O Festival Livro na Rua – Flir, em sua segunda edi��o (a primeira foi em 2017), ser� realizado em 23, 24 e 25 de agosto, na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, em Belo Horizonte. Realiza��o da C�mara Mineira do Livro e da Quixote + Do Editoras Associadas, com o apoio da prefeitura e de muitos colaboradores, o festival vai oferecer debates, saraus, performances, shows, conta��o de hist�rias, estandes de editoras, oficinas e sess�es de aut�grafos, envolvendo dezenas de escritores e de representantes da �rea editorial.
Nesta edi��o, o Flir homenageia o escritor e professor Eduardo Frieiro (1889-1982), figura ic�nica da cena liter�ria e intelectual de Belo Horizonte, um dos fundadores da Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas (Fafich) da UFMG, criador e primeiro diretor da Biblioteca P�blica de Minas Gerais, antiga Biblioteca Estadual Luiz de Bessa. � dele que tomamos emprestado o t�tulo de um de seus livros – Os livros nossos amigos – como mote e inspira��o.
A RUA DAS
LIVRARIAS
O festival n�o poderia ser realizado em outro lugar. A Rua Fernandes Tourinho congrega, em apenas dois quarteir�es, entre as avenidas Crist�v�o Colombo e Get�lio Vargas, um patrim�nio inestim�vel de bens e s�mbolos culturais. A come�ar pela exist�ncia ali de tr�s livrarias – a Quixote, a Scriptum e a Ouvidor, a mais antiga delas, em atividade desde os anos 1970. Mas h� muito mais. A rua abriga outras raridades, como a Ac�stica, uma das �ltimas lojas de CDs da cidade; a Art-V�deo Savassi, locadora sobrevivente e de acervo magn�fico; e a Patr�cia de Deus, loja que leva o nome da propriet�ria e que � um verdadeiro santu�rio de artes gr�ficas, design e outras cria��es inspiradas em papel.
A concentra��o de livrarias torna a rua incomum. Livrarias n�o s�o territ�rios explic�veis apenas sob a �tica do com�rcio e do mercado, ainda que vivam da compra e venda de mercadorias. Este � um neg�cio que alimenta uma ind�stria expressiva, que mobiliza capital, tecnologia, log�stica, estrat�gias de produ��o, profissionais diversos. � tudo isso, mas n�o apenas isso.
Livrarias s�o entidades dotadas de certa ambiguidade – entre o acolhimento e a desconfian�a. Voc� entra e se d� conta da multid�o � sua espreita. S�o muitas vozes e disson�ncias: romances, ensaios, poemas, contos, textos para o teatro, estudos filos�ficos, literatura de toda parte do mundo, de ontem e de hoje. Da Gr�cia aos sert�es sagaranos, a viagem � longa, sem porto final. Livros que podem ser leves, robustos, virulentos, tocantes, densos ou melosos, ficcionais ou n�o, portadores de uma vastid�o de ideias, narrativas, estilos e tantas outras maluquices que s� as livrarias – e as bibliotecas p�blicas – s�o capazes de acolher e de dispor ao p�blico.
Qualquer livraria, por isso mesmo, j� merece vida longa. Aquelas com portas abertas para as cal�adas e sujeitas ao vaiv�m das pessoas merecem ainda mais, justamente pelo seu car�ter um pouco an�rquico, insubmisso. Nas boas livrarias de ruas ganham relev�ncia as pequenas editoras, as publica��es independentes, escritores que fogem ao padr�o best-seller. Livros e autores ignorados pelas megalivrarias podem ser vistos ao lado de totens como Drummond, Proust, Machado e Dostoi�vski. Ombro a ombro.
Por isso � preciso salvar as livrarias de rua da sofreguid�o do s�culo. Muitas j� fecharam as suas portas na cidade, a exemplo – s� para ficar em anos recentes – da Van Damme, no Centro, e da Status e da Mineiriana, ambas na Savassi. S�o perdas irrepar�veis no tecido que sustenta o projeto social, humanista e civilizat�rio da moderna capital mineira. Por isso, h� que se resistir. Uma livraria de rua ser� sempre um ponto de encontro, de troca de afetos, de aposta no inesperado e na multiplica��o de possibilidades de confraterniza��o. Uma livraria aberta � como um gesto fraterno. De reconhecimento do outro. De valoriza��o da mem�ria e da palavra como testemunhos de vida. Para quem quer uma cidade melhor, um pa�s melhor, uma livraria de rua � uma bela resposta � estupidez que anda dando as caras por a�.
PROGRAMA��O
23 de agosto
» Abertura: 19h30
Espa�o A ilus�o liter�ria – Os livros nossos amigos: uma homenagem a Eduardo Frieiro
24 de agosto
» Tablado: Espa�o O brasileiro n�o � triste
» 10h �s 19h – V�rios temas para conversa com autores e especialistas
» Sagarana –Show de Celso Adolfo e Sarau dan�ado: Glaura Santos, Leo Gon�alves, Kaio Carmona, Adriane Garcia, JoMaKA, Luiz Walter Furtado, J�lia Elisa, Nat�lia Menhem, Pieta Poeta, Alicia Maria, Lelena Lucas participantes da Corpo Escola de Dan�a e do GED – Corpo Cidad�o.
» Espa�os na Livraria da Rua
A partir das 11h – Bate-papo sobre a Savassi. No livro A Turma da Savassi... que virou nome de bairro, publicado em segunda edi��o pela editora Miguilim, Jorge Fernando dos Santos conta a hist�ria de duas gera��es que marcaram �poca em BH, entre as d�cadas de 1940 e 1960.
25 de agosto
» Tablado: Espa�o O brasileiro n�o � triste
» 10h �s 16h – Literatura infantil em revista; Ponto de Leitura – Mulher em Poesia Bruta, Poesias dan�antes, O contista mineiro � uma fic��o? Fantasmas que tiram o sono do escritor e Correio a�reo noturno.
» Mesa 1: A leitura ajuda a viver
Espa�o para lan�amentos de escritores de outras editoras participantes do festival e autores independentes.
» Atividade na Avenida Get�lio Vargas
Tablado: Monumento a Gutenberg
0h �s 13h – O que voc� faz com uma ideia: Grupo Alucinei com Crian�as
» M�sicas infantis com coreografias interativas e roda de hist�ria; Academia TransLiter�ria: um Atraque Liter�rio e Projeto Verve! Homenagem a Walt Whitman - Fredy Antoniazzi e convidados
» A Academia Mineira de Letras em movimento/Galeria Recorte: cria��o de mural em homenagem a Eduardo Frieiro pela artista Kakaw, na R. Fernandes Tourinho, esquina com Get�lio Vargas.
» Interven��o Nuvens de Barro–Espet�culo da Cia. de Dan�a Pal�cio das Artes. O espet�culo se inspira no universo po�tico de Manoel de Barros.
» As livrarias envolvidas no evento far�o atividades de lan�amento e bate-papo com autores.