Carla Lyra Jubilut
Especialista em Metodologias Ativas e Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades, coordenadora Pedag�gica na Escola Luminova Vila Prudente e Advocate e Mentora do Global Schools Program - First Cohort
Recentemente, os epis�dios de ataques e agressividade em col�gios v�m alertando a urg�ncia em se debater sobre bullying e viol�ncia na comunidade escolar. � considerado bullying qualquer persegui��o, agress�o e/ou viol�ncia, seja f�sica, verbal ou psicol�gica, realizada com frequ�ncia. Casos pontuais, ou seja, que foram realizados apenas uma vez, apesar de graves, n�o s�o classificados como bullying por n�o apresentarem uma recorr�ncia.
No final de mar�o, um relat�rio da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de S�o Paulo) apontou que 48% dos estudantes e 19% dos professores das escolas p�blicas do Estado de S�o Paulo afirmam ter sofrido algum tipo de viol�ncia. Um n�mero muito alto como este refor�a a necessidade de se tratar e combater as causas para que o ambiente escolar consiga inibir a pr�tica.
Quando acontece uma situa��o de bullying na escola, � preciso reconhecer a raiz da situa��o. Aproximar as fam�lias dos envolvidos e dialogar com os alunos contribui para cria��o de um espa�o aberto e acolhedor. Os estudantes se sentem confort�veis e protegidos ao buscarem ajuda, criando por sua vez uma rela��o de confian�a e acolhimento, algo que � fundamental para atender estudantes que precisam de um espa�o de escuta atenta e ativa.
Com a inten��o de prevenir o bullying no ambiente escolar, a conduta � trazer esse assunto e not�cias relacionadas em todos os ciclos de ensino. Nos anos iniciais do Fundamental, por exemplo, pode-se debater sobre o que �; j� nos anos finais, deixar os estudantes terem acesso a not�cias ligadas ao tema e promover rodas de conversas entre eles. No ensino m�dio, a sugest�o � estimular debates nas aulas e compartilhar com os adolescentes todas as consequ�ncias, tanto para quem causa, quanto para a v�tima. Para al�m dos muros da escola, convidar e aproximar as fam�lias e os respons�veis por meio de debates e esclarecimento de situa��es tamb�m � v�lido. Vale lembrar que, para muitas pessoas, ainda � preciso ensinar o que � e como configura o bullying.
Portanto, se alguma pr�tica for identificada dentro da escola, a conversa tem que ser aberta imediatamente �s fam�lias dos envolvidos para que o gatilho e os motivos que levaram o estudante a tomar determinada atitude seja revelada e logo tratada. H� situa��es em que se pode consultar especialistas, se for preciso, para solucionar os casos mais complexos. A corre��o do agressor deve ser feita com educa��o e as medidas de preven��o passam por a��es que buscam manter um ambiente respeitoso, que come�am por sua vez com a cria��o de uma cultura de comunica��o n�o-violenta. O caminho para isso � ensinar sobre diversidade, respeito e principalmente ser uma comunidade escolar inclusiva.