Ao anunciar a desist�ncia de concorrer ao governo de Minas Gerais para tentar conquistar uma cadeira de senador por Minas Gerais, o ex-deputado Dinis Pinheiro (Solidariedade) movimentou a at� ent�o morna disputa pelo Senado. A pouco menos de dois meses do prazo para registrar as candidaturas nas elei��es de outubro, a maior parte das conversas partid�rias tem como foco principal as alian�as em torno do Pal�cio da Liberdade – articula��o que passa tamb�m pela composi��o da chapa majorit�ria, que inclui candidato a governador, vice, e dois ao Senado.
"S�o duas vagas ao Senado (por Minas Gerais) e todas as coliga��es devem apresentar dois candidatos" - Jo�o Marcos Lobo, presidente do PSB-MG
As articula��es do Solidariedade est�o sendo conduzidas por Dinis e pelo presidente estadual da legenda, deputado federal Jos� Silva. Por enquanto, n�o se sabe qual ser� o destino do Solidariedade nas elei��es, mas provavelmente estar� ao lado de PSDB, PSB ou DEM. As tr�s legendas j� haviam cortejado o partido, mas as pretens�es esbarravam na disposi��o do Solidariedade de lan�ar candidato pr�prio a governador. Diante do novo cen�rio, o PSDB, por exemplo, tenta agendar um encontro com Dinis ainda para hoje. “Nossos objetivos s�o os mesmos, e os advers�rios tamb�m”, afirmou o presidente estadual do PSDB, Domingos S�vio.
Embora o PSDB ainda conte com a candidatura do senador A�cio Neves – que ainda n�o definiu qual caminho pol�tico tomar� nas elei��es –, as articula��es s�o facilitadas pelo fato de serem duas cadeiras em disputa nas elei��es de outubro: deixam o Senado em 1º de fevereiro do ano que vem Zez� Perrella (PDT) e o pr�prio A�cio. Dessa forma, as chapas podem lan�ar dois candidatos. “Estamos abertos a uma ampla alian�a e vamos trabalhar para eleger nossos dois nomes”, disse o tucano.
O mesmo argumento � usado a favor do PSB, que tem como pr�-candidato a governador o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda. “S�o duas vagas, e todas as coliga��es devem apresentar dois candidatos”, lembra o presidente estadual do PSB, Jo�o Marcos Lobo. Por enquanto, n�o tem nenhum nome definido, mas a dire��o do PSB v� com simpatia uma chapa majorit�ria composta ainda por Dinis Pinheiro e pela deputada federal J� Moraes (PCdoB) como candidatos ao Senado.
ROMPIMENTO A primeira conversa entre PSB e PCdoB ocorreu h� duas semanas. Embora os comunistas tradicionalmente disputem as elei��es ao lado do PT, a poss�vel indica��o de Dilma Rousseff (PT) para disputar uma das vagas ao Senado dificultou uma composi��o com os petistas. No meio do caminho tinha ainda uma poss�vel alian�a com o MDB e a indica��o de outro nome da legenda para a vaga ao Senado. O estrago parece j� estar feito, e n�o � s� o PCdoB que tende a se afastar do PT em outubro. J� est� sacramentado o rompimento entre PT e MDB, embora o partido fa�a parte do governo Fernando Pimentel (PT) com Ant�nio Andrade como vice-governador.
Em pr�vias realizadas pelo MDB em maio, delegados do partido aprovaram a tese de candidatura pr�pria a governador e ao Senado. Entre os nomes cotados, o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, e o ex-prefeito de Juiz de Fora Bruno Siqueira (MDB) – que renunciou ao cargo para disputar uma vaga ao Senado. Amanh�, na cidade da Zona da Mata, o ex-prefeito lan�a sua pr�-campanha ao lado de Antonio Andrade e do ex-ministro da Fazenda e presidenci�vel Henrique Meirelles.
O pr�-candidato a governador pelo DEM, Rodrigo Pacheco, j� tem conversas adiantadas com PP, Avante e PEN – e n�o descarta a possibilidade de atrair o MDB para sua chapa. “N�o est� nada definido e o resultado das pr�vias do MDB n�o � irrevers�vel. Tanto o Dinis quanto o MDB poder�o compor e muito bem a chapa”, aposta o democrata.
ESPECULA��ES O PT realiza hoje, em Contagem, na regi�o metropolitana, ato de lan�amento da pr�-candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva a presidente da Rep�blica. A expectativa � que o nome de Dilma tamb�m seja confirmado para o Senado. Desde que ela transferiu o t�tulo de Porto Alegre para Belo Horizonte, em abril deste ano, as especula��es d�o conta de que ela tentaria ser senadora. Mas diante da rea��o do MDB, que esperava ficar com a vaga de senador da chapa, chegou a ser cogitada a possibilidade de Dilma disputar uma das 53 cadeiras de deputado federal.
Correndo por fora dos holofotes, legendas menores j� se articulam para lan�ar seus candidatos. Hoje � noite, Psol e o PCB lan�am as pr�-candidaturas a governador e senador. A professora Dirlene Marques � o nome indicado para o Pal�cio da Liberdade, enquanto para as duas vagas de senadora a Frente de Esquerda Minas Socialista vai ter as candidaturas de Duda Salabert e T�lio Lopes. O partido Novo pretende disputar o Senado com a indica��o do engenheiro e empres�rio Rodrigo Paiva. Para financiar sua campanha, Rodrigo criou uma vaquinha on-line – o primeiro candidato a adotar a estrat�gia. Empunhando a bandeira do Novo, diz ser contr�rio ao uso de recursos p�blicos para fazer campanha eleitoral.