O mandat�rio disse ainda que � preciso lutar para manter as conquistas, porque � f�cil destruir algo que levou anos para ser constru�do. A declara��o foi dada em seu discurso, durante a cerim�nia do Dia da Mulher, no Pal�cio do Planalto, em que o governo anunciou um pacote de medidas voltadas para esta parcela da popula��o.
O evento contou com a presen�a de lideran�as da sociedade civil, parlamentares, e a ex-presidente Dilma, que foi a "estrela" do evento. A ex-mandat�ria foi recepcionada pelos presentes aos gritos de "ol�, ol�, ol�, ol�, Dilma", mencionada e aplaudida em discursos.
Lula reconheceu que, apesar de bater recorde de ministras no primeiro escal�o, com 11 nomeadas, ainda est� longe da paridade e as mulheres querem mais.
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"Depois de tudo que aconteceu aqui hoje, certamente muitas de voc�s ainda t�o dizendo 'mas falta muita coisa'. O fato de dizer que temos 11 mulheres no governo n�o faz voc�s agradecerem ao governo, faz dizerem que faltam mais mulheres participando. Isso � um processo, que a gente vai avan�ando na medida que a sociedade vai avan�ando e conquistando espa�o", disse.
"Processo que come�ou em 2003, quando ganhou elei��es, continuou a companheira Dilma quando ganhou em 2010. Mas � um processo que voc�s percebem que sofreu retrocesso muito grande a partir do golpe de 2016 com companheira Dilma e sofreu um golpe ainda maior depois que o coisa foi eleito presidente da Rep�blica desse pa�s.
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Por isso, � importante voc�s estarem preparadas, a gente tem que lutar n�o s� para conquistar, mas para manter. Voc�s perceberam que � muito f�cil destruir uma coisa que levou anos para ser constru�da", completou.
Dilma teve o mandato cassado em 2016 em processo de impeachment que tramitou na C�mara e no Senado. Ambas as Casas consideraram que a ent�o presidente cometeu crime de responsabilidade pelas chamadas "peladas fiscais", com a abertura de cr�dito or�ament�rio sem aval do Congresso. A decis�o, no processo e no m�rito, foi acompanhada sem contesta��o pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
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A agenda da mulher, em especial o feminic�dio, tornou-se uma das principais bandeiras do governo Lula 3. O mandat�rio, em sua fala, disse que absolutamente nada justifica a desigualdade de g�nero, "talvez o receio dos homens de serem superados pelas mulheres".
A declara��o do chefe do Executivo ocorreu durante cerim�nia de an�ncio de mais de 25 medidas para a mulher. Uma das principais medidas anunciadas � o projeto de lei que ser� encaminhado ao Congresso para obrigar a remunera��o igual para homens e mulheres que exer�am a mesma fun��o.
A ideia foi bandeira da ent�o candidata e hoje ministra Simone Tebet (Planejamento) e foi incorporada pela campanha do petista.
J� existem leis sobre o tema, mas que, na pr�tica, n�o s�o cumpridas. Os detalhes ainda est�o sendo fechados pela Casa Civil.
Em seu discurso, Lula disse que caber� ao Judici�rio fiscalizar se ser� cumprida a lei que determina o pagamento salarial id�ntico entre homens e mulheres que desempenham a mesma fun��o.
"Quando fizemos a lei, fizemos quest�o de colocar a palavra obrigatoriedade de cumprir a lei, para que definitivamente no servi�o p�blico, nos escrit�rios, nos bancos, nas lojas, nas f�bricas ningu�m ganhe menos apenas pelo fato de ser mulher", afirmou.
O chefe do Executivo citou diversas mulheres que marcaram a hist�ria do Brasil em seu discurso, como a pintora Tarsila do Amaral e a jogadora de futebol Marta. Tamb�m mencionou a luta da ex-presidente Dilma contra a ditadura militar.
A Folha de S.Paulo antecipou parte das medidas, como a proposta de criar o Dia Nacional Marielle Franco e a constru��o de Casas da Mulher Brasileira e oficinas de fabrica��o de absorventes em pres�dios femininos.
Al�m de as mulheres representarem mais da metade da popula��o, h� um componente pol�tico-eleitoral no incentivo a essas medidas.
Durante as elei��es, Lula foi beneficiado pela alta rejei��o das mulheres contra o ex-presidente Bolsonaro.
Por isso, ele credita parte da sua vit�ria a essa fatia do eleitorado. Ele tem dado destaque a elas em seus discursos e quer aproveitar mar�o para refor�ar essa mensagem.
� tamb�m este segmento da sociedade que tem dado avalia��es mais positivas � sua gest�o. De acordo com a �ltima pesquisa da Quaest, divulgada no final de fevereiro, 44% das mulheres avaliam como positivo o governo Lula 3, enquanto dentre os homens, � de 37%.
O levantamento entrevistou 2.016 pessoas entre os dias 10 e 13 de fevereiro.