
O adiamento das audi�ncias de instru��o --que ocorreriam na pr�xima semana e que agora ser�o realizadas em mar�o-- atrasa o desfecho do processo na primeira inst�ncia da Justi�a. Ap�s os depoimentos das testemunhas e dos pr�prios r�us, o juiz j� pode encaminhar uma senten�a para o caso.
Como apontou a Justi�a Federal, as raz�es para o adiamento foram uma falha de comunica��o da pr�pria Justi�a e uma indisponibilidade de salas para que os r�us acompanhassem as audi�ncias, que ser�o feitas por videoconfer�ncia. Os suspeitos est�o em penitenci�rias federais de seguran�a m�xima, por decis�o da Justi�a.
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Amarildo Oliveira, o Pelado, est� preso preventivamente no pres�dio federal de Catanduvas (PR), ap�s ser transferido inicialmente � penitenci�ria federal de Campo Grande (MS), em novembro. Os outros dois r�us -Oseney de Oliveira, o Dos Santos (irm�o de Amarildo), e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha- est�o presos na unidade de Campo Grande.
O processo tramita na Vara Federal de Tabatinga (AM), que fica na regi�o da tr�plice fronteira do Brasil com Col�mbia e Peru. A cidade � a segunda mais pr�xima de Atalaia do Norte (AM), munic�pio vizinho da terra ind�gena Vale do Javari e destino de Bruno e Dom quando retornavam pelo rio Itaqua�.
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Os dois foram assassinados pelos r�us num trecho do rio pr�ximo da terra ind�gena, em raz�o da atua��o de Bruno no combate � pesca ilegal no territ�rio tradicional, conforme den�ncia do MPF (Minist�rio P�blico Federal) apresentada no m�s seguinte ao duplo homic�dio. Os suspeitos atuavam com pesca ilegal na regi�o, segundo o MPF.
A PF (Pol�cia Federal) investiga ainda a possibilidade de que exista mandante para o crime. Um inqu�rito apura a exist�ncia de uma organiza��o criminosa de pesca ilegal na regi�o do Vale do Javari. Segundo a pol�cia, o l�der do grupo � Ruben Dario da Silva Villar, o Col�mbia, que voltou a ser preso pela PF em dezembro.
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As datas inicialmente marcadas para o depoimento de testemunhas e r�us eram os pr�ximos dias 23, 24 e 25. O juiz federal Fabiano Verli remarcou essas audi�ncias para 20, 21 e 22 de mar�o.
Conforme a Justi�a, houve falta de comunica��o e indisponibilidade de salas para que os r�us presos acompanhassem todas as oitivas em videoconfer�ncias. Emails foram enviados pela Vara � administra��o penitenci�ria federal, a cargo do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, para remarca��o das audi�ncias.
Em nota, a Secretaria de Pol�ticas Penais do Minist�rio da Justi�a disse que as salas das penitenci�rias federais t�m equipamentos e estrutura necess�rios �s audi�ncias.
"Para que seja realizada a marca��o de audi�ncia por videoconfer�ncia e para que haja compatibilidade com as agendas das penitenci�rias, � necess�rio o contato pr�vio por telefone, para verifica��o de data dispon�vel e realiza��o do pr�-agendamento, de modo a evitar o conflito de audi�ncias", afirmou a secretaria. "A remarca��o pode acontecer em caso de indisponibilidade de agendas."
O minist�rio disse que as agendas para mar�o est�o confirmadas, nos moldes do que foi solicitado pela Justi�a Federal.
A defesa dos r�us, feita pela advogada Goreth Rubim, pediu a suspens�o do andamento do processo em raz�o da "aus�ncia nos autos de documentos e provas essenciais � causa". Segundo a advogada, n�o constam nos autos os laudos de per�cias feitas no curso das investiga��es, o que impediria a condu��o da defesa ao longo dos depoimentos nas audi�ncias de instru��o.