'N�o temos culpa de nada', diz Bolsonaro sobre crimes apontados pela CPI

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)  se eximiu de culpa nos crimes dos quais � acusado no relat�rio da CPI da COVID , elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). "Sabemos que n�o temos culpa de absolutamente nada.  Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento . No momento em que ningu�m sabia como tratar aquela doen�a, eu tive a coragem de me apresentar, depois de ter ouvido muita gente, em especial m�dicos,  me apresentei para uma poss�vel solu��o calcada na autonomia do m�dico brasileiro ", discursou, durante evento em Russas (CE). "O m�dico deve orientar e receitar cada um de voc�s, se n�o tem rem�dio espec�fico. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM),  tem a liberdade e o dever de buscar uma alternativa com o paciente  e seus familiares."

O chefe do Executivo voltou a defender o uso de medicamentos, como ivermectina e cloroquina, que s�o ineficazes contra a doen�a. "A alternativa cabe ao m�dico brasileiro. A voz do m�dico � o CFM, que n�o diz o que fazer, mas garante autonomia do m�dico preservada. Muitos se salvaram em fun��o disso", enfatizou.

Ele tamb�m atacou a comiss�o do Senado. "A CPI n�o est� fazendo algo de produtivo para o Brasil. Tomaram tempo do nosso ministro da Sa�de, de servidores, pessoas humildes e de empres�rios. Nada produziram, al�m do �dio e rancor entre alguns de n�s", acusou.

Tamb�m foram inclu�dos no relat�rio os tr�s filhos do chefe do Executivo, por incita��o ao crime. Em resposta, o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que o parecer � "uma alucina��o" e que "n�o se sustenta". "Trata-se apenas de uma pe�a pol�tica para agradar ao PT e para tentar desgastar o presidente Jair Bolsonaro nas elei��es de 2022. As acusa��es contra mim e contra o governo n�o t�m base jur�dica e sequer fazem sentido", frisou. Mais cedo, o senador causou tumulto na CPI. Ao ser questionado sobre como o pai reagiria ao relat�rio, disse que ele daria "aquela gargalhada dele" e simulou a risada caracter�stica do presidente da Rep�blica.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou nas redes sociais trechos de v�deos antigos em que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), filho de Renan Calheiros falam sobre o uso da cloroquina. "Ser� que ele esqueceu de incluir no relat�rio o que seu filho, governador de Alagoas, falou sobre o tal rem�dio proibido de mencionar o nome?", ironizou. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) n�o se pronunciou.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), acusada tamb�m de incita��o ao crime, alegou que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um habeas corpus, na ter�a-feira, para ser ouvida pela comiss�o. Ela afirmou que n�o teve direito de defesa e criticou o colegiado. "Espero que tenham a dignidade de me chamar para depor", afirmou. Tamb�m citada pelo mesmo motivo, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) n�o quis se manifestar.

A secret�ria de Gest�o do Trabalho e da Educa��o na Sa�de, Mayra Pinheiro, conhecida como Capit� Cloroquina, foi acusada de epidemia com resultado de morte, prevarica��o e crime contra a humanidade. A defesa sustentou que ela � "uma servidora exemplar, que atua com compet�ncia e probidade". Segundo a nota oficial, Mayra "arriscou sua pr�pria vida para salvar as pessoas acometidas de COVID, na grave crise sanit�ria de Manaus, causada, sobretudo, pela falta de escr�pulo de agentes p�blicos, que desviaram o dinheiro da sa�de, comprando, inclusive, respiradores em loja de vinho".

O que � uma CPI?