
Marco relatou ter sofrido com a hostilidade reservada pelo presidente �s v�timas da COVID. "Eu escutei no fundo do meu cora��o: 'E da� que seu filho morreu?", disse. "Acho que n�s merec�amos um pedido de desculpas da maior autoridade do Pa�s", completou.
O depoente disse ter ouvido a frase de Bolsonaro apenas tr�s dias ap�s a morte de seu filho. Ele tamb�m esteve presente na praia de Copacabana em 11 de junho de 2020, dia em que apoiadores do presidente invadiram e hostilizaram um protesto que colocava cruzes na areia em mem�ria das v�timas da doen�a. "Era muita dor, muita tristeza. Quando vi aquela cena (de um homem derrubando as cruzes), pensei: 'ser� que esse cara n�o v� que est� pisando na cova do meu filho?"
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"N�o admito que outros pais achem isso normal, n�o � normal", disse Marco. "Minha dor n�o � 'mimimi'".
Para Marco, o in�cio da CPI da COVID foi um al�vio. Ele relata ter sido um alento pensar que nem todas as autoridades diriam "e da�" para os �bitos em decorr�ncia da pandemia. "O trabalho feito aqui, senhores senadores, eu tenho um grande agradecimento. Para mim, n�o importa o partido pol�tico dos senhores, o que importa � que meu Hugo n�o volta mais, mas tenho outros filhos e quatro netinhos".
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Com a voz embargada, M�rcio narrou os �ltimos dias de vida de seu filho, quando ele come�ou a sentir cansa�o e falta de ar. Ele disse ter acompanhado Hugo no hospital at� o falecimento, e lembrou com pesar do dia em que teve de reconhecer o corpo do filho. "A �ltima vez que o vi, ele estava dentro de um saco".
O depoente criticou a postura do presidente e a demora para a aquisi��o de vacinas. Segundo ele, o que d�i n�o � apenas o luto, mas o que veio ap�s a morte de Hugo: "o deboche, a irracionalidade das pessoas, inclusive de amigos". "Eu daria a minha vida para o meu filho ter chances de ser vacinado", disse.
