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Estado de Minas

Lava-Jato mira contas secretas de novo operador do PMDB


postado em 12/08/2015 19:49 / atualizado em 12/08/2015 20:09

A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato rastreia dados de uma offshore controlada pelo lobista Jo�o Augusto Rezende Henriques, que teria sido usada para abrir contas que movimentaram US$ 10,8 milh�es em propinas do PMDB. O valor seria por contrato de 2008 assinado por uma multinacional, com a Diretoria Internacional da Petrobras, para fornecimento do navio-sonda Titanium Explorer, usado para explora��o de petr�leo em alto mar.

"O pagamento de vantagem indevida destinada ao partido PMDB ocorreu por interm�dio do lobista Jo�o Augusto Rezende Henriques", informa o Minist�rio P�blico Federal na den�ncia criminal que levou ao banco dos r�us, nesta segunda-feira, 10, o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada, o novo operador do PMDB Jo�o Augusto, o ex-gerente da estatal Eduardo Musa e os lobistas Hamylton Padilha e Raul Schmidt Felippe Junior.

Os seis s�o acusados por corrup��o e lavagem de dinheiro pela cobran�a e promessa de US$ 31 milh�es em propinas, entre 2008 e 2009, na contrata��o do navio-sonda Titanium Explorer. Desse montante, o valor total da propina foi de US$ 20,8 milh�es.

Hamylton Padilha, o lobista que atuou em nome da norte-americana Vantage Drilling e do Grupo Taiwan Maritime Transportation Co (TMT) nos neg�cios com Zelada, confessou ter pago propinas no esquema. Parte para os agentes p�blicos Zelada e Musa, parte para outros dois lobistas que falavam em nome do PMDB e de seus indicados: Jo�o Augusto e Raul Schmidt.

"(O) contrato foi celebrado, tamb�m em 2008, no Rio de Janeiro com o valor de USD 15,5 milh�es, entre a sociedade Valencia Drilling Corporation, sediada na Ilhas Marschall, e que � subsidi�ria do Grupo Taiwan Maritime Transportation Co., com sede em Taiwan e presidida pelo acusado Nobu Su., e uma offshore, ainda n�o identificada, que era controlada por Jo�o Augusto Rezende Henriques", informa a for�a-tarefa da Lava-Jato.

Nobu Su era o representante do Grupo TMT, propriet�rio do navio-sonda que foi alugado pela Vantage para posterior afretamento � Petrobras. Sua m�e, � uma das principais acionistas da Vantage Drilling.

Um outro contrato de comissionamento por agenciamento, que para Lava Jato era forma de ocultar propina de Zelada e Musa, foi assinado pela Valencia, usada pelo Grupo TMT, com uma offshore controlada por Padilha, a Oresta Associated S/A.

"Caberia a Jo�o Augusto Rezende Henriques realizar o pagamento da vantagem indevida em favor do PMDB, enquanto Hamylton Padilha se encarregaria de pagar a parte da propina destinada a Eduardo Musa e Raul Schmidt Felippe Junior. Este, por sua vez, transferiria a parte da propina devida a Jorge Luiz Zelada."

Para a Lava-Jato, o contrato que envolveu propina para Zelada e o PMDB foi uma continuidade do esquema montado em dois outros contratos do tipo feitos pelo antecessor da Diretoria Internacional, Nestor Cerver� (2005-2008).

Nesses primeiros contratos, que envolveram pagamento de US$ 40 milh�es em propina pela Samsung Heavey Industries, por interm�dio do lobista Julio Gerin Camargo - delator da Lava-Jato - quem desempenhou o papel de Jo�o Augusto foi o primeiro operador do PMDB alvo da Lava Jato, Fernando Antonio Falc�o Soares, o Fernando Baiano. Teria sido ele o respons�vel pela entrega de pelo menos US$ 5 milh�es para o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar nega ter recebido recursos il�citos.

Mesmo caminho


Ex-funcion�rio da Petrobras, Jo�o Augusto � ligado ao PMDB de Minas Gerais, assim como Zelada. O novo operador de propinas do partido � um dos alvos centrais da apura��es que buscam aprofundar a colheita de provas da corrup��o na Diretoria de Internacional da Petrobras.

Hamylton Padilha, que passou a atuar pela empresa Vantage no final de 2008, diz que foi Raul Schimidt Felippe Junior que o procurou e "explicou que para o fechamento do neg�cio tamb�m seria necess�rio o pagamento de vantagem indevida a empregados p�blicos da �rea Internacional".

Padilha aceitou devolver R$ 70 milh�es, que seria oriundos de propina. "Na conversa, Raul Schmidt Felippe Junior informou a Hamylton Padilha que nesta negocia��o o interlocutor direto sobre o tema de propina seria Jo�o Augusto Rezende Henriques, ex-funcion�rio da Petrobras e conhecido como um lobista ligado ao PMDB, partido que dava sustenta��o pol�tica para Zelada permanecer no cargo", sustenta a for�a-tarefa do MPF.

Os investigadores acreditam que o caminho do dinheiro que chegou aos cofres do PMDB via Jo�o Augusto � o mesmo que serviu para pagar Zelada e Musa, com apenas altera��es no seu trajeto final. Para Zelada, a Lava-Jato j� identificou a conta em nome da offshore Tudor Advisory Inc, aberta no Lombard Odier Darier Hentch & Cie, em Genebra, Su��a. Por ela, Zelada recebia propina paga por Padilha. A offshore tem sede no Panam�.

Esses pagamentos sa�ram da conta controlada pelo delator em nome da offshore Oresta Associated S/A, no Banco UBS, em Zurique. Por meio dela e de outras contas que ca�ram no radar da for�a-tarefa, a Lava-Jato tenta mais elementos sobre a propina de US$ 10,8 milh�es destinada ao PMDB.

O delator disse que n�o participou da assinatura do contrato de Brokerage e Comission Agreement entre Nobu Su, do Grupo TMT e Jo�o Augusto Henriques. Mas disse que posteriormente o chin�s confirmou ter assinado o termo e pago os valores.

Ao aceitar a den�ncia criminal do MPF, o juiz federal S�rgio Moro apontou que apesar de envolver propina ao PMDB, o caso n�o h� identifica��o de pol�ticos com direito a foro especial.

"H� ainda, segundo afirma o MPF, poss�vel direcionamento de parte da propina ao PMDB. Entretanto, n�o h� na den�ncia identifica��o de qualquer autoridade com foro privilegiado que teria recebido tal propina, nem h� rastreamento documental do dinheiro da parte que foi supostamente intermediada por Jo�o Augusto Rezende Henriques ao referido partido pol�tico. N�o havendo acusa��o contra autoridade com foro privilegiado, nem prova mais concreta do efetivo pagamento de valores a autoridade com foro privilegiado, n�o h� falar em compet�ncia do Supremo Tribunal Federal", afirmou Moro.

A assessoria de imprensa do PMDB negou todas as acusa��es e disse que a sigla nunca autorizou quem quer que seja a ser intermedi�rio do partido para arrecadar recursos.


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