A uni�o do Sul e Sudeste jamais ser� pra diminuir outras regi�es. N�o � ser contra ningu�m, e sim a favor de somar esfor�os. Di�logo e gest�o s�o fundamentais pro pa�s ter mais oportunidades. A distor��o dos fatos provoca divis�o, mas a for�a do Brasil t� no trabalho em uni�o.
— Romeu Zema (@RomeuZema) August 6, 2023
As falas de Zema despertaram uma s�rie de cr�ticas, sobretudo de opositores, que lembraram sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e de pol�ticos do Nordeste. O mineiro � considerado pr�-candidato do campo da direita para a elei��o presidencial de 2026.
Ele, que rivaliza com o presidente Lula (PT), j� tinha sido alvo de contesta��es por afirma��es que distinguiam o Nordeste e foram classificadas como xen�fobas e preconceituosas.
Um dos primeiros a reagir foi o governador Jo�o Azev�do (PSB-PB), presidente do Cons�rcio Nordeste. Ele emitiu nota neste domingo (6) na qual classificou como preocupante a defesa feita pelo governador de Minas Gerais de protagonismo dos estados do Sul e Sudeste, por ver est�mulo a "guerra entre regi�es".
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A declara��o de Zema foi dada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ao falar sobre a cria��o do Cosud (Cons�rcio de Integra��o Sul e Sudeste), ele disse que a diferen�a de tratamento �s regi�es ficou clara durante a discuss�o da Reforma Tribut�ria e cobrou espa�o proporcional.
O mineiro chegou a fazer uma analogia com "vaquinhas que produzem pouco" ao falar sobre distor��es de arrecada��o e necessidades, dizendo que, se um produtor rural come�a a dar um bom tratamento s� para essas vacas, "daqui a pouco as que produzem muito v�o come�ar a reclamar o mesmo tratamento".
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Para Azev�do, a fala "indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste". O l�der do Cons�rcio Nordeste diz ser preciso rejeitar "qualquer tipo de lampejo separatista" e afirma que a entrevista "parece aprofundar a l�gica de um pa�s subalterno, dividido e desigual".
Outro a reagir a Zema foi o ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL-PE). "Repudio veementemente qualquer fala que sequer ventile a separa��o de nosso pa�s. Temos uma unidade, povo e riqueza que poucos pa�ses do mundo tem. Essa unidade nasceu da uni�o de todos n�s."
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A maior parte das rea��es veio da esquerda, mas tamb�m se pronunciaram nomes como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), para quem "o Nordeste � parte da solu��o do pa�s e deve receber aten��o nas discuss�es federativas por tanto tempo de descaso e indiferen�a".
Ap�s as cr�ticas, Zema afirmou na noite deste domingo que "a uni�o do Sul e Sudeste jamais ser� para diminuir outras regi�es".
Em uma postagem, ele escreveu que "n�o � ser contra ningu�m, e, sim, [ser] a favor de somar esfor�os" e que "di�logo e gest�o s�o fundamentais para o pa�s ter mais oportunidades". Zema concluiu dizendo que "a distor��o dos fatos provoca divis�o, mas a for�a do Brasil est� no trabalho em uni�o".
Na entrevista, o governador de Minas reiterou que os estados do Cosud abrigam 56% da popula��o. "J� decidimos que, al�m do protagonismo econ�mico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, n�s queremos —que � o que nunca tivemos— protagonismo pol�tico", afirmou.
Em outro momento, ele adotou tom ir�nico ao defender que os estados tamb�m sejam lembrados na discuss�o de a��es sociais e questionou se eles "v�o continuar com a arrecada��o muito maior do que recebem de volta".
"O Sul e o Sudeste n�o t�m pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ningu�m tem desemprego, n�o tem comunidade? Tem, sim", disse.
Zema tamb�m usou a entrevista para defender a aglutina��o da direita em torno de um s� nome em 2026, considerando o cen�rio sem Bolsonaro, que est� ineleg�vel. O mineiro desconversou sobre sair candidato � Presid�ncia e afirmou preferir apoiar outro nome de seu segmento.
L�deres pol�ticos como o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, entraram em cena para acalmar os �nimos. O deputado federal por S�o Paulo foi a p�blico dizer ser desnecess�rio polemizar a fala do governador.
"Defender a representatividade dos estados � do jogo democr�tico. N�o atenta ao federalismo, garantido pela Constitui��o que juramos. Temos de buscar pacifica��o, e n�o conflito", disse.
Em tom mais duro, o ministro Fl�vio Dino (Justi�a) insinuou que Zema pratica trai��o � p�tria ao difundir mensagem de oposi��es entre regi�es do pa�s e, em uma postagem, citou o artigo da Constitui��o que pro�be "criar distin��es entre brasileiros ou prefer�ncias entre si".
"� absurdo que a extrema direita esteja fomentando divis�es regionais. Precisamos do Brasil unido e forte", disse Dino, que integrou o Cons�rcio Nordeste at� o ano passado, como governador do Maranh�o.
Na mesma linha, o governador do Piau�, Rafael Fonteles (PT), afirmou que Zema se revela "o maior inimigo da federa��o brasileira" no momento em que o pa�s "mais precisa de uni�o".
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), gravou um v�deo negando que a exist�ncia do Cosud seja para rivalizar com estados do Norte e Nordeste. Os dois colegiados foram criados em 2019.
O tucano pregou uni�o "em torno do que � pauta comum e importante para os estados do Sul e do Sudeste" e afirmou n�o acreditar que "Zema tenha dito nada diferente disso". "Se disse, n�o me representa", ressalvou.
Outro integrante do Cosud, o governador do Esp�rito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que os termos usados por Zema s�o opini�o pessoal e que participa do Cosud "para que ele seja um instrumento de colabora��o para o desenvolvimento do Brasil e um canal de di�logo com as demais regi�es".