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Estado de Minas

Ideologia de g�nero provoca bate-boca na C�mara de Belo Horizonte

Em debate sobre plano de educa��o, qualidade do ensino perde espa�o para a pol�mica quest�o da diversidade sexual


postado em 25/09/2015 06:00 / atualizado em 25/09/2015 07:57

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.)
 

De um lado, cartazes com os dizeres “N�o mexam com as nossas crian�as”. Do outro, faixas pedindo respeito � quest�o de g�nero e � diversidade sexual. De todos os cantos, uma plateia exaltada e raivosa. E, no meio desse campo de batalha, a discuss�o em torno do Plano Municipal de Educa��o (PME) de Belo Horizonte, que definir� as diretrizes do ensino p�blico na capital nos pr�ximos 10 anos. Na audi�ncia p�blica sobre o PME ontem, na C�mara Municipal, pouco se falou sobre qualidade de ensino, valoriza��o do professor ou estrutura das escolas. A pol�mica em torno da chamada “ideologia de g�nero” tomou conta da Casa Legislativa, num debate acalorado que quase virou briga – entre participantes e at� entre vereadores.

Embora o texto do plano municipal n�o traga qualquer men��o a uma “ideologia de g�nero”, a bancada cat�lica e evang�lica, amparada por movimentos religiosos e em defesa da fam�lia, teme que a escola passe a ensinar que meninos e meninas n�o t�m um sexo definido e at� introduza banheiros unissex. � a terceira vez que o assunto centraliza as discuss�es em torno do PME, agora em audi�ncia convocada pelo vereador cat�lico Professor Wendel (PSB). “Qualquer vereador tem condi��o de colocar emendas. Sei de vereadores favor�veis � inclus�o do termo”, afirmou o parlamentar, sem citar nomes.


O vereador Arnaldo Godoy (PT) desafiou todos a encontrar no plano algo que remeta a essa ideologia. “N�o existe isso. A quest�o de g�nero � secular. � a quest�o do feminino e do masculino. � a submiss�o da mulher. A quest�o de g�nero est� sendo confundida aqui. Ou n�o vamos discutir mais sobre racismo e homofobia?”, questionou o parlamentar, cobrando mais foco nos debates sobre educa��o e criticando o colega. “Voc� (Wendel) convocou no seu panfleto uma audi�ncia sobre ideologia de g�nero. Temos que discutir � o aprendizado”, disse. Professor Wendel respondeu que vereadores t�m total liberdade para discutir o que for de interesse.

Mais exaltados que os parlamentares estavam os participantes. “� uma ideologia que est� incutida no ensino, que perverte a mentalidade dos filhos sem os pais saberem”, afirmou o presidente da Associa��o Nacional Pr�-Vida e Pr�-Fam�lia, Adrian Paz, vaiado pela plateia LGBT – sigla de L�sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transg�neros –, enquanto movimentos em defesa da fam�lia gritavam “respeito”.

O diretor do Centro de Luta pela Livre Orienta��o Sexual de Minas Gerais (Cellos), Bruno Beltran, cobrou a��es em favor da popula��o LGBT. “Queremos discutir identidades, e n�o ideologia. O que n�o sabem � que a maioria se descobre crian�a. Precisamos de amparo. Muitas fam�lias colocam transsexuais na rua. Queremos construir uma sociedade igualit�ria”, afirmou. A defensora p�blica J�nia Carvalho, que atua na �rea de direitos humanos, afirmou que 90% dos transsexuais que a procuram abandonaram a escola antes de se formar.

Educa��o

Professores e militantes da educa��o criticaram que a audi�ncia p�blica sobre o Plano Municipal de Educa��o (PME) n�o tratou sobre as quest�es mais centrais da �rea. “Estamos com uma greve marcada para o dia 30, numa audi�ncia sobre educa��o e at� agora vossas excel�ncias (vereadores) n�o se posicionaram a favor dos professores, da qualidade do ensino, do planejamento das aulas”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educa��o Municipal (Sind-Rede/BH), Anderson Rocha. A integrante da Comiss�o de M�es, Neuma Soares, saiu decepcionada da audi�ncia. “Esse movimento contra a ideologia de g�nero tira o foco da discuss�o da qualidade. E, al�m do mais, fam�lia � aquela que cria com amor. Pode ser homem com homem, mulher com mulher, av�”, disse.

 

Entenda o caso

A ideologia de g�nero t�m sido debatida em todo o pa�s, a exemplo do que ocorreu, no ano passado, durante a aprova��o do Plano Nacional de Educa��o (PNE) pelo Congresso Nacional. Na �poca, segmentos mais conservadores conseguiram tirar trechos que tratavam sobre quest�es de g�nero. Mas a discuss�o ganhou repercuss�o maior em BH por causa de epis�dio na Unidade Municipal de Educa��o Infantil Santa Branca. Em abril, um menino de 4 anos fez xixi na cal�a porque n�o queria ir ao banheiro junto de meninas. Segundo o pai, os banheiros estavam sendo usados de forma unissex, seguindo diretriz da prefeitura. A Secretaria Municipal de Educa��o de BH (Smed) informou na �poca que as placas foram retiradas para manuten��o.


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