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Estado de Minas ECONOMIA

Adolescentes s�o encontrados em condi��o an�loga � escravid�o em fazendas de arroz

Depois do caso das vin�colas, que empregavam trabalhadores baianos em situa��o semelhante � de escravos, nova den�ncia surge no mesmo Rio Grande do Sul


11/03/2023 14:56 - atualizado 11/03/2023 16:22
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Arrozal no RS, imagem ilustrativa
Arrozal no RS, imagem ilustrativa (foto: Flickr)
Uma opera��o conjunta na tarde de sexta-feira (10) resgatou 56 trabalhadores que estariam submetidos a condi��es an�logas � escravid�o em duas fazendas de arroz no interior do Rio Grande do Sul.

O caso ocorreu no munic�pio de Uruguaiana (a cerca de 630 km de Porto Alegre), na fronteira com a Argentina.

O grupo resgatado era formado por homens e tinha dez adolescentes com idades entre 14 e 17 anos, segundo a PF (Pol�cia Federal) e o MPT-RS (Minist�rio P�blico do Trabalho do Rio Grande do Sul). Os dois �rg�os atuaram na a��o de resgate.

Na reta final de fevereiro, o Rio Grande do Sul registrou outro caso de trabalho considerado an�logo � escravid�o. Na ocasi�o, uma opera��o resgatou pessoas contratadas para a colheita de uva em Bento Gon�alves (a cerca de 120 km de Porto Alegre), na regi�o da serra ga�cha.

De acordo com a PF e o MPT-RS, os trabalhadores encontrados nesta sexta em Uruguaiana faziam o corte manual de arroz vermelho e a aplica��o de agrot�xicos sem equipamentos de prote��o.

Tamb�m segundo os �rg�os, eles chegavam a andar por jornadas extenuantes antes de chegarem aos locais de trabalho.

"A opera��o foi realizada nas est�ncias Santa Adelaide e S�o Joaquim, em Uruguaiana, ap�s uma den�ncia informar a presen�a dos jovens na propriedade, em trabalho irregular e sem carteira assinada. O grupo m�vel de fiscaliza��o se dirigiu ao local e encontrou n�o apenas os adolescentes, mas trabalhadores adultos em situa��o an�loga � escravid�o", afirmou o MPT-RS.

A Folha n�o conseguiu contato com as fazendas citadas pelo �rg�o at� a publica��o deste texto.

Os trabalhadores eram da mesma regi�o, dos munic�pios de Itaqui, S�o Borja, Alegrete e Uruguaiana. Eles teriam sido recrutados por um "gato", como � chamado o agenciador de m�o de obra, que atuava na fronteira oeste do estado.

O MPT-RS e a PF afirmaram que o grupo fazia o corte manual do arroz vermelho com instrumentos "completamente inapropriados". Parte dos resgatados estaria usando apenas facas dom�sticas de serrinha, al�m de aplicar agrot�xicos com as m�os.

"Em uma das propriedades, era feita a aplica��o de veneno pelo m�todo de barra, em que dois trabalhadores aplicam o agrot�xico usando uma barra met�lica perfurada conectada a latas do produto -um tipo de atividade que exige equipamentos individuais de prote��o", afirmou a PF.

Os �rg�os envolvidos na opera��o tamb�m disseram que os trabalhadores muitas vezes precisavam andar 50 minutos sob o sol at� chegarem ao local de atua��o.

Os resgatados afirmaram que recebiam R$ 100 por dia, mas que a alimenta��o e as ferramentas de trabalho eram por conta do grupo.

"Nessas condi��es, a comida estragava constantemente e os trabalhadores n�o comiam nada o dia inteiro. Se algum deles adoecesse, teria remunera��o descontada", disse a PF.

O homem apontado como o respons�vel pelo agenciamento il�cito foi preso em flagrante por redu��o � condi��o an�loga � de escravo e conduzido � Pol�cia Federal.

Os trabalhadores devem receber de imediato tr�s parcelas de seguro-desemprego. Os empregadores, por sua vez, devem ser notificados para assinar a carteira de trabalho dos resgatados e pagar as verbas rescis�rias.

O MPT vai pleitear depois disso pagamentos de indeniza��es por danos morais individuais e coletivos. Os trabalhadores foram encaminhados para suas casas.

Segundo dados da fiscaliza��o do trabalho, esse � o maior resgate j� registrado em Uruguaiana.


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