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Estado de Minas artigo

Devotamento cidad�o

A Semana da P�tria renova o convite para que todos assumam o compromisso de exercitar-se no devotamento cidad�o


02/09/2022 04:00 - atualizado 02/09/2022 00:01




Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte 
Presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)


O bicenten�rio da Independ�ncia do Brasil merece muitas an�lises, de especialistas e t�cnicos, para bem orientar governantes e representantes pol�ticos, de modo a fortalecer institui��es e segmentos que configuram o tecido cultural, pol�tico e econ�mico do Brasil, com seus avan�os e retrocessos. As urg�ncias s�o muitas, especialmente quando s�o considerados os cen�rios de desigualdades sociais e os riscos � democracia. As an�lises sobre o bicenten�rio da Independ�ncia precisam contribuir para construir e fortalecer o devotamento cidad�o, priorizando a import�ncia insubstitu�vel de cada cidad�o para edificar uma sociedade mais justa e solid�ria, por meio de uma pol�tica melhor. Devotamento cidad�o refere-se, pois, � contribui��o participativa de cada pessoa nos processos permanentes que buscam promover o bem comum, a igualdade social, o sistema democr�tico e as rela��es capazes de harmonizar diferen�as, tornando-as riquezas na busca pela paz.  

Isso porque este momento eleitoral com debates e entrevistas, esfor�os para evidenciar o “lado mais forte” ou “mais fraco”, suas contradi��es, oferecem contribui��es para definir os nomes a serem escolhidos nas urnas, mas s�o insuficientes. Para alavancar rumos novos urgidos, ante a quantidade de demandas e car�ncias, � imprescind�vel a for�a que vem do devotamento cidad�o, capaz de construir e impulsionar horizontes novos para a hist�ria do Brasil. Esse devotamento n�o pode ser confundido com desatinos de posicionamentos ideol�gicos que afrontam a sacralidade da vida e a busca por igualdade social. Precisa estar na contram�o de l�gicas excludentes e preconceituosas, para vencer situa��es insustent�veis, a exemplo daquela que esvazia o sentido pleno de cidadania para todos. 
 
 
 
Sabe-se que muitos desvarios, em diferentes lugares, alimentando persegui��es, indiferen�as e manipula��es, resultam da falta de substrato human�stico, esvaziando o sentido aut�ntico do devotamento cidad�o, essencial para que todos se reconhe�am pertencentes a uma na��o que busca, cotidianamente, consolidar a sua independ�ncia, a partir da riqueza de sua hist�ria, de valores culturais e princ�pios morais inquestion�veis. 

Por isso, exercitar-se na m�tua compreens�o � imprescind�vel, investindo no di�logo, na configura��o de narrativas construtivas capazes de bem administrar confrontos. Assim � poss�vel se distanciar das polariza��es que levam a viol�ncias f�sicas e verbais. A Semana da P�tria renova o convite para que todos assumam o compromisso de exercitar-se no devotamento cidad�o, aquele que reconhece a p�tria como valor maior que partidos pol�ticos, mais importante que interesses olig�rquicos. Esse exercitar-se contempla o esfor�o para qualificar a cidadania, buscando oferecer contribui��es relevantes no exerc�cio da lideran�a nas mais variadas responsabilidades cotidianas. Deve-se, ainda, tratar o pr�ximo com rever�ncia, consider�-lo o mais importante, conforme o ensinamento magno da espiritualidade crist�. 

Muitas s�o as etapas de prepara��o para se alcan�ar um est�gio adequado de devotamento cidad�o. O primeiro passo ser� ter consci�ncia da pr�pria import�ncia na configura��o de uma sociedade renovada, mais justa, solid�ria e fraterna. Assim, � poss�vel qualificar ainda mais as pr�prias atitudes – tudo fazer com seriedade, tecendo em si uma moralidade que reverencia o bem comum, reconhece a sua sacralidade e identifica as urg�ncias que afligem, principalmente, os mais pobres. No conjunto rico e plural das etapas a serem cumpridas para qualificar o devotamento cidad�o, tenha-se como ponto de partida o reconhecimento de que cada cidad�o � obreiro da paz. E obreiro da paz � quem assume a postura, simples e cotidiana, de fazer valer o respeito, movendo-se no caminho da solidariedade em rela��o aos pobres e fragilizados. Isso significa cultivar no pr�prio cora��o o anseio de promover a paz e de compreend�-la na sua dimens�o de justi�a e de igualdade social. A sociedade brasileira precisa contar com posturas altru�stas emoldurando intui��es criativas, capazes de mudar rumos – atitudes que expressam devotamento cidad�o.  


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