
Os laborat�rios farmac�uticos foram apontados por 29,9% dos entrevistados, seguido do ministro da Sa�de, general Eduardo Pazuello, que foi responsabilizado em 5,2% das respostas. 7,6% disse que todos s�o respons�veis e 19,9% n�o escolheu nenhuma das op��es colocadas.

O presidente da Rep�blica vem sendo duramente criticado pelo fato de o governo federal ter fechado conv�nio com apenas um laborat�rio, o brit�nico AstraZeneca, para a produ��o do imunizante na Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e por n�o ter dado apoio pol�tico e log�stico ao desenvolvimento da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, centro de pesquisa biol�gica do estado de S�o Paulo, governado por seu desafeto, Jo�o Doria (PSDB).
Desde o in�cio da pandemia, tanto o presidente da Rep�blica quanto o ministro da Sa�de defenderam o chamado "tratamento precoce" para a COVID-19 — ou seja, o uso de medicamentos como os citados acima nas fases iniciais da doen�a. Os medicamentos, no entanto, se mostraram ineficazes em diversos estudos rigorosos realizados ao redor do mundo.
O imunizante desenvolvido em S�o Paulo tornou-se alvo de briga pol�tica entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro. O Planalto for�ou, em outubro, o Minist�rio da Sa�de a cancelar uma promessa de compra da Coronavac. Bolsonaro disse ainda que n�o compraria a vacina para o plano nacional por sua "origem". "Da China n�s n�o compraremos. � decis�o minha. N�o acredito que ela transmita seguran�a suficiente � popula��o pela sua origem. Esse � o pensamento nosso", disse ele em 21 de outubro � R�dio Jovem Pan.
No mesmo dia em que a Anvisa aprovou as vacinas, viralizou um v�deo do presidente da Rep�blica debochando do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB) e da vacina do Instituto Butantan. O v�deo � um trecho de uma live que Bolsonaro fez em suas redes sociais em 30 de outubro de 2020. Nele, o chefe do executivo debocha de Doria e diz que n�o vai pagar pela vacina.
“Querido governador de S�o Paulo, sabe que sou apaixonado por voc�. Sabe disso, poxa... Fica dif�cil, n�? E outra coisa, ningu�m vai tomar tua vacina na marra n�o, t� ok? Procura outro. E eu, eu que sou o governo, o dinheiro n�o � meu, � do povo, n�o vai comprar tua vacina tamb�m n�o, t� ok? Procura outro pra pagar a tua vacina a�”, disse.
Ainda no domingo (17), ap�s a aprova��o da Anvisa, o governador de S�o Paulo comandou evento para as primeiras vacina��es com a Coronavac. Em um primeiro lote, foram distribu�das 6 milh�es de doses da Coronavac e grande parte dos estados receberam suas doses na segunda-feira (18). Mas o material dispon�vel no pa�s para a produ��o de imunizantes j� foi praticamente todo consumido, segundo disse o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. %u2028
Covas disse que h� 5,4 mil litros de insumos para a produ��o de vacinas prontos na China, "que dar�o origem a 5 milh�es de doses". Ele pediu que o governo federal auxilie as tratativas com o governo chin�s para acelerar a libera��o das mat�rias-primas, citando o presidente e o ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo.
A condu��o da pol�tica externa do governo Bolsonaro vem sendo responsabilizada pelo empasse na libera��o da mat�ria-prima necess�ria para a produ��o nacional. Cr�ticos indicam que a as recorrentes ofensas contra a China disparadas por Bolsonaro e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), podem estar criando problemas nas conversas diplom�ticas para desobstruir as negocia��es.
O Brasil tem dificuldades para liberar uma carga de dois milh�es de doses da vacina de Oxford, produzida pelo governo da �ndia em parceria com o instituto indiano Serum. Al�m disso, laborat�rios brasileiros aguardam que a China libere a exporta��o de dois tipos de ingredientes farmac�uticos ativos (IFA) produzido em solo chin�s.
O IFA � a mat�ria-prima para que as vacinas sejam processadas e produzidas no Brasil. O atraso afeta a produ��o brasileira da vacina de Oxford, prevista em um contrato da Fiocruz com o laborat�rio Astrazeneca, e tamb�m a produ��o da CoronaVac, fruto de parceria entre o Instituto Butantan e o laborat�rio chin�s Sinovac.
O levantamento da Paran� Pesquisas foi feito atrav�s de entrevistas pessoais telef�nicas com uma amostra de 2105 habitantes com 16 anos ou mais em 26 estados e no Distrito Federal durante os dias 15 a 18 de janeiro de 2021. A margem de confiabilidade � de 95%.
*estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz