
Eduardo Cunha est� convicto de que s� ser� investigado para justificar a abertura de inqu�rito contra o senador tucano Antonio Anastasia (MG). � que os dois foram colocados no balaio da Lava-Jato pelo mesmo delator, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, que disse ter entregue dinheiro numa casa no Rio de Janeiro e que esse dinheiro seria destinado a Eduardo Cunha e, no caso de Anastasia, a algu�m que ele acha que poderia ser o senador mineiro. A defesa de Youssef negou que ambos estivessem recebido dinheiro. “N�o tenho d�vidas de que o governo federal est� por tr�s disso. O procurador escolheu contra quem abriria inqu�rito”, avaliou o presidente da C�mara, colocando de forma mais coloquial o que havia escrito na nota oficial divulgada ontem no in�cio da manh�.
“O procurador-geral da Rep�blica agiu como aparelho, visando � imputa��o pol�tica de ind�cios como se todos fossem part�cipes da mesma lama. � lament�vel ver o procurador, talvez para merecer a sua recondu��o, se prestar a esse papel. E criminalizar a minha doa��o oficial de campanha sem criminalizar a dos outros � um acinte � intelig�ncia de quem quer que seja. Sabemos exatamente o jogo pol�tico que aconteceu e n�o d� para ficar calado sem denunciar a politiza��o e aparelhamento da PGR”.
‘PAUTA-BOMBA’ Instrumentos para Cunha cumprir o que diz n�o faltam. Como presidente da C�mara dos Deputados, ele tem o poder de elaborar a pauta da Casa e tamb�m apressar ou retardar a condu��o dos trabalhos em plen�rio. At� aqui, o governo vinha se segurando com a camaradagem da Presid�ncia da Casa, que evitava levar a votos a “pauta-bomba”. Agora, essa camaradagem acabou. “A C�mara vai funcionar normalmente. O que estiver em pauta, ir� a vota��o. Sempre divulgo a pauta com uma semana de anteced�ncia”, diz ele, antecipando desde j� que n�o quer conversa com o governo. E sim uma rela��o institucional.
Cunha tamb�m tem tamb�m alguma ascend�ncia sobre a CPI da Petrobras, onde esteve na quinta-feira e se colocou � disposi��o para depor. Foi dele a ideia de fazer do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) o presidente da CPI. Agora, ele promete voltar: “Vou l�, detalhar v�rgula a v�rgula dessa indecente peti��o do procurador-geral da Rep�blica, que, certamente, vai envergonhar muitos daquela respeitosa institui��o”.
UM PARTIDO ENROLADO

A legenda afirmou, por meio de nota, que: “o Partido Progressista n�o compactua com atos il�citos e confia na apura��o da Justi�a para que a verdade prevale�a nas investiga��es da Opera��o Lava-Jato”. Presidente da legenda e senador pelo PP do Piau�, Ciro Nogueira tamb�m se pronunciou: “Essa situa��o � surreal. Est�o listados praticamente todos os deputados que receberam doa��o oficial do partido em 2010. Eu espero que a situa��o se resolva logo e continuo tranquilo. Em nenhum momento eu titubeei. N�o conhe�o e nunca tive rela��o com o sr. (Alberto) Youssef”, disse, referindo-se ao doleiro preso em Curitiba e um dos principais delatores da Opera��o Lava-Jato.
As peti��es de Janot est�o fortemente lastreadas nas revela��es feitas por Paulo Roberto, um dos primeiros a assinar um acordo de dela��o premiada. E Costa ocupou o cargo na estatal petrol�fera, de 2004 a 2012, por indica��o do PP de Jos� Janene, depois por apoio de caciques do PMDB. Segundo o delator, Ciro Nogueira assumiu lideran�a “informal” da legenda ap�s a morte de Janene e era ele quem determinava como seriam feitos os repasses ao PP. Paulo Roberto afirmou, por exemplo, ter repassado R$ 1 milh�o, por interm�dio de Youssef, para a campanha ao Senado de 2010 de Benedito de Lira. O valor teria sa�do da cota do PP e seria decorrente de sobrepre�os em contratos da Petrobras. O senador disse ter ficado “surpreso” com a presen�a de seu nome na lista, que n�o sabe o conte�do das den�ncias e que est� “tranquilo”.

IND�CIOS Ex-deputado federal pelo PP da Bahia, M�rio Negromonte negou envolvimento com as acusa��es referentes � Opera��o Lava-Jato. O ex-ministro das Cidades disse, por meio de nota, reiterar seu posicionamento “no sentido de que tenho a mais absoluta convic��o de que as investiga��es apenas confirmar�o a completa insubsist�ncia dos ind�cios supostamente relacionados a mim”.
O vice-governador da Bahia, Jo�o Felipe de Souza Le�o, do PP, disse que n�o entendeu a raz�o de seu nome constar na lista. “Estou t�o surpreso quanto tantos outros, n�o sei porque meu nome saiu. Nem conhecia esse povo. Acredito que pode ter sido por ter recebido recursos em 2010 das empresas que est�o envolvidas na opera��o. Mas, botar meu nome numa zorra dessas? N�o entendo. O que pode ser feito � esperar ser citado e me defender. Estou cagando e andando, no bom portugu�s, na cabe�a desses cornos todos. Sou um cara s�rio, bato no meu peito e n�o tenho culpa.”