
De acordo com a coluna do jornalista Aguirre Talento, para o UOL, em trocas de mensagens por WhatsApp, a PF encontrou sete comprovantes de dep�sitos em dinheiro vivo, que foram encaminhados �s assessoras de Michelle Bolsonaro. As conversas foram interceptadas pela PF por meio da quebra de sigilo das comunica��es de Mauro Cid.
"A an�lise tamb�m identificou seis comprovantes de dep�sitos para a primeira-dama Michelle Bolsonaro no per�odo de 8/3/2021 at� 12/05/2021, realizados por meio de dep�sitos fracionados em caixas eletr�nicos de autoatendimento e um comprovante de dep�sito em esp�cie, possivelmente no atendimento presencial. Os comprovantes foram localizados tanto no grupo de WhatsApp da Ajud�ncia de Ordens da Presid�ncia da Rep�blica, quanto em trocas de mensagens", diz o relat�rio da PF.
Conforme a investiga��o, os dep�sitos foram feitos em um m�todo comum nos casos de rachadinha: de forma fracionada e em valores pequenos. "Esses dep�sitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao inv�s de utilizar um �nico envelope com a quantia desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, realizando os dep�sitos de forma sucessiva em curto espa�o temporal (minutos)".
Pagamento do plano de sa�de
De acordo com as investiga��es, no dia 1º de setembro de 2021, uma das assessoras de Michelle Bolsonaro enviou um boleto do plano de sa�de do irm�o da ex-primeira-dama. O pagamento teria sido feito com recursos da conta banc�ria do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No final do mesmo m�s, a assessora de Michelle enviou outro boleto do plano de sa�de do irm�o da ex-primeira-dama e, embora Cid tenha argumentado que a despesa n�o poderia ser feita pela Ajud�ncia de Ordens, ele encaminhou a demanda para a equipe.
"N�o tem como mandar esse tipo de boleto. (...) Quando for assim, me manda s� o pedido do dinheiro e voc�s pagam por a�, porque isso a� n�o � gasto do presidente, nem da dona Michelle! �, deve ser de um terceiro que ela est� pagando a� a conta desse terceiro ai!", disse Mauro Cid.
Para a Pol�cia Federal, por n�o se tratar de uma despesa da Presid�ncia da Rep�blica, o pagamento do boleto � um indicativo de desvio de recursos do governo federal.
"Os elementos informativos colhidos demonstram que, apesar da despesa n�o ter rela��o com o Presidente da Rep�blica nem com a primeira-dama, Mauro Cid anui e autoriza que o tenente Crivelatti (servidor da Ajud�ncia de Ordens) encaminhe a quantia de R$ 590,91, oriunda da Ajud�ncia de Ordens, � pessoa de Vanderlei para pagamento do plano de sa�de tendo como benefici�rio Yuri Daniel Ferreira Lima, irm�o da sra. Michelle Bolsonaro", constatou a Pol�cia Federal.
Despesa da tia de Michelle
O ex-presidente Jair Bolsonaro orientou Mauro Cid a efetuar o pagamento de um boleto em dinheiro vivo para pagar uma despesa hospitalar de uma tia de Michelle, Maria Helena Braga.
De acordo com a PF, n�o foi poss�vel identificar se os recursos para o pagamento sa�ram da conta pessoal de Jair Bolsonaro ou da Ajud�ncia de Ordens.
"No grupo de WhatsApp da Ajud�ncia de Ordens, Mauro Cid encaminha orienta��o do Exmo. Sr. Presidente da Rep�blica, no sentido de o pagamento da GRU ser feita em dinheiro para 'evitar interpreta��es equivocadas'".
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Jair e Michelle negam irregularidades
O advogado de defesa de Jair Bolsonaro, F�bio Wajngarten, negou o desvio de valores do Pal�cio do Planalto e afirmou que os pagamentos referentes aos custos pessoais de Jair e Michelle foram feitos com "recursos pr�prios".
"A defesa reitera que pequenos fornecedores e/ou prestadores de servi�os informais recebiam em esp�cie a fim de proteger a privacidade do ex-presidente, bem como evitar exposi��o desnecess�ria e riscos de fraudes", disse em nota.
"A defesa far� uma exposi��o detalhada de todos os custos, valores, sa�das de recursos pr�prios do ex-presidente durante todo o per�odo do mandato, nos 48 meses, a fim de evidenciar o quanto isso tudo se trata de uma persegui��o pol�tica, com a apropria��o e divulga��o de vazamentos seletivos afim de constranger os envolvidos.", completou.
Wajngarten ainda diz que o objetivo da divulga��o dessas informa��es � "tentar macular a imagem do ex-presidente". "Na falta de fatos concretos, como a devolu��o de bilh�es de reais, como ocorreu na Petrobras, tenta-se criar um esc�ndalo com despesas corriqueiras. A verdade prevalecer�".
J� o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, informou que "por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestar� apenas nos autos do processo".