
O dado foi aferido pela mais recente pesquisa acerca do governo Lula 3 feita pelo Datafolha, que havia tomado o mesmo pulso nos primeiros tr�s e cinco meses de gest�o. Foram ouvidas 2.016 pessoas em 139 cidades na ter�a (12) e quarta (13). A margem de erro � de dois pontos, para mais ou menos.
N�o souberam opinar 2% dos ouvidos. O �nico �ndice que oscilou acima da margem de erro em rela��o ao levantamento de junho passado, levando em conta que n�meros iguais nos limites superior e inferior delas n�o configuram empate, foi a reprova��o, que era ent�o de 27%.
N�o se trata, portanto, de uma disparada da reprova��o.
A not�cia positiva mais evidente para o presidente � uma certa manuten��o do quadro, apesar de instabilidades pol�ticas, como a longa discuss�o acerca da amplia��o do espa�o do centr�o, esteio do antecessor Jair Bolsonaro (PL). Ap�s idas e vindas, Lula cedeu minist�rios para o grupo conservador, mesmo sem ter certeza de que isso se reverter� em apoio congressual.
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O inc�modo em sua base pol�tica pelo descarte sum�rio da ministra Ana Moser (Esporte), por exemplo, n�o � percept�vel no conjunto da popula��o. � poss�vel argumentar que o notici�rio extremamente negativo sobre seu ant�poda, Bolsonaro, possa manter a chama da polariza��o acesa, evitando assim grandes mudan�as pendulares no eleitorado.
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Outro tema de relativa const�ncia s�o os principais term�metros da economia quando o assunto � popularidade de governantes, infla��o e desemprego, que seguem rota controlada. S�o assuntos bem mais concretos do que alta do Produto Interno Bruto, boa not�cia algo et�rea para a percep��o popular.
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A estratifica��o da avalia��o do petista segue a mesma tamb�m, com suas melhores taxas de aprova��o entre os sempre fi�is nordestinos (49%, entre 26% da amostra populacional do Datafolha), menos instru�dos (53%, 28% dos ouvidos) e mais pobres (43%, 51% dos entrevistados).
Repetindo alguns mantras da polariza��o, Lula � mais rejeitado na regi�o Sul (39%, 14% do eleitorado), mais escolarizados (39%, 22% da amostra), numa classe m�dia mais abastada (44% entre os que ganham de 5 a 10 sal�rios m�nimos, 8% dos ouvidos) e entre evang�licos (41% no grupo, que soma 28% da popula��o) --o petista ensaiou um flerte com esses �ltimos, mais associados ao bolsonarismo e mais ativos politicamente, sem sucesso.
Um segmento chama a aten��o, o dos jovens de 16 a 24 anos, que comp�em 17% da amostra. Acham Lula regular 43% dos ouvidos, com taxas inferiores de rejei��o (23%) e de aprova��o (31%). Em avalia��o de governantes, o regular usualmente pende para o negativo, apesar de a propaganda do Planalto divulgar de forma marota o dado somado ao daqueles que acham o presidente �timo ou bom.
Sob o �ngulo mais negativo da pesquisa para o petista, al�m do aumento da reprova��o, h� a confirma��o do desgaste que trouxe sua volta ao poder, em uma elei��o ganha por 1,8 ponto percentual contra Bolsonaro no segundo turno em 2022.
Lula tem a maior reprova��o entre governantes eleitos para um primeiro termo a essa altura do mandato, salvo a de Bolsonaro --numa diferen�a ante as duas rodadas anteriores, o petista se descolou no quesito do antecessor.
Em 1995, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha s� 15% de reprova��o neste ponto do governo. Lula 1, em 2003, s� 10%, enquanto Dilma Rousseff (PT) marcava 11% em 2010. J� Bolsonaro era reprovado por 38% dos eleitores em 2019, inaugurando uma mudan�a de padr�o que pode ser atribu�da � turbul�ncia radicalizada de seu governo.
Outro dado ruim para Lula na atual pesquisa � a expectativa acerca de seu governo. Acham que ele ser� �timo ou bom no futuro 43%, ante 50% que achavam isso em mar�o.
Os que preveem uma gest�o regular seguem est�veis (26% a 27%), mas aqueles que acreditam na piora, com Lula sendo ruim ou p�ssimo, subiram de 21% para 28%. Com os dados atuais, o petista se iguala aos n�veis de Bolsonaro na mesma altura do mandato.
J� a avalia��o sobre seu desempenho seguiu a estabilidade geral do levantamento. Acham que Lula fez mais do que se esperava 17% (eram 18% em mar�o). J� creem que o petista fez menos do que o previsto 53% (51% antes), enquanto os mesmos 25% da rodada anterior creem que ele cumpriu as expectativas.
S�o dados um pouco melhores do que os registrados por Bolsonaro no mesmo momento do rel�gio que marca o mandato: 11%, 62% e 21%, respectivamente.