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Estado de Minas ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Ap�s presenciar deten��o sem mandado, Bart� deve ser expulso do Novo

Colecionador de pol�micas e pr�ximo do bolsonarismo, parlamentar estadual ter� situa��o analisada pelo Comit� de �tica da legenda


07/05/2021 17:43 - atualizado 07/05/2021 18:48

Bartô, deputado em primeiro mandato, coleciona polêmicas e pode ser expulso do Novo(foto: Daniel Protzner/ALMG)
Bart�, deputado em primeiro mandato, coleciona pol�micas e pode ser expulso do Novo (foto: Daniel Protzner/ALMG)
O deputado estadual mineiro Bernardo Bartolomeo, o Bart�, do Novo, deve ser retirado do partido. Envolto em pol�micas internas desde o in�cio do mandato, h� quase dois anos e meio, o parlamentar presenciou, no s�bado (1°/5), a deten��o de um homem suspeito de atirar ovos em manifestantes bolsonaristas durante ato em Belo Horizonte. Consultados pelo Estado de Minas, interlocutores ligados � legenda creem a expuls�o deve ocorrer. Sob reservas, h� quem diga que essa probabilidade � muito alta.

Bart� participou do protesto em que apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) defenderam atos antidemocr�ticos sob o lema “eu autorizo”. Ao lado de policiais militares, o parlamentar subiu � porta do apartamento de Filipe da Fonseca Cezario, o suspeito do ataque de ovos.

No v�deo que mostra o momento da pris�o, � poss�vel ver o acusado e seus amigos solicitarem — sem serem atendidos — mandado justificando a a��o e a suposta grava��o citada pelos agentes como justificativa para o flagrante. O parlamentar do Novo acompanhou a opera��o do corredor do 11° andar do pr�dio em que Filipe reside, na Avenida Afonso Pena, no Centro de BH.



Nessa quinta-feira (6), a Executiva Nacional do Novo anunciou que vai punir Bart�. O caso foi repassado � Comiss�o de �tica Partid�ria.

A percep��o de filiados � que a defini��o dos rumos pol�ticos do deputado n�o deve levar muito tempo, visto que h� poucos processos em an�lise pelo comit�.

Delicada, a situa��o de Bart� � agravada por causa da “ficha corrida”. Em 2019, ofendeu, em um grupo interno de WhatsApp, a vereadora belo-horizontina Marcela Tr�pia, ent�o assessora do deputado Guilherme da Cunha na Assembleia Legislativa. � �poca, ele recebeu advert�ncia p�blica da agremia��o.

Nos prints das conversas, h� diversos ataques � correligion�ria. Ele chega a acus�-la de ter “furado a camisinha”.

Marcela Tr�pia diz que a expuls�o do deputado �, mesmo, o cen�rio mais prov�vel. “� quest�o de tempo (a expuls�o). Ele n�o � r�u prim�rio e j� teve uma condena��o no passado. Os fatos, agora, s�o muito graves”.

Guilherme da Cunha tem opini�o semelhante quanto � gravidade da conduta do colega.
“Foi inadequada a participa��o na manifesta��o — e contr�ria �s diretrizes partid�rias, sobre a (n�o) participa��o em atos antidemocr�ticos. A presen�a dele no momento da condu��o do cidad�o � algo que demanda maiores explica��es. N�o existe a figura jur�dica do ajudante de testemunha”, diz em men��o � justificativa dada pelo correligion�rio, que alegou ter subido ao andar de Filipe para “assessorar” uma testemunha do suposto ataque.

Bart� abre fogo e pode ver expuls�o com ‘bons olhos’


Ao anunciar a abertura de procedimento contra Bart�, a Executiva Nacional do Novo n�o mediu palavras. A presen�a dele na a��o policial foi classificada como “vergonhosa” e “deplor�vel”.

“A atitude de Bart�, deputado estadual de Minas Gerais, � vergonhosa e completamente incompat�vel com a de um servidor p�blico, especialmente do Novo, partido que foi fundado para transformar o Brasil em um pa�s admir�vel. O Diret�rio Nacional j� tomou as medidas cab�veis junto � Comiss�o de �tica Partid�ria para punir adequadamente este ato deplor�vel, que desrespeita o Estado de Direito, a Constitui��o e o Estatuto do Novo”, l�-se no comunicado.

Procurado pela reportagem nesta sexta, Bart� declarou, por meio de sua assessoria, ainda n�o ter sido comunicado oficialmente pelo partido sobre a abertura de investiga��o. Nessa quinta, ele abriu fogo contra o Novo e alegou que a legenda tem se alinhado a for�as de esquerda, como Ciro Gomes, do PDT.

 “Causa-me estranheza um partido que se diz prezar pelo Estado Democr�tico de Direito sequer ouvir o outro lado antes de fazer julgamentos, inclusive, baseados em not�cias midi�ticas”, argumenta. "Por�m, infelizmente, isso n�o me surpreende j� que o Novo, cada vez mais, se aproxima da esquerda e persegue quem � da direita. Exemplo � o caso da aproxima��o do Amoedo com o Ciro e nada � feito”, continuou mencionando Jo�o Amo�do, ex-presidente nacional do Novo e representante da agremia��o na �ltima corrida rumo ao Pal�cio do Planalto.

A turbulenta rela��o entre o deputado e seu partido pode fazer com que ele veja com “bons olhos” a expuls�o. O pol�tico � muito pr�ximo de Bruno Engler (PRTB), um dos esteios dos ideais bolsonaristas na Assembleia de Minas. Fontes consultadas pelo EM, sob reservas, avaliam que ser filiado ao Novo pode atrapalhar Bart� na busca por eleitores simp�ticos a Jair Bolsonaro — um dos p�blicos almejados por ele.

Engler, inclusive, esteve com Bart� na delegacia enquanto policiais apuravam o dito ataque de ovos. As circunst�ncias da pris�o est�o sendo verificadas pela Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG) em sindic�ncia.

Deputado poder� apresentar defesa


No Comit� de �tica, Bart� poder� apresentar sua vers�o dos fatos e recorrer de eventual decis�o desfavor�vel. Uma das alega��es do deputado � que a manifesta��o bolsonarista n�o versava apenas sobre pautas antidemocr�ticas — como interven��o no Supremo Tribunal Federal (STF) —, mas tamb�m tratou de temas defendidos por ele, como o voto impresso.

O deputado federal mineiro Tiago Mitraud evita cravar a decis�o do partido, mas � outro a afirmar que a expuls�o do deputado estadual pode ocorrer. “Ele (Bart�) pode argumentar que haviam outras pautas, mas voc� n�o vai no meio da Galoucura para torcer pelo Cruzeiro, por mais que seja cruzeirense. No s�bado passado, era uma manifesta��o de apoio ao Bolsonaro”, sustenta, em tom de compara��o, mencionando uma famosa torcida organizada do Atl�tico.

 

 

Leia tamb�m: Ou o Novo expulsa Bart� do partido ou pode mudar o nome para Arena.

“N�o � papel de deputado ou de um cidad�o, que n�o era testemunha do caso, ficar acompanhando aquele tipo de a��o”, completa o congressista.

O Novo, al�m de n�o compactuar com pautas antidemocr�ticas, j� marcou terreno, oficialmente, como legenda opositora � Bolsonaro.

Analista de sistemas, Filipe Cezario deixou seu apartamento no in�cio da tarde do Dia do Trabalhador. Ele foi encaminhado � Central de Flagrantes da Pol�cia Civil, na Regi�o Leste, e acabou liberado na noite do mesmo dia.

Na sa�da para o elevador, sua namorada, Andreza Francis, pergunta para qual delegacia o rapaz seria levado. Ela n�o obt�m resposta dos policiais, que s� informam o endere�o ap�s pedido de Bart�.

Mesmo no Novo, deputado � cr�tico de Zema


Embora seja correligion�rio do governador mineiro, Romeu Zema, Bart� n�o � um dos deputados mais afeitos ao atual gestor do estado. Em um dos mais recentes epis�dios, em dezembro do ano passado, o deputado chamou de “mentiroso” o ent�o secret�rio de Planejamento e Gest�o, Otto Levy Reis.

Nos bastidores da Assembleia Legislativa, a postura altamente cr�tica de Bart� �s a��es de Zema n�o surpreende. Se deixar o partido, portanto, ter� certa liberdade para tecer cr�ticas ao governador.

Na semana passada, ele foi o �nico deputado estadual a votar contrariamente ao projeto que concede bolsa de R$ 600 a fam�lias de Minas em situa��o de extrema pobreza.

Deputado em primeiro mandato, Bart� recebeu 31.991 votos em 2018. Al�m dele e de Guilherme da Cunha, a bancada do partido no Parlamento Mineiro tem Laura Serrano, que n�o quis se manifestar. 


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