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Estado de Minas G�nio do Barroco

Aleijadinho: o artista que inspira gera��es na arte e na vida

Na terra marcada pelo g�nio de Aleijadinho, escultores se inspiram nos trabalhos e at� nas mat�rias-primas usadas pelo mestre para dar continuidade � tradi��o


Minas 300 Anos
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Minas 300 Anos
postado em 02/12/2020 10:55 / atualizado em 02/12/2020 12:30

Santuário Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos, patrimônio da humanidade, onde estão os 12 profetas esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Santu�rio Bas�lica Senhor Bom Jesus de Matosinhos, patrim�nio da humanidade, onde est�o os 12 profetas esculpidos por Ant�nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

 
Em Congonhas, na Regi�o Central do estado, nascem das m�os do escultor Luciomar Sebasti�o de Jesus imagens de santos, altares de igrejas e objetos de devo��o que ganham forma gra�as � criatividade e � f�. “Sou um devoto esculpindo objetos devocionais. Sofro no momento de esculpir, me envolvo com o personagem”, diz o artista, filho da terra, que tem seu ateli� a poucos metros do Santu�rio Bas�lica Senhor Bom Jesus de Matosinhos, patrim�nio da humanidade, onde est�o os 12 profetas esculpidos por Ant�nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814).

O nome de Aleijadinho toca diretamente o cora��o de Luciomar, que, com humildade, diz n�o se considerar um disc�pulo do g�nio do Barroco. “Ele � grande demais, posso dizer que sou influenciado pelo trabalho dele. Desde cedo, estou impregnado pela arte barroca, por Aleijadinho, cresci nesse ambiente”, conta o escultor, nascido em 20 de janeiro de 1964, Dia de S�o Sebasti�o, no momento da prociss�o com a imagem do santo. “A�, ganhei tamb�m o nome Sebasti�o.”

Fabio Dias, autodidata, que esculpe desde criança, é um dos discípulos do mestre do barroco na terra da pedra-sabão: a arte é minha vida(foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
Fabio Dias, autodidata, que esculpe desde crian�a, � um dos disc�pulos do mestre do barroco na terra da pedra-sab�o: a arte � minha vida (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)

Com tantos anos ligado � escultura em madeira, Luciomar, autodidata, est� certo de que Minas se vincula � arte e � f�. “Tudo brota da f�, da religiosidade. � a f� que faz nascer a arte”, acredita o escultor que tem obras em igrejas, museus e pra�as de Minas, do Rio e de S�o Paulo.

Inspira��o 


Aleijadinho tamb�m � fonte de inspira��o para o escultor F�bio Dias, nascido e criado no distrito de Santa Rita, terra da pedra-sab�o, em OuroPreto. “� nosso mestre”, afirma o tamb�m autodidata, sobre o conterr�neo que fez dessa mat�ria-prima bruta uma joia da humanidade: os 12 Profetas de Congonhas. Escultor desde crian�a, F�bio, de 39 anos, acredita que, quando a pessoa nasce onde a arte floresce, fica mais f�cil seguir esse caminho. “Temos muitos artistas aqui, pessoas da mesma fam�lia, ent�o � necess�rio estimular os jovens para que tamb�m se interessem e mantenham a tradi��o. A arte � minha vida.”

Quem passa no trevo de Santa Rita, na Estrada Real, pode ver o trabalho mais recente de F�bio Dias. Trata-se de O escultor, pe�a de 5 metros de altura, pesando quase 18 toneladas. Perto, o colega Rulielber Moreira Ferreira, de 49, deu forma a uma obra abstrata, com 3,10 metros incluindo a base,mais duas obras a celebrar o talento mineiro para extrair e transformar em riquezas as d�divas da natureza. 

Maria, a flor guerreira defensora da natureza


O corpo pode ter vindo ao mundo no Sul da Bahia, mas a alma � mineira na ess�ncia. “Uai, sou mineira, sim, s�!”, afirma, cheia de atitude e do�ura, a artes� e educadora Maria Aparecida Costa de Oliveira, que, na l�ngua patxoh�, falada pelo povo patax�, ao qual pertence, se chama Txah� Xoh� ou Flor Guerreira.

Residente num s�tio no bairro Bonanza, localizado a cinco quil�metros do Centro Hist�rico de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, Maria � defensora perp�tua da natureza, e n�o se cansa de denunciar, nas redes sociais, os crimes ambientais e o desrespeito de moradores que colocam fogo no lixo caseiro sem se incomodar com a propaga��o nas matas.

Certa de que a natureza e o fogo s�o sagrados, a patax� acredita que a data de hoje serve tamb�m para lembrar o sofrimento dos ind�genas desde o in�cio da coloniza��o dos territ�rios brasileiro e mineiro. “Os ind�genas sofrem at� hoje nas aldeias espalhadas por Minas Gerais para manter sua identidade. Mas o importante � resistir. Ent�o, nossa hist�ria, ainda hoje, tem sofrimento e resist�ncia.”

� espera da bonan�a para recriar um g�nio 


Nascido no bairro Sagrada Fam�lia, em Belo Horizonte, o ator de cinema, teatro e televis�o Wilson Rabelo vai fundo nas ra�zes de Minas para encontrar a ess�ncia das Gerais. “Somos resultado de v�rias ra�as que, desde os prim�rdios do estado, vieram em busca do ouro e enfrentaram os desafios. 

No s�culo 18, Ouro Preto se tornou uma grande metr�pole, uma cidade com grande popula��o. Ent�o, temos o que h� de melhor e o pior daquela �poca”, diz o int�rprete do Professor Pl�nio, do aclamado filme Bacurau.

Ator de cinema,teatro e TV, o belo-horizontino Wilson Rabelo pretende levar trajetória de Aleijadinho aos palcos(foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO)
Ator de cinema,teatro e TV, o belo-horizontino Wilson Rabelo pretende levar trajet�ria de Aleijadinho aos palcos (foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGA��O)

As montanhas t�m uma grande import�ncia para a forma��o dos mineiros, acredita Wilson Rabelo, “pois nos trazem para dentro de n�s mesmos”. E a minera��o do ouro gerou uma desconfian�a que se tornou caracter�stica, da mesma forma que permeou trai��es, amores e alimentou o sonho de liberdade. Radicado no Rio de Janeiro (RJ), o ator diz que esse passado nos permite uma clara vis�o do futuro, alternando o fausto e a tristeza.

Nos �ltimos dois anos, Rabelo tem se dedicado com afinco aos estudos sobre a vida de Ant�nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), um dos mineiros que mais admira. O desejo � levar a trajet�ria do chamado “mestre do Barroco” aos palcos. Por enquanto, a pandemia do novo coronav�rus interrompe os planos de montar o espet�culo, mas, como bom mineiro, ele espera com calma e criatividade, certo de que a tempestade vai passar.

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