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Estado de Minas O MUNDO DIGITAL

Voc� sabe ao que seu filho est� assistindo?

Especialistas alertam pais para exposi��o inadequada de conte�dos e destacam a import�ncia de estabelecer regras tanto para as crian�as e adolescentes


17/07/2022 08:00 - atualizado 19/07/2022 11:53

Mãe e fila com celular
Luciana Guimar�es de Morais tem uma rela��o de cumplicidade com a filha Manuella, de 14 anos, que � f� de s�ries de adolescentes, al�m de acessar o Instagram e o Tik Tok (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Uma avalanche de informa��es. Est�mulos que partem de todos os lugares. Experi�ncias instant�neas, sensa��es que correm em velocidade �mpar, uma fugacidade perigosa. A facilidade de acesso, um fluxo sem crit�rios. Tudo acontece o tempo todo, e chega sem filtros por uma infinidade de canais. Quando se pensa em crian�as e jovens, estar sempre conectado pode n�o ser algo t�o corriqueiro e inofensivo assim. 
 
O consumo de s�ries e filmes, por exemplo, pode acarretar consequ�ncias que devem ser consideradas. N�o � qualquer tem�tica que se adequa a cada faixa et�ria, e essas s�o circunst�ncias com reflexos diretos no comportamento desse p�blico. Para pais, respons�veis e educadores, sinal de alerta. Acompanhar o que os filhos procuram, o que gostam de assistir, acaba sendo uma medida importante para a manuten��o da sa�de, psicol�gica e emocional. Afinal, toda exposi��o excessiva precisa ser evitada. S�o seres humanos em forma��o.
 
A administradora de empresas Luciana Guimar�es de Morais, de 50 anos, � m�e de Manuella, de 14. A menina come�ou a se interessar pelo celular e o universo digital aos 10. Na casa, praticamente todos os canais de streaming est�o acess�veis. O interesse maior de Manuella � por s�ries voltadas para adolescentes, filmes da Marvel, “Star wars”, entre outros. Tamb�m v�deos pelo Instagram e TikTok, acompanhando memes e coisas engra�adas, tudo adequado para sua idade. "Ela ri o tempo todo", diz Luciana.
 
Depois que chega da aula, ap�s o almo�o, a n�o ser no intervalo separado para estudar, Manuella fica praticamente o dia inteiro conectada, at� a hora de ir dormir, e por mais tempo ainda nos fins de semana. A m�e sabe bem o que a filha acessa – a rela��o entre as duas � de transpar�ncia. A pr�pria menina conta tudo. � uma experi�ncia saud�vel. "Ela nunca mente para mim. Ela mesma me mostra ao que est� assistindo. E n�o tem interesse por nada al�m do que � indicado para sua idade", diz Luciana, lembrando que o celular faz parte da vida de Manuella, nesse caso de forma positiva.    

VIDRADOS

Mas essa � uma realidade que Luciana n�o encontra no seu exerc�cio como educadora. Ela d� aulas de ingl�s em uma escola p�blica em Belo Horizonte, e diz que o que mais observa em rela��o ao celular, para os alunos, s�o situa��es perigosas. Durante a aula, � dif�cil ter algum estudante que n�o esteja ao celular. Pedir aten��o � uma tarefa �rdua. Fazer com que os alunos se interessem pelas li��es, ainda mais.
 
Para Luciana, a tecnologia tem coisas boas, mas muitas ruins tamb�m. E vai al�m do que apenas acessar conte�dos de entretenimento. "� tudo muito r�pido. Tudo muito � m�o, e muitas vezes os pais n�o percebem o risco. Eles est�o expostos, n�o sabem, por exemplo, discernir o que � um elogio sincero, de algum colega, ou quando � uma mentira. Marcar um encontro sem saber quem �, ir a algum lugar sem que os pais estejam cientes", diz. 
 
Leia a continua��o desta mat�ria:
 
Alerta: pais devem ficar atentos aos perigos do mundo virtual

Meios eletr�nicos  deixam est�mulos a mil
 
Nesses casos, o acesso irrestrito ao celular gera problemas. Luciana cita, por exemplo, situa��es de venda de drogas pelo telefone, amea�as, e at� um caso de uma menina que foi estuprada depois de um contato telef�nico. � dif�cil saber quem realmente est� por tr�s da tela. "S�o crian�as e jovens que muitas vezes est�o � deriva. Os pais n�o olham, � muito f�cil fazer coisa errada."

VALORES

Algumas s�ries e filmes podem trazer reflex�es necess�rias e preceitos de vida que est�o alinhados com valores da pr�pria fam�lia, diz a especialista em desenvolvimento infantil Aline De Rosa, lembrando que s�o valores que cada pai e m�e devem passar para seu filho, n�o somente pensar que um filme ou uma s�rie vai ensinar esses conceitos para a crian�a. "N�o adianta meu filho assistir a determinado filme que celebra a natureza, se eu moro dentro de um apartamento, vivo dentro do shopping e consumo sem parar, n�o respeitando o meio ambiente."
 
No caso de uma exposi��o inadequada aos conte�dos, isso pode acarretar diversos tipos de preju�zos, pontua Aline De Rosa. Por exemplo, crian�as que t�m acesso a conte�dos que as aterrorizavam enquanto assistiam aos desenhos. Muitas tiveram que fazer terapia, sem conseguir dormir e tendo pavores inexplic�veis, medos infundados e dificuldades em se relacionar com desconhecidos. 
 
"Tamb�m pode expressar comportamentos agressivos, birras, distanciamento dos pais e reclus�o. Pode mostrar certos comportamentos de ansiedade, como roer unha, mexer em uma ferida e com brincadeiras agressivas. � necess�rio um controle muito criterioso para que isso n�o aconte�a. A internet � um mundo muito vasto e, em um toque, a crian�a pode ter acesso a algo muito grave, que pode marc�-la por muito tempo."
 
Quando se fala em adolescente, � importante que existam regras, orienta Aline De Rosa. N�o � indicado que acesse o celular ou o computador no quarto, com a porta fechada, e passar a noite inteira assim sem que os pais tenham a menor ideia do que vem sendo acessado. "Eu recomendo que adolescentes n�o tenham telas em locais onde podem se trancar e ter acesso � internet sem nenhum tipo de supervis�o. Uso de telas � na sala, em conjunto, em fam�lia, onde todos possam ver."


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