
Wassef mudou de tom em rela��o � declara��o dada, por meio de nota, no �ltimo fim de semana, quando afirmou que era alvo de mentiras e de uma "campanha de fake news". Na ocasi�o, ele n�o mencionava sua participa��o na compra do rel�gio.
O advogado, que defende o ex-presidente em alguns processos na Justi�a, foi um dos alvos de opera��o da Pol�cia Federal na �ltima sexta-feira (11/8) deflagrada para apurar um esquema de venda de joias recebidas no governo anterior.
A PF considera Wassef suspeito de integrar uma "opera��o resgate" de um rel�gio de luxo que tinha sido vendido nos Estados Unidos e que, por ordem do TCU (Tribunal de Contas da Uni�o), precisaria ser devolvido por Bolsonaro ao governo federal.
"Eu comprei o rel�gio. A decis�o foi minha. Usei meus recursos, eu tenho a origem l�cita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos, em um banco em Miami, e usei do meu dinheiro para pagar o rel�gio. Ent�o, o meu objetivo quando eu comprei esse rel�gio era exatamente para devolver � Uni�o, ao governo federal do Brasil, � Presid�ncia da Rep�blica, e isso inclusive, por decis�o do Tribunal de Contas da Uni�o", disse Wassef em entrevista em S�o Paulo.
Questionado sobre a motiva��o para essa compra, ele afirmou: "Eu tomei a decis�o de comprar, entendeu? Foi solicitado, comprei e fiz chegar ao Brasil. Agora, se o senhor [jornalista] quiser perguntar detalhamento. 'Olha, qual voo?, que horas que entrou?, para quem voc� deu?' Neste momento eu n�o vou poder falar. Quem solicitou n�o foi Jair Bolsonaro. N�o foi o coronel [Mauro] Cid."
"Alvo de mentiras"
No �ltimo domingo (13/8), Wassef divulgou nota dizendo ser "alvo de mentiras" e negou participa��o em esquema de venda de joias por Bolsonaro e aliados.
"Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negocia��o ou venda", disse ele na ocasi�o.
Na nota divulgada no domingo, Wassef dizia ainda que s� tomou conhecimento da exist�ncia das joias no in�cio deste ano pela imprensa, que ligou para Bolsonaro e por ele foi autorizado a fazer uma nota � imprensa sobre o caso.
De acordo com relat�rio da PF, o Rolex Day-Date tinha sido vendido nos Estados Unidos para a empresa Precision Watches e foi "recuperado" por Wassef no dia 14 de mar�o. O advogado, ainda segundo a pol�cia, retornou com o bem para o Brasil em 29 de mar�o e, em 2 de abril, o repassou ao tenente-coronel Mauro Cid em S�o Paulo. O kit de joias completo foi entregue � Caixa Econ�mica Federal em 4 de abril.
Na investiga��o, foi anexado documento que mostra um comprovante de dep�sito de US$ 68 mil em junho de 2022, referente a dois rel�gios, no mesmo dia em que Mauro Cid foi � sede da Precision Watches, na Pensilv�nia.
Para a PF, o advogado de Bolsonaro atuou com o objetivo de "escamotear, das autoridades brasileiras, a evas�o e a venda il�citas dos bens no exterior", juntamente com Cid. O oficial militar, que est� preso desde maio, foi ajudante de ordens de Bolsonaro.