
Dados cient�ficos recentes de uma pesquisa brasileira in�dita apontam o extrato de pr�polis como poss�vel aliado no combate � COVID-19. Os resultados do estudo mostraram que o tempo de recupera��o cl�nica dos pacientes que receberam as doses de extrato de pr�polis como auxiliar no tratamento da doen�a foi mais r�pido, com um per�odo de interna��o 50% menor, em torno de seis ou sete dias. Enquanto isso, pessoas que tiveram acesso somente ao tratamento padr�o ficaram cerca de 12 dias internados.
Al�m disso, aqueles que tiveram acesso ao extrato de pr�polis apresentaram �ndice menor de les�o renal aguda. Em pacientes que receberam a dose maior, a taxa de les�o renal aguda foi de 4,8%; j� entre os que receberam a dosagem menor, a taxa foi de 12,5%. No grupo que recebeu apenas o tratamento convencional do hospital, a les�o renal aguda ocorreu em 23,8%.
“Apesar disso, todos os pacientes que receberam as c�psulas de pr�polis n�o apresentaram necessidade de di�lise, diferentemente dos outros que tiveram o tratamento padr�o. Al�m disso, a pesquisa mostrou ainda uma tend�ncia entre os pacientes que receberam extrato de pr�polis de precisar menos de intuba��o”, pontua Marcelo Silveira, pesquisador cl�nico da Apis Flora e do Instituto D’Or, respons�vel pela condu��o do estudo.
Segundo ele, os resultados positivos tem a ver com a a��o dupla do extrato de pr�polis no organismo contaminado, segundo apontado pelo estudo. “Elas ajudam a reduzir a ativa��o da prote�na Spike do coronav�rus, reduzindo a capacidade de entrada nas c�lulas humanas e a ativa��o do v�rus, por meio da redu��o de express�o de uma prote�na chamada TMPRSS2. Al�m disso, podem agir inibindo a via PAK1, respons�vel por inflama��es, infec��es e les�es, como a fibrose pulmonar, depois que o v�rus est� ativado.”
“Em resumo, a pr�polis tem propriedades imunomoduladoras, que ajudam a regular melhor a imunidade e fazem com que a pessoa tenha menos rea��o exagerada ao v�rus. E, por ter caracter�sticas anti-inflamat�rias, ajuda a reduzir o risco de les�o no organismo”, explica. Um achado important�ssimo, nas palavras de Marcelo Silveira.
"Essas pessoas foram divididas em tr�s grupos aos quais foram aplicadas condutas distintas. O primeiro era composto por pacientes que foram submetidos ao tratamento hospitalar padr�o para a doen�a. J� os outros dois receberam, al�m do protocolo padr�o, doses diferentes do Propomax c�psulas, produto que cont�m o extrato de pr�polis EPP-AF. A um dos grupos foram administradas 400 mg por dia do produto, j� ao outro a dose di�ria foi de 800 mg, ambos por 7 dias. A distribui��o entre os grupos foi aleat�ria e todos eles eram semelhantes em termos de composi��o et�ria, comorbidades e acometimento pulmonar"
Marcelo Silveira, pesquisador cl�nico da Apis Flora e do Instituto D%u2019Or, respons�vel pela condu��o do estudo
Para David De Jong, pesquisador do grupo e da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto, da Universidade de S�o Paulo (FMRP/USP), essa descoberta pode ser muito �til para o enfrentamento da pandemia. Al�m dos resultados positivos e promissores, ele alerta para um impacto social importante. “O fato de se tratar de um produto facilmente acess�vel por toda a sociedade representa um ganho importante no combate � doen�a”, comenta.
Realizado pela Apis Flora, em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e o Hospital S�o Rafael, em Salvador, onde os pacientes volunt�rios receberam a dose do extrato como tratamento auxiliar, o chamado “Efic�cia da pr�polis como tratamento adjuvante para pacientes com COVID-19 hospitalizados: um ensaio cl�nico randomizado e controlado” foi publicado em vers�o na plataforma de pesquisa m�dica medRxiv.
COMO O ESTUDO FOI FEITO?
A pesquisa, segundo relatos de Marcelo Silveira, respons�vel pelo estudo, � fruto de anos de estudos. “� importante dizer que n�o se consegue um produto capaz de amenizar os danos de um v�rus como o Sars-Cov-2 de uma hora para outra, e no presente caso, isso foi fruto de mais de 25 anos de investimentos em pesquisas s�rias”, diz.
Mas por que o pr�polis? De acordo com o pesquisador cl�nico porque o pr�polis � uma mat�ria-prima muito diversa em fun��o das fontes bot�nicas poss�veis de serem visitadas pelas abelhas.
“Na literatura cient�fica j� foram publicados 12 tipos diferentes identificados somente no Brasil. Por isso, trabalhamos fortemente em estudos e pesquisas para criar essa padroniza��o, de forma que consegu�ssemos confiabilidade na reprodu��o em cada lote desses produtos, pois n�o podemos falar em um produto para a sa�de se n�o � algo reprodut�vel. E essa � uma quest�o que foi fundamental para testarmos o produto nesse estudo cl�nico”, explica Andressa Berretta, farmac�utica que lidera as testagens.
Aprovado inicialmente pela Comiss�o Nacional de �tica em Pesquisa (CONEP), o estudo foi realizado entre junho e agosto de 2020 e envolveu 124 pessoas internadas em enfermarias e unidades de terapia intensiva – UTI com diagn�stico confirmado de COVID-19. Todos tinham o mesmo perfil: idade m�dia em torno de 50 anos, com comorbidades similares – diabetes, hipertens�o, obesidade, doen�as pulmonares pr�vias –, apresentavam sintomas h� cerca de oito dias antes da entrada no estudo e o mesmo grau de acometimento pulmonar visto por tomografia, em torno de 50%.

O pesquisador alerta que, apesar dos resultados animadores e de toda plausibilidade biol�gica, ainda n�o se pode orientar o uso de pr�polis em protocolos antes que novos estudos cl�nicos sejam realizados. A nova pesquisa ser� realizada com um n�mero maior de pessoas para atestar melhores resultados.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram