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Estado de Minas Artes e of�cios

As tradi��es do interior de Minas ainda vivem na cultura e na arte

Mestres nas artes do restauro e do bordado destacam as caracter�sticas que a dist�ncia do litoral permitiu aos talentos mineiros


Minas 300 Anos
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Minas 300 Anos
postado em 02/12/2020 11:24 / atualizado em 02/12/2020 12:58

Maria do Carmo Pereira, diretora do Maria Arte e Ofício: Montanhas guardaram a alma mineira bordadeira (foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
Maria do Carmo Pereira, diretora do Maria Arte e Of�cio: Montanhas guardaram a alma mineira bordadeira (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)

 
Dono de patrim�nio cultural admir�vel, com destaque para as pe�as sacras presentes em igrejas, capelas, mosteiros, museus e pr�dios p�blicos, Minas Gerais tem na preserva��o do seu acervo profissionais do mais alto gabarito, em um trabalho de devo��o para garantir a integridade da arte barroca.

Entre os restauradores est� Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro. Nascido em Ouro Preto, portanto, com a arte correndo nas veias, o especialista est� certo de que os mineiros s�o a s�ntese de v�rias culturas: “Os �ndios estavam aqui quando vieram os brancos e os negros, etnias diferentes que formaram nossa gente. Importante destacar que as artes pl�sticas floresceram nesse ambiente”.

Livres das imposi��es das ordens religiosas que dominavam as capitanias litor�neas, diz Adriano, nas Minas do Ouro, as irmandades terceiras, por imposi��o da Coroa portuguesa, acabaram por possibilitar o exerc�cio de uma arte independente dos padr�es diretamente importados da metr�pole, tanto para os artistas portugueses que aqui se estabeleceram quanto para outros, aqui nascidos, e que t�m como representante maior Ant�nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

E, como Minas � estado de diversidade, suas artes s�o variadas e v�o muito al�m da riqueza do Barroco, sendo formadas pela singela beleza produzida por milhares de artes�os. Entre eles os que tecem um bordado de arte refinada e certeira, nas linhas que passam pela criatividade, tradi��o e por muito bom gosto, traduzindo um pouco da alma das Gerais.

“Nossa hist�ria nos faz ricos em detalhes, requinte, mostrando que as montanhas guardaram ‘a alma mineira bordadeira’, sem muitas influ�ncias dos ventos vindos do litoral”, ressalta Maria do Carmo Guimar�es Pereira, fundadora e diretora do Maria Arte e Of�cio, em Belo Horizonte, espa�o de refer�ncia e de ensino da atividade que remonta no pa�s aos tempos coloniais.
 
Pesquisadora da arte do bordado e natural do munic�pio de Jequitinhonha, no Vale do Jequitinhonha, Maria do Carmo n�o tem d�vidas de que os mineiros souberam preservar um esp�rito reflexivo, um tipo de vida mais reclusa, um jeito mais silencioso para fazer perfeitamente bem seu of�cio.

No caso das bordadeiras, tudo come�a como desejo, depois segue na linha, guiada pela agulha sobre o tecido, at� chegar ao destino: a colcha, a tolha de mesa ou, quem sabe, um pano de prato. “A hist�ria de Minas vem sendo bordada s�culos a fio pelas m�os femininas, marcada pela criatividade dos riscos e preservada, por muitos, como requintada obra de arte”, diz Maria do Carmo. “Bordado deve ser escrito com letra mai�scula e sempre visto como patrim�nio imaterial, pois � a cultura do saber e do fazer.”


Minas que te quero muito


por Greg�rio Jos�, radialista, jornalista e fil�sofo

“Saber que fa�o parte da hist�ria dos 300 anos de Minas Gerais em 56 de vida � importante para mim. Poucos pensar�o assim. Afinal, poucas pessoas comuns se acham dignas de ter contribu�do com a hist�ria do estado, ou mesmo da cidade em que nasceram.

Mas todos n�s ajudamos Minas Gerais a chegar aos 300 anos de emancipa��o territorial. Sim! A cada dia, com o pagamento de impostos, com a compra de ve�culos e pagando IPVA aqui, sendo funcion�rios e ajudando as empresas aqui instaladas a crescer, enfim, isso � ajudar a construir uma hist�ria dentro do estado de  Minas Gerais.

Gosto de doce de leite, de queijo fresco, de p�o de queijo. Como nasci em Uberl�ndia, Tri�ngulo Mineiro, gosto de ir � feira e comer pastel com caldo de cana. Falo ‘uai’, mas n�o uso o trem, que, por sinal, tem pouco em Minas atualmente.

Gosto de ouvir causos e hist�rias contadas pelos mais velhos. Adoro conhecer cidades hist�ricas, ir a igrejas, conhecer nossas ra�zes. Ouvir o canto dos ‘cantad�’. Saber que a maioria dos sertanejos da atualidade t�m que fazer parada em Uberl�ndia, Uberaba e Araguari.

Moro na Zona da Mata, uma regi�o rica em belas paisagens, mas que � pouco vista pela classe pol�tica, que custa a dar as caras por estas bandas. N�o fossem os deputados com p�s e ra�zes aqui, estar�amos relegados ao limbo do ostracismo que atinge muitos dos 853 munic�pios mineiros. Grande parte pequenos lugarejos. Menores o que bairros em cidades ‘um tiquim’ menores que Belo Horizonte.

�! Meu pai, baiano de Santa Cruz de Cabr�lia, e minha m�e, mineira de Ituiutaba, que o digam. Foi dif�cil criar cinco filhos? Foi, mas somos felizes e ainda estamos em terras mineiras.

Isso sim, � felicidade.

Obrigado, Minas Gerais, pelos 300 anos de exist�ncia comemorados neste 2 de dezembro. Ao meu modo, eu contribu� com 56 deles.”

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