua filha de 10 anos, estuprada, levar adiante uma gravidez, respondeu que seria uma decis�o dela. Ele afirmou, tamb�m, que uma pessoa estuprada tem recomenda��o de buscar contraceptivos emergenciais para evitar gravidez e de tomar medicamentos contra doen�as sexualmente transmiss�veis, como a Aids.