(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Saiba como o Cefet-MG tamb�m virou polo liter�rio

Como o Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica de Minas Gerais se tornou polo de produ��o liter�ria com reuni�o de nomes de express�o na poesia, literatura infantil, edi��o e cr�tica


postado em 18/10/2019 06:00 / atualizado em 24/10/2019 18:00

(foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A. PRESS)
(foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A. PRESS)

O Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica de Minas Gerais (Cefet-MG) tem orgulho de ser uma das melhores escolas t�cnicas do pa�s, destacando-se principalmente em cursos de ci�ncias exatas. Surpreendendo muitos, no entanto, o imponente pr�dio da Avenida Amazonas, no Bairro Nova Su��a, em Belo Horizonte, onde est� o C�mpus 1, irradia produ��o liter�ria, que projeta nomes da poesia mineira, como tamb�m da literatura infantil e literatura marginal.

O curso de letras e a p�s-gradua��o em estudos da linguagem, que chegou h� 13 anos, trouxeram para o ambiente acad�mico, al�m das equa��es matem�ticas e f�rmulas qu�micas, os versos. “A minha gera��o, que entrou em 2006, concebeu o curso de letras e a p�s-gradua��o em estudo de linguagens. Nos juntamos � turma antiga para propor outras coisas”, diz a poeta e professora Ana Elisa Ribeiro.

Saiba mais sobre os versos do Cefet-MG no podcast Pensar



A voca��o se fortalece a cada evento liter�rio nos corredores do c�mpus, conduzidos pelos alunos, como os saraus e varal de poesia, ou em eventos acad�micos como a Festa de Linguagens e Ci�ncias do Cefet-MG (Flic), que ser� realizada nas pr�ximas segunda e ter�a-feiras.

Uma pista para entender os motivos que fazem do Cefet-MG polo irradiador de poesia pode estar na concep��o do curso de letras e da p�s-gradua��o, que nascem como espa�os de reflex�o sobre o fazer liter�rio, e tamb�m locus de produ��o liter�ria efervescente.

A combina��o de conhecimento te�rico e pr�ticas art�sticas encanta alunos que, muitas vezes, chegam ao Cefet tendo na bagagem muitas experi�ncias art�sticas. “Os cursos atra�ram alunos da cultura. O foco � bem forte em estudos de edi��o. Ilustradores e escritores come�aram a procurar a gente. Ent�o, t�nhamos alunos preocupados em fazer jornais, revistas e livros”, afirma Ana Elisa.

N�o s� os alunos se destacam pela trajet�ria art�stica. Os professores tamb�m levam para l� compromissos de vida com a literatura. No entanto, Ana Elisa refor�a que a presen�a de tantos poetas no corpo docente n�o � por acaso. O Cefet-MG mant�m hist�rico de produ��o liter�ria que dialoga com quem se interessa por leitura e literatura. A prova dessa tradi��o � a revista liter�ria Ato, proposta pelo professor Rog�rio Barbosa.

Com alunos e professores que se dedicam de maneira org�nica � produ��o liter�ria, parece ser caminho natural que do c�mpus da Avenida Amazonas saiam tantas publica��es: revistas, livros e ensaios. A mais recente a sair do forno � o livro Boca na palavra, vias do canto, colet�nea organizada por Wagner Moreira e M�rio Alex Rosa, com textos de sete poetas-professores do Cefet-MG. As fontes tipogr�ficas da publica��o foram criadas pelo aluno M�rio Vin�cius e ela ganhou materialidade na gr�fica e editora Impress�es de Minas, especializada na edi��o de livros objetos.

"Os cursos atra�ram alunos da cultura. O foco � bem forte em estudos de edi��o"

Ana Elisa Ribeiro, poeta e professora do Cefet-MG


Tantas linhas escritas convocam as vozes do Cefet-MG: versos s�o vocalizados e performados em saraus e slams de poesia. O poeta e escritor Luiz Eduardo Rodrigues de Almeida Souza, de 38 anos, aluno do doutorado em estudo de linguagem, ajuda a criar pontes entre a academia e a literatura marginal perif�rica. Ele integra a produ��o do sarau ColetiVoz, que tem base na Regional do Barreiro. Recentemente, participou do evento acad�mico Cartografias da Edi��o Independente, em 23 e 24 de setembro.

Junto a Karine Bassi e Dione Machado, apresentaram o relato da experi�ncia de publica��o independente da colet�nea po�tica em comemora��o aos 10 anos do coletivo � luta, � voz – ColetiVoz (Editora Venas Abiertas). “J� � resultado do trabalho de minha tese. Convidei Karine e Dione. S�o sujeitos de minha pesquisa, que analisa o sarau ColetiVoz e o slam Clube da Luta”, conta. Na ocasi�o, foi realizada tamb�m no Cefet-MG uma feira de publica��o independente com performances de poetas.

O hist�rico de a��es liter�rias demonstra que a produ��o de poesia cefetiana � permanente, desde a inser��o de professores que mant�m um olhar criativo para o mundo. “Tivemos outras experi�ncias coletivas de poetas-professores, como o Poesia a metro. Fizemos um rio de poesia dos poetas professores em tr�s andares do c�mpus 1, salvo engano. Cada professor contribuiu com um poema ou mais.

Escrita linear, uma fita, estendida nas paredes dos corredores”, relembra o poeta e professor Jo�o Batista Santiago Sobrinho. Ele cita a parceria criativa com o poeta Guilherme Mansur. “A chuva de poesia dele passou por l� e continua chovendo. A presen�a desse poeta ouro-pretano resultou num livro e na exposi��o de seus trabalhos no c�mpus 1”, diz.

Um movimento, um coletivo, um grupo? 

A conviv�ncia di�ria entre professores-artistas e alunos-artistas tem tanta for�a como as rea��es qu�micas que ocorrem nos laborat�rios dos cursos de Exatas. Mas como caracterizar essa produ��o coletiva? A troca intensa fomenta o esp�rito pluralista. No entanto, os integrantes n�o consideram que se trate de um movimento liter�rio, j� que cada poeta mant�m estilo e linguagens pr�prios.

Mas n�o deixam de ser afetados uns pelos outros. “Todo poeta, artista, � uma esponja que capta, transforma a partir da sa�de do esquecimento, que lhe permite criar, em vez de repetir. Esse � o esp�rito pluralista, m�ltiplo que incita e excita a cria��o. Esse encontro afetivo, certamente, trar� frutos liter�rios e po�ticos a cada participante e suas produ��es distintas, mas n�o fechadas”, espera Jo�o.

Mario Rosa destaca os encontros: “Por uma coincid�ncia feliz [professores-poetas] est�o no mesmo espa�o de trabalho, portanto, � natural que, uma hora ou outra, se encontrem para conversar, trocar ideias sobre literatura”. Ele pontua que das conversas surgem livros e outras produ��es. “Participar dessas frentes � importante pela amizade, sobretudo pelo di�logo entre poetas de escritas t�o dife- rentes. A influ�ncia, se existe, est� em n�o perder nunca o di�logo, e de prefer�ncia ao vivo”, afirma.

O grupo congrega diversas trajet�rias, com poetas que realizam trabalhos tamb�m em espa�os externos ao Cefet-MG. “Cada um de n�s tem uma produ��o po�tica singular, fruto das nossas experi�ncias, das nossas aulas de literatura e, sobretudo, de nossas pesquisas individuais. Tais pesquisas acabam por culminar numa conex�o de pessoas que pensam sobre a palavra e a utilizam como forma de p�r em cena o mundo contempor�neo no qual nos inserimos”, avalia a professora �ngela Vieira Campos.

�ngela enumera algumas caracter�sticas para definir a “teia de afeto” em que o grupo se tornou: cr�tico, solid�rio e amoroso. “� muito importante tecer esse di�logo com meus colegas dentro da institui��o e dessa forma consolidar nosso trabalho, nossas reflex�es. Mas compreendo que todos n�s somos filhos desse tempo, desse contempor�neo. Nesse sentido, nossa poesia faz parte de todos os espa�os onde ela ressoa e, com certeza, transita por todos eles”, afirma �ngela.

Literatura infantil

O Posling – Programa de P�s-gradua��o em Estudos de Linguagens acolhe estudos sobre literatura infantil. As pesquisas desenvolvidas e os eventos promovidos contribuem para ampliar as discuss�es sobre a literatura infantil contempor�nea em torno da edi��o, produ��o e do seu papel na forma��o de leitores. Amanda Ribeiro, J�ssica Maria Tolentino, V�vian Stefanne Soares Silva e Pollyanna Mattos Vecchio tamb�m desenvolvem trabalhos na �rea. Adriana Rodrigues Gon�alves, Fl�vio Jos� Vargas Pinheiro e Jussara Maria Le�o Coelho Amaral defenderam disserta��es sobre o tema.

A professora Marta Passos Pinheiro � refer�ncia em pesquisas sobre forma��o de leitor de literatura, design de livros para crian�as e jovens, letramento liter�rio, literatura infantil e juvenil. Em 2019, organizou, juntamente � orientanda J�ssica Maria Tolentino, o livro Literatura iInfantil e juvenil: campo, materialidade e produ��o, no qual publica um artigo sobre a materialidade da literatura infantil contempor�nea. Ana Elisa Ribeiro orienta trabalhos sobre o tema e j� publicou livros de literatura para crian�as.

O projeto de extens�o Aula Aberta promove aulas, palestras e debates sobre temas variados e na segunda-feira (14) recebeu Fab�ola Farias, leitora-votante da FNLIJ (Feira Nacional do Livro Infantojuvenil), para discutir  “o que faz do livro um produto infantil”. Os congressos e semin�rios promovidos pela institui��o (neste ano, o 2º Teias e o Semin�rio Cartografias da Edi��o Independente), bem como a Festa de Linguagens e Ci�ncias do Cefet-MG (Flic), em 21 e 22 de outubro, organizam eixos tem�ticos que possibilitam apresenta��es de trabalhos, propostas de minicursos e oficinas na �rea da literatura infantil, al�m de incluir, em sua programa��o, feiras liter�rias.
 
Dedicat�ria

Angela Vieira Campos

A cada verso que a tinta persegue
a cada suspiro que a palavra cala,
evoco todos os dizeres
de todas as vozes
rasuradas:
para cada desejo esquecido
no fundo de uma gaveta humana
para as labaredas adormecidas
entre folhas secas.
(Ou�o um grito e n�o vejo rosto
Por esse rosto que nunca vi)
para as lib�lulas da escurid�o
por todos os irados em segredo
para o animal acuado sob a mira da lei
por todas as �nsias insaci�veis
pelos n�mades aqui dentro
em deslocamento
pelo n�o, esse canto.

Tinha sempre

M�rio Alex Rosa

Era preciso alguma raz�o
quando naquela noite voc�
apenas contou algumas estrelas,
passou de uma caneta para um l�pis
e escreveu: “elas n�o s�o suficientes
Para guardar o amor”
As palavras j� n�o tinham mais for�as,
era apenas uma forma de relembrar
o ver�o quando caminhamos pr�ximos ao mar,
atravessamos toda a tarde, todas as pedras,
para ouvir agora aquele doce marulho
tinha sentido.
 
 Boca na palavra, vias do canto
» Santiago Sobrinho, Rog�rio Barbosa, Wagner Moreira e M�rio Alex Rosa
Organiza��o: Wagner Moreira e M�rio Alex Rosa
Impress�es de Minas
132 p�ginas 
R$ 20
Lan�amento: 21 de outubro, Cefet-MG, Av. Amazonas, 5.253
 
 
7ª Festa de Linguagens e Ci�ncia (Flic)

Evento do Programa de P�s-gradua��o em Estudos de Linguagens do Cefet-MG

Palestras, debates, oficinas e minicursos sobre temas como tecnologia, jornalismo, linguagem, arte, poesia e vida acad�mica

Data: 21 e 22 de outubro, das 14h �s 22h30

Local: C�mpus 1 – Avenida Amazonas, 5.253, Nova Su��a, em Belo Horizonte

Professores-poetas
 

�ngela Vieira Campos 
A poeta tem dois livros publicados, Sendas no sil�ncio e Teatro das sombras. A convite do Museu Nacional da Poesia, de Belo Horizonte, resolveu publicar Sendas no sil�ncio, que trata do di�logo com a tradi��o da poesia, mas acena tamb�m para uma preocupa��o com a multiplicidade, a prolifera��o e o transbordamento de imagens culturais que nos constituem em Minas Gerais e fora dessa terra: na Am�rica Latina, por exemplo, na Europa, no Oriente. Para se autodefinir, a poeta recorre � ideia de n�made em Gilles Deleuze: � aquele que n�o se move por deslocamentos f�sicos, mas por intensidades. “Tento escrever pela intensidade, pelas sensa��es e pela ideia vision�ria de quem anseia por outras possibilidades de vida que s� a arte, e neste caso a arte po�tica, � capaz de criar. Teatro das sombras realiza essa desmedida e essa busca pelo que a palavra fala e o que ela cala, quando � sombra.
 
Olga Valeska Soares Coelho
A poeta costuma abordar temas de cunho existencial e filos�fico. Come�ou a escrever muito cedo, com o primeiro poema publicado aos 16 anos, em concurso de poesia m�stica promovida por um jornal de S�o Paulo. Quando ela entrou no Cefet, o professor Rog�rio Barbosa a estimulou a publicar poemas autorais na revista Ato. Publicou Mundos e muta��es, pela editora Anome. Esse livro � uma cosmogonia po�tica que se enra�za em experi�ncias bem cotidianas e existenciais e se amplia, no n�vel da enuncia��o, at� a dimens�o cosmog�nica e escatol�gica. Mundos e muta��es � composto por dois livros: o Livro I cont�m poemas verbais e o Livro II, imagens digitais que traduzem os poemas do primeiro livro. Atualmente, prioriza publica��es em antologias po�ticas nacionais e internacionais. Al�m disso, participa de performances, realizando trabalhos que exploram a interface entre poesia e corpo.
 
 Jo�o Batista Santiago Sobrinho
“Escrevo faz muito tempo. E aprendi a escrever apesar da escola”, diz. Publicou um romance em 2005, um livro de prosa po�tica, Nimuendaju (Editora Lutador), o ser que faz o pr�prio caminho. Tamb�m � autor do livro de ensaios Mundanos fabulistas: Guimar�es Rosa e Nietzsche (Editora Cris�lida) e de poesia, Dois rios (Editora Cris�lida). Tem tr�s livros em andamento – um de poesia, outro romance e um de ensaio. “Sempre gostei muito de poesia e filosofia. Sinto-me bem nesses espa�os relacionais”, conta.
 
Ana Elisa Ribeiro
Come�ou a escrever bem jovem. Publicou o primeiro poema, no Estado de Minas, aos 19 anos. O primeiro livro foi aos 22, parte da cole��o Poesia Orbital, quando BH fazia 100 anos. Publicou v�rios livros desde ent�o, entre poesia, conto, cr�nica, infantis e juvenis, por diversas editoras. “Alguns livros circulam bem, em clubes de leitura ou em compras p�blicas; outros me deram pr�mios e alegrias de outras naturezas”. Participou de v�rios eventos liter�rios no Brasil e no exterior. Mas n�o ficou nisso. “Gosto tamb�m de produzir e provocar, ent�o editei cole��o de poesia, produzi eventos e propus projetos a muita gente legal”, diz.
 
Mario Alex Rosa
Mario conta que a trajet�ria liter�ria come�a pela falta. “Aus�ncias que tento resolver na poesia, nos meus objetos. Parte da minha cria��o � a tentativa de preencher essas aus�ncias que n�o param de chegar. Chegam sempre pra doer em algum canto dos nossos pensamentos”, afirma. Junto � carreira como professor, atua como curador de literatura. Por dois anos foi curador do Festival de Literatura de S�o Jo�o del-Rei (Felit). � poeta, autor do livro ABC Futebol Clube e outros poemas.

Entrevista

ANA ELISA RIBEIRO
professora e  poeta

“� preciso 
poetizar paredes”

O que podemos falar sobre a produ��o que se irradia do Cefet-MG nessa tradi��o na poesia mineira? Podemos falar em movimento liter�rio?
O que temos, a meu ver, � um grupo de pessoas que gostam de literatura e de artes em geral reunido na mesma cena, na mesma institui��o, nos mesmos espa�os, inclusive espalhando isso por onde passa. Uma institui��o que, a despeito de sua hist�ria centen�ria com as ci�ncias exatas e dos narizes torcidos de alguns poucos mais preconceituosos – isso acontece em todo lugar. Talvez por isso mesmo, faz a gente precisar da poesia como do ar. � preciso poetizar as paredes, o corredor infinito que d� numa parede azul, a falta de lugar para sentar e conviver, oxigenar um pouco o batid�o de aulas e o barulho ca�tico de todo mundo sempre correndo em linhas retas. Um grupo de pessoas convive ali, no mesmo tempo-espa�o, e como temos um clima bom entre n�s, sempre sai algum projeto mais coletivo, mais conjunto, que depende de troca, conversa e alegria. De fora, pode ficar parecendo mais organizado do que �; e que bom. N�s estamos em sintonia com BH tamb�m, bem pr�ximos da rua. Nossa sede fica � beira da Amazonas, onde passa uma parte da popula��o, a p� e dentro das dezenas de linhas de �nibus. Sabemos o que significa BH para a literatura e a literatura para BH.

Em que medida pesquisas e estudos empreendidos na gradua��o e na p�s-gradua��o impulsionam e qualificam essa produ��o?
Nossos cursos de gradua��o em letras e de p�s-gradua��o em linguagens acabam atraindo pessoas tamb�m dispostas � poesia, � edi��o, ao livro, � leitura, �s artes. Nosso bacharelado em edi��o pega firme nessas discuss�es, traz a literatura para um �mbito muito materializado, muito intenso. Muitos estudantes chegam l� j� escritores ou desejosos disso, atra�dos por nossa proposta. Outros v�o se preenchendo disso, se aproximando e s�o fisgados. Na p�s, mais ainda. Chegam-nos, por meio do processo seletivo regular ou de disciplinas isoladas, editores profissionais, escritores plenos ou iniciantes, artistas pl�sticos das mais diversas linguagens, ilustradores, tradutores, etc. � uma energia que encontra seus correspondentes. Talvez da� pare�a um “movimento”. Sabemos que n�o �. � uma boa conflu�ncia, isso sim. As dezenas de estudos que t�m sido feitos, na gradua��o e na p�s, ao longo da �ltima d�cada, v�o se tornando um acervo qualificado de pensamento e a��o sobre muitos temas da cultura, em especial a liter�ria, tradicional ou contempor�nea.

Como s�o estabelecidas as intera��es entre voc�s? Como os trabalhos de voc�s dialogam? Ou como as respectivas obras s�o afetadas por esse coletivo?
Cada um tem seu trabalho, sua aposta, sua voz, individualmente. Alguns s�o mais pr�ximos entre si, t�m mais parcerias; outros, menos. Mas quando um ou dois convocam os outros, a diversidade � respeitada, ao mesmo tempo em que um organizador e um designer d�o forma harm�nica a um conjunto. Participar disso � sempre muito amistoso e divertido, dentro das possibilidades de cada um e de todos. Publicamos, recentemente, um livro intitulado Boca na palavra, vias do canto, com poemas de sete de n�s. A organiza��o � de Wagner Moreira e M�rio Alex Rosa, poetas sempre dispostos aos trabalhos coletivos. Temos feito lan�amentos aqui e ali, numa disposi��o muito bonita. Outro exemplo s�o os livros de teoria que fazemos juntos, com cap�tulos de todos, como foi o Edi��o & cr�tica, organizado por Luiz Henrique Oliveira e Wagner. O design e os aspectos gr�ficos sempre envolvem nossos estudantes, que v�o convivendo com isso horizontalmente. Os eventos tamb�m funcionam como coletivos ef�meros, flash mobs. Fazemos a Festa de Linguagens e Ci�ncia h� sete anos e ela s� acontece porque as pessoas atendem a um chamado. Elas sabem que podem chegar, se aproximar. Eu mesma executo um projeto de extens�o chamado Aula aberta, cujo objetivo � abrir as portas das salas de aula para que as pessoas interessadas venham ouvir e dialogar com um/a professor/a sobre algum tema relevante, proposto por quem vai falar, mas editado por quem vai ouvir. Enfim: somos muito perme�veis. E somos feitos de mais do que a exatid�o. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)