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A dor da viol�ncia que come�ou na adolesc�ncia

Muitas vezes, os casos de persegui��o e viol�ncia psicol�gica s�o negligenciados pela sociedade


11/10/2022 04:00

Melissa Paula
Apresentadora do programa “Saber viver”


N�o s�o raros os relatos de mulheres que, assim como eu, sofreram e ainda sofrem com a viol�ncia praticada por um companheiro ao longo da vida. S�o anos convivendo com as dores f�sica e psicol�gica provocadas por abusos que n�o parecem ter fim. Costumo dizer que a viol�ncia contra a mulher come�a na cabe�a, no psicol�gico, quando somos desmerecidas, ofendidas e desacreditadas, como se o pesadelo com o qual convivemos fosse, de fato, necess�rio ser vivido. A partir do emocional abalado, que por si s� j� � grave, somos atingidas por um tipo de dor at� ent�o n�o vivenciada por n�s: a dor f�sica, a les�o corporal, o tapa e a viola��o.

Esse meu relato � de uma mulher que conheceu a viol�ncia ainda na adolesc�ncia, aos 14 anos, e que convive com as marcas de tamanha covardia at� hoje. A minha hist�ria � parecida com a de tantas outras mulheres espalhadas pelo Brasil. A maioria delas ainda n�o tem voz e, por isso, decidi falar sobre essa dor que n�o � s� minha, mas do retrato da viol�ncia que assola nosso pa�s.

Em dados nacionais, dispon�veis no Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica deste ano, vemos estat�sticas que dizem respeito aos casos de feminic�dio, estupro, abuso e outros tipos de agress�o � mulher. Ontem, foi o Dia Nacional de Luta contra a Viol�ncia � Mulher, e quero falar dos crimes que s�o considerados “novos” pela pol�cia e que nos ajudam a entender o qu�o vulner�veis as mulheres se encontram.

Se compararmos o anu�rio de 2022 com o do ano anterior, percebemos aumento de 13,6% no n�mero de medidas protetivas concedidas a mulheres v�timas de viol�ncia dom�stica no Brasil. Como bem esclarece a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, no livro “Mentes perigosas”, “o psicopata mora ao lado”. Aqui, entra (ou pelo menos deveria entrar) a Justi�a, que tem como dever proteger a mulher que convive com seres incapazes de sentir empatia pelo outro e agem de forma t�o violenta.

Al�m dos dados sobre as medidas protetivas, s� no �ltimo ano foram contabilizadas mais de 27 mil den�ncias referentes ao crime de stalking, ou seja, uma esp�cie de persegui��o sofrida pela v�tima em algum tipo de relacionamento abusivo. Completando o panorama, s�o cerca de 8.390 casos registrados de viol�ncia psicol�gica, assunto para o qual dou enfoque neste artigo. A agress�o verbal pode adoecer uma mulher na mesma medida em que uma les�o corporal machuca, pois os traumas psicol�gicos existem e causam estragos inimagin�veis.

Muitas vezes, os casos de persegui��o e viol�ncia psicol�gica s�o negligenciados pela sociedade, o que acaba corroborando para o agravo de estat�sticas ainda piores, como o feminic�dio. � nessa etapa que a mulher n�o consegue mais ser salva, n�o h� mais o que fazer. O “pior” � justamente o fato de estarmos de m�os atadas a partir do momento em que a vida n�o existe mais ali. A filha, m�e e esposa se vai e o que fica � a revolta por n�o conseguirmos enquanto sociedade fazer com que a lei seja cumprida e que a mulher esteja protegida.


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