
Exonerada em mar�o, a jornalista argumenta que, sob a gest�o dela, apenas quatro servidores faziam teletrabalho. Outros estavam inseridos em um regime h�brido, com idas em revezamento �s atividades presenciais. Dois deles participaram da reuni�o cujo �udio se tornou p�blico.
Na grava��o, quando o comando da comunica��o j� estava com Everton Luiz de Souza, o ent�o chefe de gabinete da SES-MG, Jo�o M�rcio Silva de Pinho, sugere que dois servidores em home office voltassem ao trabalho presencial.
Por isso, para comprovar sua vers�o, Virg�nia prometeu encaminhar, aos parlamentares, documento detalhando o expediente seguido pela dupla durante o per�odo em que ela os liderou.
No �udio, Jo�o Pinho d� a entender que, assim, a dupla passaria a contar como integrantes do expediente f�sico em documento a ser enviado ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).
O �rg�o pediu que a secretaria detalhasse o regime adotado por vacinados � �poca da aplica��o da primeira dose e, tamb�m, � �poca da reuni�o vazada.
� CPI, Virg�nia garantiu que, quando era chefe da comunica��o da Sa�de estadual, os dois servidores que conversam com Jo�o Pinho e Everton na grava��o seguiam regime de revezamento.
“A interpreta��o que posso fazer diante do �udio � a seguinte: enquanto eles estavam sob minha chefia e tomaram a primeira dose, faziam trabalho h�brido. S� quatro pessoas faziam teletrabalho, por uma justificativa importante”, disse.
“Na primeira dose, na minha gest�o, era h�brido. Se eles voltaram ao teletrabalho por conta pr�pria at� a chegada do novo assessor e de um novo acordo, e iriam tomar a segunda dose, n�o sei como explicar”, completou.
Virg�nia alega n�o ter sido respons�vel por escolher os servidores da comunica��o contemplados com as doses. Ela diz que foi orientada a detalhar os regimes de trabalho adotados por seus comandados.
“Fiquei surpresa com o �udio. O pr�prio ponto mostrava que esses dois faziam h�brido”.
Nessa segunda-feira (3/5), Jo�o Pinho foi ouvido pelos parlamentares e precisou explicar a sugest�o dada a subordinados. Ele confirmou que prop�s a volta ao expediente normal, mas disse que a ideia n�o foi pensada para atrapalhar a apura��o do MPMG.
Visitas a campo influenciaram op��o por regime h�brido
Virg�nia Corn�lio chegou ao governo mineiro no ano passado. Ela ficou um ano no servi�o p�blico e contou aos deputados que, quando tomou posse, se deparou com toda a equipe de comunica��o em home office. A necessidade de trabalhos presenciais, contudo, motivou a ado��o de uma escala.
“Nesse revezamento, quando agravava a pandemia ou tinha um poss�vel surto na secretaria, iam menos pessoas � secretaria”, pontuou.
“Estivemos na linha de frente? V�rios. Eu mesma fui a Coromandel. A gente falava at� que era um ‘covid�rio’. Tenho um filho com bronquite asm�tica. Meu pai, que me ajuda com meus filhos, tem problemas de press�o. Vivi dias horr�veis. Fui a Coromandel a trabalho. Entrei em um hospital e falavam: ‘prende a respira��o. Aqui voc� n�o pode encostar em nada”, lembrou, em men��o � visita � cidade do Sul de Minas, em janeiro, feita por uma comitiva liderada por Carlos Eduardo Amaral, ent�o secret�rio de Sa�de.
Aos parlamentares, Virg�nia relatou situa��o que contou ao Estado de Minas � �poca de sua exonera��o. “Tenho v�rias pessoas da minha equipe que necessitavam ir � campo, faziam trabalho presencial e faziam teletrabalho. N�o dava para ir todo mundo todos os dias. Al�m disso, havia servidores que se recusavam a voltar (ao trabalho presencial), pois estavam com medo da doen�a.”.
A profissional de comunica��o cr� que sua demiss�o tenha ocorrido por causa da sa�da de Amaral e da consequente chegada de F�bio Baccheretti. Na vis�o dela, o novo secret�rio optou por nomear pessoas que j� o assessoravam.
Relator garante que n�o h� ca�a �s bruxas
Nesta ter�a-feira, os trabalhos da CPI do “fura-fila” foram intensos. Quem tamb�m dep�s foi Jana�na Fonseca Almeida, diretora de Vigil�ncia e Agravos Transmiss�veis.
Ela contou que, por causa do risco de perda de doses, 35 servidores da Central de Rede de Frios foram vacinados no Aeroporto de Confins, na Regiao Metropolitana da Capital.
A imuniza��o em s�rie ocorreu ap�s o ato simb�lico que marcou o in�cio da campanha contra a COVID-19 no estado, em janeiro.
O relator da CPI, C�ssio Soares (PSD), explicou que os deputados estaduais tentam apenas conectar informa��es relevantes sobre a vacina��o em solo mineiro.
“N�o estamos aqui fazendo nenhuma ca�a �s bruxas, e sim esclarecendo algo que nos pareceu muito equivocado”, sustentou.
A reuni�o desta ter�a foi marcada, ainda, por bate-boca entre parlamentares, por causa de men��es a Luiz Humberto Carneiro (PSDB), deputado v�tima da COVID-19.
Na quinta-feira (6/5), vai depor o ex-secret�rio adjunto de Sa�de Luiz Marcelo Cabral Tavares. Na pr�xima ter�a-feira (11/5), o ex-secret�rio Carlos Eduardo Amaral ser� interrogado.