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Estado de Minas PENSAR

'Samba de enredo: hist�ria e arte' ganha nova edi��o

Obra de Luiz Antonio Simas e Alberto Mussa confirma o g�nero musical como uma das mais �picas manifesta��es culturais do pa�s


17/02/2023 04:00 - atualizado 16/02/2023 23:37

Trilha sonora dos desfiles das agremiações carnavalescas do Rio de Janeiro, o samba de enredo é, na avaliação dos autores, um gênero genuinamente brasileiro, que não sofreu influências artísticas estrangeiras
Trilha sonora dos desfiles das agremia��es carnavalescas do Rio de Janeiro, o samba de enredo �, na avalia��o dos autores, um g�nero genuinamente brasileiro, que n�o sofreu influ�ncias art�sticas estrangeiras (foto: afp)

 
Come�o este texto com um desafio: voc� pode cantarolar um samba de enredo que marcou sua vida? Certamente, os versos vieram � mem�ria. Quem n�o se emociona ao ouvir: “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre n�s e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”, cantado pela Imperatriz Leopoldinense de 1989? Os sambas de enredos – assim com o uso do “de” – s�o patrim�nio cultural brasileiro como mostram Luiz Antonio Simas e Alberto Mussa na edi��o revista e ampliada de “Samba de enredo: hist�ria e arte”, lan�ada no in�cio do m�s em uma roda de samba de enredo no Rio de Janeiro.

A pesquisa para a escrita da obra, muito minuciosa e igualmente prazerosa, permite ao leitor resgatar sambas de enredo memor�veis, o que pode ser uma boa pedida tanto para os foli�es que querem curtir a apresenta��o das escolas in loco, quanto para quem n�o � muito afeito � folia, mas reconhece a beleza dessas can��es.

Os autores fazem uma costura das informa��es sobre o processo de cria��o dos sambas de enredo, do ponto de vista l�rico, e como eles se relacionam com a hist�ria social do pa�s. Simas e Mussa ouviram cerca de 1,6 mil can��es gravadas at� 2009 para fazer a an�lise.

Eles defendem a tese de que o samba de enredo � “o �nico g�nero �pico genuinamente brasileiro – que nasceu e se desenvolveu espont�nea e livremente, sem ter sofrido a m�nima influ�ncia de qualquer outra modalidade �pica, liter�ria ou musical, nacional ou estrangeira”. Simas e Mussa ressaltam as composi��es carnavalescas como g�nero e o valor liter�rio das letras.  

A beleza dos sambas enredos - e o que os tornam ontol�gicos –, conforme mostram os autores, se deve muito � tem�tica, mas em grande medida pelo cuidado est�tico. “Embora a vincula��o ao enredo seja um crit�rio indispens�vel para defini��o de samba de enredo, certamente n�o � o �nico. Por se tratar de uma forma po�tica, o samba de enredo n�o pode ser compreendido sem que se defina sua unidade constitutiva fundamental: o verso.” O samba de enredo � um subg�nero do g�nero “samba”; portanto, segue uma constru��o r�tmico-mel�dica.

Os sambas de enredo s�o analisados a partir de per�odos, como “Malandro e regenerado”, “Carnavais de guerra e vit�ria: 1943-1946”. Os autores situam as primeiras obras-primas no per�odo de 1947-1950. A an�lise tamb�m se estende para um crit�rio definidor: a exig�ncia de os sambas de enredo abordarem temas nacionais. Os autores detalham as raz�es dessa determina��o e tamb�m a desobriga��o desse crit�rio em 1997.
 

Trecho do livro


“Diversas escolas de samba, sobretudo dos grupos de acesso, t�m aberto m�o, nos �ltimos anos, da realiza��o das disputas em quadra e optado pela encomenda dos sambas de enredo a parcerias consagradas. Os argumentos geralmente utilizados por essas escolas incluem desde problemas de ordem financeira para realizar disputas eliminat�rias de sambas at� a garantia de obter assim um samba de melhor qualidade.” 

"N�o h�
Nesse mundo
Cen�rio t�o lindo, t�o v�rio
E de tanto esplendor
Nos montes
Onde jorram
As fontes, que quadro sublime
De um santo pintor
Pergunta
O poeta esquecido
Quem fez essa tela
De riquezas mil
Responde
Soberbo o campestre
Foi Deus, foi o mestre
Que fez meu Brasil
Meu Brasil
bis
E se vires,
Poeta, o vale do rio
Em noite invernosa, em noite de estio
Seu ch�o de prata, riquezas es-
-tranhas, espraiando beleza
Por entre montanhas que passam, que ficam
Em terras t�o boas, Pernambuco
Sergipe, majestosa Alagoas
E a Bahia
Lend�ria das mil catedrais
E a terra do ouro, ber�o de Tiradentes
Que � Minas Gerais"

Vale do S�o Francisco, samba da Mangueira, composto por Cartola e Carlos Cacha�a 
 
 

“Samba de enredo: hist�ria e arte”  

  • Luiz Antonio Simas e Alberto Mussa 
  • Editora Civiliza��o Brasileira 
  • 266 p�ginas
  • R$ 59,90  


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