(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PENSAR

Drummond, 120 anos: novidades provam que obra segue mais viva do que nunca

Poeta mineiro tem homenagens no Flitabira, novas edi��es de cl�ssicos como "A rosa do povo", novos livros infantis e um dicion�rio em prepara��o


28/10/2022 04:00 - atualizado 27/10/2022 23:40

Drummond
Carlos Drummond de Andrade (foto: Lelis)

 

Bertha Maakaroun

 

Restam outros sistemas fora

 do solar a colonizar. 

Ao acabarem todos 

s� resta ao homem 

(estar� equipado?) 

a dific�lima dangeros�ssima viagem

 de si a si mesmo: 

p�r o p� no ch�o 

do seu cora��o 

experimentar 

colonizar

 civilizar

 humanizar

 o homem

descobrindo em suas pr�prias inexploradas entranhas

 a perene, insuspeitada alegria

 de con-viver. 

 

(Carlos Drummond de Andrade, 

O homem; as viagens, em

 “As impurezas do branco”)

 

 

Este � o ano de Carlos Drummond de Andrade. Segue vivo, presente, eterno, em seus 120 anos de nascimento. A efem�ride � celebrada em um conjunto de atividades que convergem para relan�amentos e lan�amentos in�ditos pelas editora Record e Jos� Olympio, al�m de um conjunto de atividades iniciadas na pr�xima segunda-feira, 31 de outubro, anivers�rio do poeta, a come�ar pela Maratona 24 Horas de Leitura – 120 anos de Drummond, quando, em transmiss�o simult�nea, ser�o feitas  leituras ao vivo e ininterruptas da obra Carlos Drummond de Andrade, da zero hora � meia-noite.  

 

As celebra��es e homenagens a Drummond ser�o realizadas durante a segunda edi��o do Flitabira, evento liter�rio promovido pelo Sempre um papo na cidade natal do poeta. O festival tem a curadoria do jornalista Afonso Borges, dos escritores Ant�nio Carlos Secchin e Tom Farias e do artista visual Pedro Drummond, neto. A curadoria local, por sua vez, foi feita por Sandra Duarte e Rafael de S�. O festival se estender� at� 6 de novembro, domingo, na rua da “Casa de Drummond”, onde ser� montada uma imensa livraria, uma diversificada �rea de gastronomia e um palco onde v�o se alternar atra��es do Vijazz Blues Festival, que vai acontecer paralelamente ao festival. 

 

Durante o Flitabira, ser�o lan�adas pela Editora Record novas edi��es de “A rosa do povo”, com posf�cio de Affonso Romano de Sant’Anna; “As impurezas do branco”, com texto de Bruna Lombardi; a colet�nea “Quando � dia de futebol”, que resgata posf�cio de Pel�; al�m de uma antologia in�dita, “O gato solteiro e outros bichos”, organizada por Pedro Drummond, neto do poeta, mais focado no p�blico de jovens, com textos sobre animais, direitos dos animais e meio ambiente.  Prevista para ser lan�ada pela Editora Jos� Olympio na Festa Liter�ria Internacional de Paraty, entre 23 e 27 de novembro, est� ainda a edi��o hist�rica “Viola de bolso” em vers�o fac-s�mile, com a reprodu��o das emendas feitas a m�o pelo pr�prio autor. 

 

Ao longo deste ano, a Editora Record lan�ou seis outros t�tulos de Carlos Drummond de Andrade. Os primeiros quatro livros escolhidos para abrir a cole��o – que soma 63 obras – s�o pilares  drummondianos, uma porta de entrada para as novas gera��es de leitores: “Antologia po�tica” (1962), “Claro enigma” (1951), “Sentimento do mundo” (1940) e “Alguma poesia” (1930).  Essas novas edi��es contam com uma cronologia que cita os principais acontecimentos, a contar da data do lan�amento pelo autor, em vida, dos tr�s anos que antecederam a primeira edi��o e os tr�s subsequentes. Completam a lista os livros infantojuvenis relan�ados pela editora: “A cor de cada um” e “Crian�a d’agora � fogo”. Al�m das novas publica��es com in�dito trabalho de fixa��o dos textos, o poeta foi distinguido, ao longo do ano, com interven��es urbanas, saraus e homenagens em eventos como o CasaCor e o Paix�o de Ler. 

 

Os 120 anos de Drummond tamb�m ser�o marcados por debates, shows, gastronomia, lan�amentos de livros e exposi��es programados na segunda edi��o do Flitabira, que tem o patroc�nio do Instituto Cultural Vale e apoio da Prefeitura de Itabira e da Funda��o Cultural Carlos Drummond de Andrade. Toda a programa��o ser� em formato figital: presencial (em uma imensa montagem na Pra�a do Centen�rio) e digital  (pelas redes sociais YouTube,  Instagram e Facebook).  

 

A abertura oficial do festival ser� em 3 de novembro, �s 19h, no modo figital: de um palco montado na Pra�a do Centen�rio, na frente da Casa de Drummond, Hugo Barreto, presidente do Instituto Cultura Vale, e o gestor Afonso Borges conversam com o diretor do Sesc S�o Paulo, Danilo Miranda, e o escritor e m�sico Jos� Miguel Wisnik, estes fisicamente no palco do CPF Sesc, em S�o Paulo. Ambos com p�blico presente em seus audit�rios. Os temas da conversa ser�o ‘Os rumos da cultura brasileira’ e o ‘Legado de Drummond’. Na sequ�ncia, �s 21h, o ator Thiago Lacerda far� a leitura de textos do poeta, com as presen�as de Pedro Drummond, Adriano Fagundes e o editor da Record, Rodrigo Lacerda, e pelo prefeito de Itabira, Marco Antonio Lage.

 

Em 5 de novembro, o Flitabira levar� � cidade uma das revela��es da nova prosa portuguesa, a escritora Rute Sim�es Ribeiro, que vai fazer o lan�amento nacional do seu livro “A breve hist�ria da menina eterna” (Editora N�s). No mesmo dia, uma das revela��es da literatura brasileira dos �ltimos anos, a mineira Carla Madeira, autora de “Tudo � rio”, conversar� com Afonso Borges sobre sua obra e cria��o liter�ria, dividindo a mesa com o escritor e editor Rodrigo Lacerda.

 

De Portugal vir� tamb�m o fot�grafo Adriano Fagundes, brasileiro radicado em Lisboa, para a inaugura��o da exposi��o baseada no livro “Vasto mundo”, um dos destaques da programa��o, que re�ne textos de Carlos Drummond de Andrade selecionados por seu neto, Pedro Drummond.  Uma segunda exposi��o, “Muros invis�veis” apresentar� 42 retratos de moradores da cidade, clicados pelo fot�grafo itabirano Yury Oliveira. As fotos, expandidas em pain�is de 3 metros de altura, est�o expostas no principal logradouro da cidade, a Pra�a Dr. Acr�sio Alvarenga, mostrando a exuber�ncia da produ��o afro-empreendedora do munic�pio. A terceira exposi��o, “A m�quina do poeta”, consiste na exibi��o das pranchas originais do premiado livro “A m�quina do poeta”, do artista pl�stico, escritor e ilustrador belo-horizontino Nelson Cruz, e vai ser instalada na Fazenda do Pontal. 

 

Em uma cortesia do festival, 100 livros autografados ser�o distribu�dos para professores e estudantes de baixa renda das escolas de Itabira.

 

 

Destaques do Flitabira

 

31/10 – Maratona 24 horas de leitura de textos de Drummond, da zero hora � meia- noite, presencial, na Funda��o Cultural Carlos Drummond de Andrade, com transmiss�o on-line

 

Ciclo de debates “12x120”, com 3 lives por dia, sendo 12 pain�is com dois convidados cada um abordando tanto os aspectos gen�ricos quanto acad�micos da obra do poeta. Entre 3 e 6 de novembro, em transmiss�o pelo YouTube do Flitabira e do CPF Ses. Participam Elisa Lucinda, Eucana� Ferraz, Antonio Torres e 30 convidados

 

1º/11 – Abertura da exposi��o presencial "M�quina do poeta", do escritor e ilustrador Nelson Cruz (inspirado em Drummond)

 

 3/11 abertura oficial do Flitabira. Debate com Afonso Borges, Danilo Miranda e Jos� Miguel Wisnik 

 

3/11 – Leitura presencial de textos de Drummond com Thiago Lacerda, Pedro Drummond, Adriano Fagundes e Rodrigo Lacerda

 

 5/11 – Participa��o da escritora portuguesa Rute Sim�es Ribeiro

 

 

Servi�o

 

“2º Flitabira – Festival Liter�rio Internacional de Itabira”

 

De 31 de outubro a 6 de novembro

Atividades presenciais na Pra�a do Centen�rio, em Itabira (MG) e atividades on-line nas redes do Festival (@flitabira)

Mais informa��es em www.flitabira.com.br 

O poeta de A a Z 

 

Jo�o Pombo Barile
Especial para o EM
 
Nos 120 anos do poeta mineiro, um dos mais aguardados lan�amentos � o “Dicion�rio Drummond”. E que deve chegar �s livrarias no in�cio do ano que vem. Com a edi��o comandada pelo professor em teoria liter�ria e literatura comparada da Universidade de S�o Paulo Samuel Titan, e organiza��o do professor de literatura brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro Eucana� Ferraz e do pesquisador Bruno Cosentino, o volume ser� publicado pelo Instituto Moreira Salles, que, desde 2011, tem sob sua guarda parte do acervo do poeta. 

“A ideia de fazer um dicion�rio sobre Drummond aconteceu no final de 2017”, conta Eucana�. “Conversava sempre com o Fl�vio Pinheiro, que na �poca trabalhava no IMS, sobre poss�veis projetos que poder�amos criar a partir do acervo de Drummond de que temos a guarda. Surgiu ent�o a ideia do dicion�rio”.

Segundo Eucana�, os primeiros verbetes foram escolhidos por ele e o escritor Victor Heringer. “Come�amos ent�o a fazer um levantamento com alguns nomes para escrever os verbetes”. Com a morte de Heringer, em 2018, o pesquisador Bruno Cosentino foi convidado para participar do projeto.  

“Quando cheguei, j� havia a primeira vers�o da lista de verbetes, feita pelo Eucana� e o Victor.  A partir da�, fomos escolhendo os autores, mudando alguns verbetes, recebendo os textos, lendo. Em suma: come�ando a colocar em pr�tica a feitura do dicion�rio. Definimos ent�o um sum�rio, com alguns temas. Era um projeto que deveria durar tr�s anos”, relembra Bruno.

A ideia do livro era apresentar um quadro abrangente do vasto mundo de Drummond, analisado em forma de verbetes de v�rios tipos. “N�o queria uma linguagem dura, muito t�cnica. Por isso, demos total liberdade para os colaboradores escreverem o texto no estilo que achavam necess�rio. Pequenos ensaios”, conta Eucana�. O resultado � que, em vez de muitos verbetes curtos, o dicion�rio acabou ganhando um formato com verbetes mais longos, em que o colaborador p�de desenvolver mais o seu pensamento”, conta Eucana�.

Um primeiro grupo ser� sobre os livros do poeta. E ter� verbetes como “Alguma poesia”, “A rosa do povo”, “Claro enigma” ou “Li��o de coisas”; um segundo ser� com alguns dos poemas mais conhecidos, como “Quadrilha”, “Poema de sete faces”, “No meio do caminho”, “Caso do vestido”, “A flor e a n�usea” ou “A m�quina do mundo”. J� um quarto bloco ter� temas que s�o constantes na produ��o do poeta: o amor, a pol�tica, o erotismo, a guerra, Itabira, a minera��o, e a morte. 

Cosentino revela ainda que haver� mais dois tipos de verbetes: sobre quadros hist�ricos e culturais e os biogr�ficos. “Ser�o verbetes como Modernismo, Nacionalismo, Iphan, associa��es de escritores, Estado Novo ou socialismo. E, por fim, de personalidades ligadas diretamente � biografia de Drummond, como por exemplo Pedro Nava, M�rio de Andrade, Manuel Bandeira, Gustavo Capanema, Antonio Candido ou Maria Julieta”, conta o pesquisador.
 
 

Confira trechos de alguns verbetes do dicion�rio

 

EROTISMO (Mariana Quadros)

A descri��o das partes er�genas dos corpos integrava as batalhas modernistas pelo “imperioso dever” de desrespeitar as “falsas tradi��es” e “romper com os preconceitos do passado”, nos termos cunhados pelo jovem intelectual ao discutir a tradi��o em literatura (ANDRADE, 1925, p. 32). Os “poemas antigos” pareciam artificiais e acad�micos. Contra esse equ�voco, desde a estreia, em “Alguma poesia” (1930), o poeta multiplicou as refe-   r�ncias a partes do corpo feminino. “Joelhos” ou “geolhos”, “coxas”, “pernas”, “n�degas”, “seios”, “tetas” e “maminhas” surgem em diferentes textos do volume.
 

BELO HORIZONTE (Ivan Marques)

Em 1920, ano em que a fam�lia de Carlos Drummond de Andrade passou a residir em Belo Horizonte, a capital mineira tinha apenas 23 anos e 55 mil habitantes. Fundada em 1897, a cidade foi a primeira a seguir no Brasil os padr�es modernos da reforma urbana realizada em Paris, sob a dire��o de Haussmann, em meados do s�culo 20. O engenheiro respons�vel pela constru��o de Belo Horizonte, Aar�o Reis, elaborou uma planta com ruas retas e largas, que favoreciam a circula��o de ve�culos. Em todas as cidades que adotaram o mo- delo parisiense, esse tra�ado racional e geom�trico teve como efeito a expuls�o das camadas populares das �reas centrais da cidade, al�m de dificultar a pr�pria intera��o das pessoas.  

M�E (Mirella M�rcia Longo Vieira Lima) 

Julieta Augusta Drummond nasceu em 20 de maio de 1869, em Itabira do Mato Dentro, filha de Fl�via Augusta Teixeira Drummond e Ant�nio Jo�o de Freitas Drummond. Ao completar 15 anos, a mo�a que se tornaria m�e do poeta Carlos Drummond de Andrade deixou o Mosteiro de Maca�bas. Na casa de recolhimento que funcionava tamb�m como um educand�rio para meninas, Julieta Augusta aprendera franc�s, geografia, m�sica e adquirira o h�bito de ficar sentada cosendo; como aparece em duas estrofes de “Inf�ncia,” poema escrito por seu filho: “Meu pai montava a cavalo, ia para o campo./ Minha m�e ficava sentada cosendo./ Meu irm�o pequeno dormia./ Eu sozinho menino entre mangueiras/ lia a hist�ria de Robinson Cruso�,/ comprida hist�ria que n�o acaba mais.//[...] Minha m�e ficava sentada cosendo/ olhando para mim:/ – Psiu... N�o acorde o menino./ Para o ber�o onde pousou o mosquito. / E dava um suspiro... que fundo!” (ANDRADE, 2013a, p. 13).

MINERA��O (Jos� Miguel Wisnik)

Um dos modos pelos quais se pode interpretar a conjuga��o de extremo apego � prov�ncia natal com sentimento cosmopolita do vasto mundo, em Drummond, � relacionando sua obra com a hist�ria da minera��o em Itabira do Mato Dentro. Desde o in�cio do s�culo 20, a pequena povoa��o de origem colonial incrustrada entre imensas jazidas de ferro tornou-se o epicentro de uma acirrada disputa pelo controle da explora��o ferr�fera no Brasil, envolvendo a um s� tempo a acanhada realidade local, o cen�rio pol�tico nacional e o mercado mundial de min�rio. O desenrolar desses acontecimentos repercute nos escritos de Drummond de maneira muitas vezes direta, outras vezes de maneira indireta e, no limite, de maneira oculta mas, afinal, �bvia, se recuperada pela perspectiva hist�rica. 
 

Dois livros para as crian�as

 
A leitura de “A cor de cada um” me fez lembrar do meu saudoso amigo Bartolomeu Campos de Queir�s. Um dia, acho que foi em 2011, quando estava lan�ando “Vermelho Amargo”, quis saber se ele se n�o se incomodava de ser tachado de escritor infantojuvenil por parte da cr�tica, sempre interessada em colocar a literatura em um escaninho. Ele ent�o abriu um sorriso e disparou: "N�o me importo, n�o. Me lembro de uma conversa que tive um dia com a Henriqueta Lisboa, sobre essa hist�ria de existir autor para adulto e autor para crian�a. Ela disse: ‘Sabe de uma coisa, Bartolomeu? A natureza � muito s�bia. Ela conhece a hora de florescer, de dar os frutos, de amadurecer. Tem a �poca da chuva e a da seca. A natureza divide o tempo em esta��es. E, com toda essa sabedoria, nunca fez uma �rvore para crian�a e outra para adulto. Nem fez um Sol para crian�a e outro para adulto. Se quisermos ser s� um pouco s�bios, ent�o n�o devemos fazer literatura para crian�a e literatura para adulto. Ou � literatura ou n�o �’".

Nesta nova edi��o de “A cor de cada um”, que cont�m textos adicionais e ilustra��es in�ditas, o livro est� dividido em tr�s partes: na primeira, “Mil novecentos e pouco”, os poemas retratam a inf�ncia e as rela��es familiares em uma cidadezinha do interior. A se��o seguinte, “Roendo o tempo”, fala com grande lirismo dos problemas t�picos das primeiras fases da vida – das brincadeiras de menino ao cotidiano dos col�gios e aos amores de juventude. J� a �ltima se��o, “A cor de cada um” re�ne fic��es curtas. 

Um livro s� para os pequenos? 
Como dizia Henriqueta: ou � literatura ou n�o �. 
E um livro de Drummond ser� sempre literatura. 


“Quero lasanha”


Quem tem hoje um pouco mais, um pouco menos de 50 anos, lembra-se da felicidade que a gente sentia quando sa�a um novo n�mero da cole��o “Para Gostar de Ler”. Foi atrav�s dela que muitos dos leitores adultos de hoje, inclusive este limitado resenhista, entrou em contato com autores como Carlos Drummond, Rubem Braga, Fernando Sabino ou Paulo Mendes Campos. 

A lembran�a me veio � mente ao reler a cr�nica “No restaurante”, de Carlos Drummond de Andrade, neste pequeno grande volume chamado “Crian�a dagora � fogo”. Na cr�nica que abre o livro, uma menina de 4 anos vai ao restaurante com o pai e demonstra quem � que manda ao impor sua vontade suprema de comer lasanha. (Ler box.) Quem de n�s j� n�o viveu esse problema na hora de escolher o pedido com o filho no restaurante? Na �poca em que li pela primeira vez o texto, me identificava com a menina. Hoje com o pai. Pequena antologia com algumas divertid�ssimas cr�nicas do poeta mineiro, de livros como “Cadeira de balan�o”, “A bolsa & a vida”, “O poder ultrajovem”, o livro � uma excelente introdu��o para a crian�ada virar leitora do grande poeta. (JPB)

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)