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Estado de Minas EM BELO HORIZONTE

Fora do jogo: Bolsonaro reage a decis�o que o tira das elei��es at� 2030

TSE decidiu pela inelegibilidade do ex-presidente por oito anos. Condena��o se deu por reuni�o com embaixadores em que ele fez ataques ao sistema eleitoral


30/06/2023 20:00 - atualizado 01/07/2023 06:34
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Bolsonaro em BH após TSE torná-lo inelegível
Bolsonaro concedeu entrevista coletiva em BH horas ap�s decis�o do TSE (foto: Alexandre Guzanshe/EM/ D.A. Press)
Jair Bolsonaro (PL) teve nesta sexta-feira (30/6) seu principal rev�s pol�tico desde que se tornou o primeiro presidente brasileiro na hist�ria a n�o se reeleger ao cargo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por cinco votos a dois, que o ex-mandat�rio est� ineleg�vel at� 2030. Enquanto os ministros da corte decidiam o futuro dos pr�ximos pleitos do pa�s, Bolsonaro estava em Belo Horizonte, onde reagiu � condena��o em entrevista coletiva em que reiterou a desconfian�a sobre as urnas eletr�nicas, atacou a Justi�a Eleitoral e o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro foi condenado em julgamento que analisou abuso de poder pol�tico e uso indevido dos meios de comunica��o durante reuni�o com embaixadores em julho do ano passado. Na ocasi�o, o ent�o presidente reuniu representantes de diversos pa�ses para atacar, sem provas, as urnas eletr�nicas e o sistema eleitoral brasileiro. O evento tornou-se alvo de a��o do Partido Democr�tico Trabalhista (PDT). Al�m deste, outros 15 processos contra o ex-presidente correm na corte m�xima da Justi�a Eleitoral.

Votaram pela condena��o de Bolsonaro os ministros Benedito Gon�alves, Floriano Marques, Andr� Ramos Tavares, C�rmen L�cia e Alexandre de Moraes. Raul Ara�jo e Nunes Marques votaram pela absolvi��o. O julgamento come�ou na quinta-feira (22/6) da semana passada e se estendeu pela �ltima ter�a (27/6), quinta (29/6) e foi finalizado hoje.

O �ltimo voto, que encerrou a sess�o nesta sexta, foi do presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A decis�o foi tamb�m a mais incisiva pela condena��o de Bolsonaro. O magistrado disse que o ex-presidente promoveu um "degradante populismo renascido das chamas dos discursos de �dio". Na leitura do voto, ele elencou as falas proferidas na reuni�o com embaixadores, as quais classificou como uma s�rie de mentiras.

Bolsonaro ainda tem a possibilidade de recorrer da decis�o do tribunal. Uma das possibilidades � pedir um embargo de declara��o para solicitar algum esclarecimento sobre o ac�rd�o do TSE. A outra, j� apontada por Bolsonaro como a possibilidade mais prov�vel, � acionar o Superior Tribunal Federal (STF) com um recurso extraordin�rio para a revers�o da condena��o. Nenhuma das duas possibilidades, no entanto, suspende a decis�o do TSE at� que sejam apreciadas.

Rea��o em BH


Menina dos olhos de Bolsonaro durante a campanha eleitoral do ano passado, Minas Gerais foi, novamente, palco de evento pol�tico marcante na trajet�ria do ex-presidente. Ele estava em Belo Horizonte nesta sexta-feira quando o TSE determinou sua inelegibilidade e, em entrevista coletiva, fez as primeiras declara��es ap�s a decis�o que determinou a retirada de seu nomes das vilipendiadas urnas eletr�nicas at� 2030.

Bolsonaro viajou para Belo Horizonte para participar do vel�rio do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. O ex-presidente come�ou o dia no Pal�cio da Liberdade, onde o corpo foi velado, e depois esteve no Cemit�rio Parque da Colina para o sepultamento. Mais tarde, se reuniu com parlamentares e lideran�as pol�ticas mineiras em uma churrascaria na Regi�o Oeste da cidade. Foi no restaurante que ele concedeu uma entrevista coletiva horas ap�s o TSE formar maioria para conden�-lo.

Aos jornalistas, Bolsonaro repetiu um discurso beligerante em rela��o ao sistema eleitoral, voltou a defender os questionamentos �s urnas eletr�nicas, atacou Lula e lideran�as de esquerda da Am�rica Latina e ainda aludiu que infiltrados fizeram parte dos ataques antidemocr�ticos em Bras�lia no dia 8 de janeiro.
Em trecho da entrevista, que durou cerca de 20 minutos, Bolsonaro fez men��o ao fato de estar em Minas Gerais e comparou o epis�dio do julgamento que o tornou ineleg�vel com o atentado sofrido em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, durante a campanha eleitoral de 2018.

“Tentaram me matar aqui em Juiz de Fora h� pouco tempo, com uma facada na barriga, e hoje veio uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder pol�tico. N�o tenho adjetivo para responder abuso de poder pol�tico”, disse o ex-presidente.

Ele voltou a lembrar do julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017, quando o TSE inocentou os ex-presidentes que eram acusados de caixa 2. “Depoimentos de delatores n�o foram aceitas naquele processo, e no meu, modificou-se a jurisprud�ncia e me julgaram pelo conjunto da obra”, afirmou, fazendo uma refer�ncia a inclus�o da “minuta golpista” no processo.

Bolsonaro tamb�m destacou que sua verdadeira obra, ao longo dos quatro anos de mandato, foi entregar o Brasil com bons n�meros e “respeitando a todos”. “Inclusive voc�s nunca viram uma s� proposta minha para censurar a imprensa e hoje temos proposta l� dentro do parlamento”, disse.

O tema da sucess�o pol�tica na direita brasileira em face da sa�da de Bolsonaro do jogo pol�tico nos pr�ximos tr�s pleitos (considerando as elei��es municipais de 2024 e 2028 e as gerais em 2026) tamb�m veio � tona. Segundo ele, ainda n�o h� lideran�as de oposi��o capazes de concorrer com Lula no pleito de 2026 e a decis�o de torn�-lo ineleg�vel favoreceria o petista. De acordo com o ex-presidente, o pa�s caminha na dire��o de uma ditadura.

“Estamos no caminho de uma ditadura. Quer dizer, o caminho est� bastante avan�ado na dire��o de uma ditadura. Elei��es sem confronto n�o � a democracia. Quem seria oposi��o a esse atual mandat�rio que est� a� em 2026? No momento ainda n�o tem nome. Pode ser que apare�a, mas n�o tem nome. Seria quase um W.O. ou poderiam, por aclama��o l� no TSE, continuar o mandato do Lula, afinal de contas ele � um grande democrata, um cara que teve na cadeia por tanto tempo condenado por nove ju�zes e tirado da cadeia para bot�-lo na presid�ncia”, disse sarcasticamente.
Na sequ�ncia, Bolsonaro disse que o TSE j� trabalha contra ele desde as �ltimas elei��es. O ex-presidente citou decis�es do tribunal que o proibiram de usar materiais com informa��es falsas e uso de espa�os p�blicos como o Pal�cio do Planalto durante a campanha eleitoral para afirmar que est� sendo perseguido pela Justi�a Eleitoral.

Ainda sobre o futuro pol�tico p�s-inelegibilidade, Bolsonaro ressaltou que “continua vivo” reiteradamente, em alus�o a seu papel para influenciar votos nos pr�ximos pleitos. Durante a entrevista coletiva, o ex-presidente citou as elei��es municipais do ano que vem e disse que pretende, junto do PL, ganhar muitas prefeituras pelo pa�s.

“Eu sou um cabo eleitoral de luxo. N�o vamos desistir do Brasil, afinal de contas, tenho uma filha de 12 anos que pretende continuar nesse Brasil e eu tenho uma tremenda responsabilidade, juntamente com a senhora Michelle, por coloc�-la no mundo”, disse.


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