Afonso Paulo Almeida Magalh�es Neto
M�dico ortopedista do Hospital S�o Lucas, especializado em joelho, e mestre em ci�ncia da sa�de
O primeiro registro da utiliza��o de um sistema rob�tico em procedimentos realizados em humanos possui 36 anos. Foi em 1985, quando a plataforma denominada Programmable Universal Machine for Assembly (Puma) auxiliou a rea- liza��o de bi�psias neurocir�rgicas. De l� pra c�, as tecnologias nessa �rea n�o pararam de evoluir e os rob�s t�m sido cada vez mais comuns nas salas de cirurgia.
No Brasil, esse tipo de procedimento chegou alguns anos depois, em 2008, com a primeira opera��o sendo realizada na cidade de S�o Paulo. Em Minas Gerais, a tecnologia come�ou a ser aplicada em 2016, por�m, era limitada a algumas especialidades. Em 2021, a medicina rob�tica abre uma nova oportunidade com a chegada do rob� Rosa Knee, especializado em procedimentos ortop�dicos, mais especificamente na artroplastia total do joelho. O servi�o � oferecido pelo Hospital S�o Lucas.
As vantagens das cirurgias rob�ticas em compara��o �s opera��es convencionais s�o in�meras. Ao cirurgi�o, apresenta informa��es adicionais que ajudar�o no posicionamento mais personalizado dos implantes. Isso possibilita tratar de anomalias no alinhamento, determinando as ressec��es com base no tecido mole e na anatomia �ssea de cada paciente, mas sem retirar o controle do cirurgi�o no procedimento.
Ao paciente, com a maior precis�o e persona- liza��o da cirurgia, aumenta a exatid�o dos cortes �sseos e o equil�brio das partes moles. Assim, me- lhora a fun��o do joelho, a satisfa��o p�s-ope- rat�ria e, em tese, a longevidade do implante.
No passado, talvez os mais c�ticos duvidassem de que a cirurgia feita por rob�s se tornaria uma realidade cada vez mais concreta. Isso pode ser resultado de pensamentos mais conservadores ou mesmo de um receio – ainda que inconsciente – de que as m�quinas tomas- sem o lugar dos profissionais. Os rob�s atuais, como o Rosa Knee, provam que, mais do que nunca, os m�dicos continuam sendo a cabe�a pensante e os grandes respons�veis pelo sucesso de qualquer caso cir�rgico.
Atualmente, todas as aplica��es rob�ticas ortop�dicas existentes no mercado usam rastreamento �ptico, que � uma tecnologia intraoperat�ria que permite ao rob� “assistir” ao movimento e identificar pontos de refer�ncia no joelho. O Rosa Knee usa um bra�o de alta precis�o, o que possibilita o acompanhamento �sseo ativo e mais preciso em compara��o aos instrumentos-padr�o.
Em mat�ria de custo, o sistema rob�tico Rosa n�o tem grande impacto no aumento do pre�o da cirurgia, inclusive porque usa os mesmos implantes da cirurgia convencional.
� animador perceber o crescente n�mero de m�dicos abertos �s novas tecnologias rob�ticas. � fundamental haver mais profissionais capacitados para lidar com essas inova��es. Quanto mais evoluirmos nesse sentido, mais r�pidos e mais significativos ser�o os investimentos na �rea.
Um bom term�metro que comprova a efici�ncia dos procedimentos realizados por meio de rob�s � o retorno dado por quem sente na pele os seus efeitos. Com mais qualidade e seguran�a antes, durante e depois das interven��es, n�o � de se estranhar que os relatos de satisfa��o dos pacientes sejam cada vez mais numerosos.
� fato que estamos avan�ando no uso e no desenvolvimento constante de novas tecnologias rob�ticas na �rea da sa�de. Hoje, o Brasil � o pa�s que mais realiza procedimentos com o aux�lio de rob�s na Am�rica Latina, e Minas Gerais ocupa o terceiro lugar no ranking nacional (considerando s� a rob�tica ortop�dica, o estado aparece na segunda posi��o), mas ainda h� muito a ser explorado e reinventado, e a aquisi��o do rob� Rosa Knee, pelo Hospital S�o Lucas, mostra que h� muita vontade de se navegar por esse mar tecnol�gico. Os rob�s-cirurgi�es s�o uma realidade que salta aos nossos olhos. O “futuro” j� faz parte do nosso presente e, certamente, � um caminho sem volta.
