
Com as temperaturas em quedas, em raz�o do outono e logo mais do inverno, � comum que, em meio ao aconchego dos cobertores, os casos de doen�as respirat�rias aumentem, como gripe, resfriado, pneumonias e crises de asma e bronquite. Nesse cen�rio, � muito importante ter aliados no combate a essas patologias “do frio”.
E � a� que a Cannabis medicinal entra. Isso porque, segundo pesquisa publicada em 2018, essa subst�ncia desempenha um papel importante no combate a esse tipo de enfermidade, que atinge o sistema respirat�rio.
E � a� que a Cannabis medicinal entra. Isso porque, segundo pesquisa publicada em 2018, essa subst�ncia desempenha um papel importante no combate a esse tipo de enfermidade, que atinge o sistema respirat�rio.
“Assim, a estimula��o destes receptores com o uso de canabidiol (CBD presente na Cannabis) pode aumentar a resposta imunol�gica do organismo diminuindo assim a severidade da doen�a”, afirma a m�dica.
O estudo, da Universidade do Teer�, incluiu 180 crian�as com infec��o respirat�ria viral, sendo 90 internadas e 90 acompanhadas ambulatorialmente. Al�m disso, artigo do PubMed Central tamb�m aponta o uso do canabidiol (CBD) como relevante anti-inflamat�rio nesses casos.
A pesquisa indica que o canabinoide pode fornecer mais benef�cios neuroprotetores do que as vitaminas C e E e contribuir com a imunidade, pelo est�mulo do sistema imunol�gico, melhorando, ainda, a qualidade do sono e promovendo o al�vio de dores.
A pesquisa indica que o canabinoide pode fornecer mais benef�cios neuroprotetores do que as vitaminas C e E e contribuir com a imunidade, pelo est�mulo do sistema imunol�gico, melhorando, ainda, a qualidade do sono e promovendo o al�vio de dores.
“A Cannabis medicinal atua em um sistema org�nico chamado sistema endocanabinoide. Esse sistema est� presente em praticamente todos os �rg�os, gl�ndulas, tecidos, c�rebro e nervos perif�ricos. Essa atua��o se deve � liga��o de subst�ncias ativas presentes na planta, cerca de 500 subst�ncias diferentes, a locais do sistema endocanabinoide chamados receptores. Essa liga��o restabelece o equil�brio da regi�o que apresenta a doen�a. No caso das patologias respirat�rias, a liga��o dos fitocanabinoides aos receptores CB2 desempenha um papel significativo na melhora de infec��es respirat�rias virais.”
� o que explica Maria Teresa Jacob. Segundo ela, os benef�cios n�o param por a�, j� que, nos �ltimos anos, a Cannabis vem sendo utilizada ao redor do mundo para tratar quadros em que os tratamentos tradicionais n�o tiveram efeito ou apresentam uma s�rie de efeitos colaterais.
“As subst�ncias presentes na planta se ligam ao sistema endocanabinoide restabelecendo o equil�brio org�nico com uma menor incid�ncia de efeitos colaterais, trazendo mais qualidade de vida para os pacientes.”
“As subst�ncias presentes na planta se ligam ao sistema endocanabinoide restabelecendo o equil�brio org�nico com uma menor incid�ncia de efeitos colaterais, trazendo mais qualidade de vida para os pacientes.”
“O uso da Cannabis pode tratar, tamb�m, pacientes com doen�as como epilepsia refrat�ria, Alzheimer, autismo, dor cr�nica, entre outras, seguindo as mais r�gidas pr�ticas de um medicamento de qualidade. Um outro exemplo do uso da Cannabis � no tratamento da endometriose, patologia relativamente frequente entre mulheres na fase reprodutiva, que compromete enormemente a qualidade de vida pela dor severa e complica��es genito-urin�rias. Estudos demonstram que a cannabis atua na melhora da dor, com recupera��o da qualidade de vida e diminui��o de complica��es”, comenta.
A banc�ria Shirley Fagundes, de 24 anos, trata a fibromialgia com a Cannabis e reconhece os benef�cios, mas pontua a necessidade de um acompanhamento m�dico.
"Sinto menos dores, cansa�o, fadiga e estou mais ativa e funcional. N�o tive nenhum efeito colateral at� agora, tamb�m � bom que n�o ataca o f�gado, porque j� tive problemas com o rem�dio convencional. Daqui uns meses, � poss�vel que eu possa fazer o desmame de alguns rem�dios. Mas n�o indico ningu�m a comprar sem orienta��o m�dica, apenas eles sabem qual a dosagem correta para os sintomas de cada um."
"Sinto menos dores, cansa�o, fadiga e estou mais ativa e funcional. N�o tive nenhum efeito colateral at� agora, tamb�m � bom que n�o ataca o f�gado, porque j� tive problemas com o rem�dio convencional. Daqui uns meses, � poss�vel que eu possa fazer o desmame de alguns rem�dios. Mas n�o indico ningu�m a comprar sem orienta��o m�dica, apenas eles sabem qual a dosagem correta para os sintomas de cada um."
Ainda, a especialista destaca que a Cannabis medicinal � segura e indicada para todos os p�blicos, uma vez que n�o existem relatos de efeitos adversos importantes. Mas, segundo ela, � importante que o profissional respons�vel pelo caso conhe�a as intera��es medicamentosas e fa�a acompanhamentos cl�nicos e laboratoriais como com qualquer outro medicamento. “Por enquanto n�o existe consenso sobre seu uso em gestantes e mulheres que estejam amamentando”, pontua.
COVID-19
Em meio � pandemia de COVID-19, o frio tamb�m � vil�o, j� que os term�metros em queda podem inferir maiores complica��es respirat�rias. Maria Teresa Jacob chama aten��o para o benef�cio do uso da Cannabis medicinal tamb�m nesse contexto. “Um artigo publicado em novembro de 2020, pela revista 'Frontiers in Pharmacology', aponta que a Cannabis atua na chamada tempestade de citocinas inflamat�rias, que est� associada � infec��o aguda da COVID-19 e � S�ndrome da Ang�stia Respirat�ria Aguda.”

A Cannabis poderia ser �til se adicionada �s terapias anti-inflamat�rias que existem para o tratamento da COVID-19.
Maria Teresa Jacob, especialista em endocanabinologia, Cannabis e Cannabinoides que trabalha com Cannabis Medicinal no al�vio de dor cr�nica h� cerca de 29 anos
“O estudo foi realizado em modelos animais utilizando o THC (um dos fitocanabinoides da planta), administrado por via intraperitoneal em camundongos. O tratamento levou � atenua��o da inflama��o e � diminui��o de citocinas nos pulm�es resultando em 100% de sobreviv�ncia. Al�m disso, outras pesquisas mostram que o THC e o CBD atuam como potentes agentes anti-inflamat�rios. Esses estudos sugerem que os canabinoides atuam em diferentes vias e em grande n�mero de c�lulas para suprimir a inflama��o e a tempestade de citocinas da COVID-19.”
Nesse cen�rio, a m�dica pontua que a Cannabis medicinal pode, ent�o, ajudar e representar uma op��o a mais no tratamento das complica��es da COVID-19. “Al�m das citocinas inflamat�rias serem respons�veis pela s�ndrome do desconforto respirat�rio, elas parecem fazer parte do desenvolvimento da fibrose pulmonar, complica��o de dif�cil tratamento. Desta forma, a Cannabis poderia ser �til se adicionada �s terapias anti-inflamat�rias que existem para o tratamento da COVID-19.”
“Al�m da a��o anti-inflamat�ria, a Cannabis pode ser importante para ajudar no controle de altera��es do humor, como ansiedade e depress�o, dor persistente, dist�rbios do sono, sensa��o de fadiga e dist�rbios do apetite, que permanecem ap�s o quadro agudo”, justifica.
TABU
Apesar dos benef�cios, existe um tabu enorme em torno do uso da Cannabis medicinal, em raz�o da associa��o quase que imediata da subst�ncia com a maconha, entorpecente origin�rio da mesma planta, por�m, com dose altas de THC. “Quando se utiliza o termo Cannabis medicinal estamos nos referindo ao uso m�dico da Cannabis Sativa. Neste caso, ela � um medicamento e n�o um fitoter�pico, com doses limitadas do THC e em alguns medicamentos at� sem ele.”
“O THC � um dos quase 500 componentes ativos da Cannabis. A maconha � a Cannabis Sativa com altas doses de THC (Tetra-hidrocanabinol), respons�vel por seus efeitos alucin�genos e seu uso recreativo. Para reverter a vis�o de que a Cannabis medicinal n�o � igual a maconha, o mais importante � esclarecer esta diferen�a tanto para a popula��o, como para profissionais de sa�de e �rg�os governamentais”, explica a m�dica.
Ela conta que inclusive estudos foram limitados em raz�o deste tabu, que, conforme ela, deve ser quebrado para que os benef�cios sejam reconhecidos e utilizados. “Devido � taxa��o da Cannabis Sativa como subst�ncia altamente perigosa e viciante n�o foram realizados tantos estudos em vivo em seres humanos, randomizados e controlados. A partir de dezembro de 2020, com a retirada da planta desta classifica��o, reconhecendo as propriedades medicinais, mais estudos nestes moldes ser�o realizados comprovando cada vez mais sua efic�cia e seguran�a.”
“Quando a Cannabis medicinal � indicada da forma correta, de acordo com o perfil do paciente e a patologia que ele apresenta, centenas de pessoas s�o beneficiadas, principalmente nos casos em que os tratamentos tradicionais n�o conseguem controlar a doen�a e devolver qualidade de vida ao indiv�duo. Portanto, a quebra do tabu e a legaliza��o da cannabis medicinal se faz muito importante para a dignidade humana”, afirma Maria Teresa Jacob.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram