As leis precisam ser mais claras e feitas para que o povo entenda quais s�o os princ�pios de uma na��o que quer ser mais desenvolvida. A afirma��o foi feita pelo conselheiro em�rito da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) e presidente em�rito da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, nesta ter�a-feira, 03, durante semin�rio, na capital paulista, sobre a Lei n�mero 12.846, conhecida como Anticorrup��o.
A Lei 12.846, proposta pelo governo Lula, tramitou mais de tr�s anos e foi aprovada em julho, para entrar em vigor em fevereiro de 2014. Entre os principais pontos, permite ao gestor p�blico aplicar �s empresas multa de at� 20% do faturamento bruto por corromper servidores, financiar crimes, usar laranjas para obter benef�cios ou fraudar licita��es.
Ferreira comentou o relat�rio que analisa a percep��o de corrup��o, divulgado hoje pela Transpar�ncia Internacional, que apontou o Brasil como 72º colocado entre os 177 pa�ses analisados. "Estamos perdendo at� para Cuba, veja a que ponto chegamos", afirmou.
De acordo com Ferreira, o ponto-chave para combater a corrup��o no Pa�s � investir em educa��o e orientar as crian�as desde o in�cio para saber o que � certo ou errado. "Atr�s de um corrupto tem sempre um corruptor."
Tamb�m participante do semin�rio, o secret�rio-executivo da Controladoria Geral da Uni�o (CGU), Carlos Higino Ribeiro de Alencar, tamb�m refor�ou que a corrup��o atrapalha a efici�ncia. "Atrapalha aquele que produz mais e melhor. Temos interesse em trabalhar conjuntamente com o setor privado no combate a corrup��o", disse.
Segundo Alencar, leis similares anticorrup��o j� existem em outros pa�ses "com os quais queremos nos juntar". "Essa lei existe j� nas economias mais desenvolvidas do mundo, como Estados Unidos e Europa. Se almejamos ter um cen�rio similar temos que melhorar nosso arcabou�o legal com instrumentos equivalentes a esses de primeiro mundo."
Para Wagner Giovanini, diretor de compliance da Siemens, que tamb�m participa do evento, o Brasil tem avan�ado no combate a corrup��o, mas ainda n�o pode "dormir em ber�o espl�ndido". "O que se espera de uma empresa � cria��o de algo que consiga prevenir atos il�citos. Estou representando a Siemens e esse acordo de leni�ncia � uma consequ�ncia de um programa de controle", afirmou, referindo-se a forma��o de cartel em licita��es no metr� em S�o Paulo, processo no qual a empresa � r� confessa e est� contribuindo com as investiga��es.
Segundo Giovanini, que afirmou n�o poder entrar em mais detalhes do caso, as empresas s�o constitu�das por pessoas "e qualquer momento, mesmo que exista um bom programa de controle, algu�m pode cometer uma estupidez e um ato il�cito". "N�o adianta criar um programa s� pra ingl�s. A empresa gasta dinheiro e n�o protege a organiza��o e os funcion�rios."