Mulher morre durante endoscopia: entenda se exame traz risco aos pacientes

Uma mulher de 49 anos morreu durante um exame de endoscopia em uma cl�nica no Barreiro, nessa segunda-feira (18/07). A v�tima, Cleonice Ribeiro da Silva Soares, apresentou um quadro de esfor�o respirat�rio ap�s ser sedada na hora do exame e evoluiu para uma parada card�aca.

 

Segundo a filha, Cleonice usava desde 2019 um cardiodesfibrilador, que � semelhante a um marcapasso. Ela acredita que a m�e tenha informado isso � equipe respons�vel, mas m�dico e enfermeira que fizeram o exame afirmam que n�o foram comunicados sobre o uso do aparelho.

 

A endoscopia � um exame interno, que pode ser realizado com ou sem seda��o, que avalia a mucosa do aparelho digestivo e pode detectar les�es nos �rg�os, � o que explica Mauro Jacome, m�dico especialista em endoscopia, cirurgia e gastroenterologia e diretor da Cronos Endoscopia.

 

"Com esse exame podemos tratar precocemente doen�as do trato digestivo, e algumas les�es menores podem, inclusive, ser retiradas pelo m�dico impedindo sua evolu��o para doen�as mais s�rias", afirma Jacome.

 

De acordo com Mauro, a endoscopia � uma especialidade m�dica e pode ser feita em todas as idades, e o recomendado � que seja sempre realizado por m�dicos especialistas no exame. "Mesmo crian�as pequenas ou idosos podem realiz�-lo. O importante � que uma avalia��o pr�via do paciente identifique o ambiente e as condi��es ideais para atender o paciente e realizar o procedimento proposto", declara.

 

Contraindica��es e riscos

 

A endoscopia � contraindicada em situa��es em que o risco para o paciente realizar o procedimento � maior do que o benef�cio. "Em geral, isso ocorre quando o exame n�o tem urg�ncia em ser feito e o paciente se encontra em estado grave por outra condi��o. Por isso, a avalia��o pr�via do risco anest�sico ou card�aco em pacientes idosos ou cardiopatas � v�lida", afirma o especialista.

 

Jacome deixa claro que os maiores riscos ocorrem quando o paciente possui doen�as card�acas graves, como arritmias, ou pulmonares, como asma grave, ou, ainda, quando vai ser realizado algum procedimento terap�utico na endoscopia. "Os riscos s�o insufici�ncia respirat�ria, arritmia, flebite e perfura��es dos �rg�os digestivos", esclarece.

 

Apesar de pouco frequentes, explica o m�dico, esses riscos devem ser informados previamente ao paciente, que deve dar consentimento para a realiza��o do exame.

 

"Essas condi��es de risco podem raramente levar a �bito durante o exame, pois s�o complica��es graves. O importante � que os riscos n�o sejam negligenciados e menosprezados e que a estrutura para atender o paciente esteja bem preparada para quaisquer intercorr�ncias", finaliza o diretor da Cronos Endoscopia.

 

Nova alternativa

 

A C�psula Endosc�pica � uma nova op��o para pessoas que n�o podem realizar a endoscopia e at� mesmo a colonoscopia. O procedimento, realizado desde mar�o de 2022 pelo Departamento de Endoscopia do Hospital Madre Teresa (HMT), trata-se de um exame n�o invasivo em que a pessoa ingere uma c�psula que cont�m em seu interior uma ou duas micros c�meras.

 

A c�psula desce naturalmente pelo aparelho digestivo e vai fotografando suas paredes, com qualidade de imagem em alta resolu��o, permitindo a visualiza��o completa da mucosa do intestino delgado e c�lon.

 

 

 

As imagens s�o transmitidas a um gravador, que fica preso em um cinto ajustado no abdome do paciente, e, ao t�rmino da grava��o, elas s�o repassadas ao computador para que o m�dico possa analis�-las.

 

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"A c�psula n�o precisa de seda��o e isso � uma grande vantagem. Mas vale lembrar que ela n�o substitui a endoscopia nem a colonoscopia. Mas a c�psula serve para investigar doen�as em pacientes que t�m risco elevado para realizar esses dois exames ou que n�o pode ser sedado", explica Renata Figueiredo, m�dica endoscopista.

 

Para quais casos a c�psula � indicada?

 

O procedimento realizado � indicado para pesquisa de hemorragias ocultas em todo o trato digest�rio, ou seja, aquelas que n�o foram identificadas em endoscopia e/ou colonoscopia. Al�m de ser �til para detec��o de p�lipos, doen�a inflamat�ria intestinal (doen�a de Crohn), doen�a cel�aca, tumores de intestino delgado e diversos outros problemas encontrados na superf�cie interna do intestino delgado, �rea de dif�cil avalia��o por endosc�pio.

 

"Sem d�vidas, essa � uma grande inova��o que veio para tornar os diagn�sticos muito mais precisos e assertivos. Agora, �reas de dif�cil acesso pode ser visualizadas por meio dessa c�psula em imagens de alta resolu��o", esclarece o coordenador da equipe, Roberto Motta.