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Estado de Minas ESTUDO

COVID aumenta risco de 'nevoeiro mental' e outros transtornos cerebrais

Diagn�stico de dem�ncia aumentou ap�s dois anos, mas outros problemas como depress�o ca�ram, segundo pesquisa rec�m-publicada


18/08/2022 07:35 - atualizado 18/08/2022 08:36

Mulher cansada e deitada na cama
(foto: Getty Images)

Os diagn�sticos de dem�ncia, epilepsia e "nevoeiro mental" s�o mais comuns dois anos depois de ter COVID do que em outras infec��es respirat�rias, indica um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido.


Outros quadros, por�m, como ansiedade e depress�o n�o se tornaram mais frequentes naqueles que foram infectados pelo coronav�rus entre 2020 e 2021, segundo a pesquisa.

Mais trabalhos s�o necess�rios para entender como e por que a COVID pode levar a outras condi��es que afetam o c�rebro e o bem-estar.


Em linhas gerais, especialistas dizem que o v�rus interrompeu a rotina e a vida, al�m de deixar as pessoas doentes.

 

 

 


Pesquisas anteriores haviam apontado que os adultos correm um risco maior de doen�as cerebrais e mentais nos seis meses ap�s ter contato com o coronav�rus.


O estudo mais recente analisou o risco de sofrer com 14 dist�rbios diferentes em 1,25 milh�o de pacientes que tiveram COVID h� dois anos.

 

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Em seguida, esse grupo foi comparado com outro, tamb�m de 1,25 milh�o de pessoas, que foram diagnosticadas com outras infec��es respirat�rias (como gripe ou resfriado, por exemplo).

No grupo que teve COVID h� dois anos, foi poss�vel observar mais casos de:

  • Dem�ncia, acidente vascular cerebral (AVC) e confus�o mental em adultos com mais de 65 anos;
  • "Nevoeiro mental" em adultos de 18 a 64 anos. Esse � um termo gen�rico que os cientistas usam para descrever quadros de confus�o e esquecimentos, como se o racioc�nio e a mem�ria estivessem embaralhados;
  • Epilepsia e dist�rbios psic�ticos em crian�as, embora os riscos fossem pequenos.

O risco das crian�as de desenvolver epilepsia ap�s ter COVID foi de 260 a cada 10 mil pessoas, por exemplo. Naquelas acometidas por outras infec��es respirat�rias, essa taxa ficou em 130 em 10 mil.

J� a probabilidade de desenvolver um transtorno psic�tico tamb�m aumentou ap�s a doen�a — ficou em 18 em 10 mil — mas ainda � considerada uma condi��o rara pelos especialistas

O estudo tamb�m revelou que alguns dist�rbios tornaram-se menos comuns dois anos ap�s a infec��o, como:

  • Ansiedade e depress�o em crian�as e adultos;
  • Transtornos psic�ticos em adultos.

De acordo com o levantamento, o aumento do risco de depress�o e ansiedade em adultos no p�s-COVID dura menos de dois meses antes de retornar aos n�veis considerados normais.

'Preocupante'

O professor Paul Harrison, autor principal do estudo, considera "preocupante" que alguns dist�rbios, como dem�ncia e convuls�es, se tornem mais frequentes no p�s-COVID, mesmo dois anos depois de um diagn�stico positivo.

Mas o especialista, que integra o departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford, classifica como "boa not�cia" o fato de os casos de depress�o e ansiedade terem uma "vida curta" e n�o serem observados em crian�as.

Os pesquisadores indicam que os n�meros de indiv�duos afetados eram "dif�ceis de ignorar", mas "n�o formaram um tsunami". Alguns deles, por�m, precisam de aten��o m�dica, o que poderia aumentar ainda mais a press�o sobre os servi�os de sa�de.

O estudo, publicado no peri�dico cient�fico The Lancet Psychiatry, n�o acompanhou cada participante ao longo de todo esse per�odo — em vez disso, compilou e comparou o n�mero de pessoas com um novo diagn�stico de transtorno nos dois anos que se passaram ap�s a infec��o.

O artigo tamb�m n�o analisou a gravidade de cada condi��o ap�s o diagn�stico ou quanto tempo ela durou, e se as enfermidades descritas p�s-COVID s�o semelhantes �s que ocorrem em outras infec��es.

Os cientistas tamb�m optaram por n�o chamar essas condi��es de "COVID longa", embora o nevoeiro mental — ou os problemas de mem�ria e concentra��o — seja um sintoma t�pico desse quadro.

A variante �micron, que causou recordes de novos casos ao longo dos �ltimos meses, est� relacionada com uma menor probabilidade de sofrer com sintomas de longo prazo em compara��o com as linhagens anteriores do coronav�rus, sugerem pesquisas recentes.

Por�m, embora provoque um quadro agudo menos grave do que a variante delta, a �micron parece levar a riscos semelhantes de doen�as cerebrais e mentais, segundo o estudo da Universidade de Oxford.

'Agita��o social'

O estudo rec�m-publicado tem algumas limita��es — n�o analisou, por exemplo, como a COVID pode causar dist�rbios cerebrais e mentais, embora alguns especialistas digam que isso possa ser explicado pelo desenvolvimento de pequenos co�gulos no sangue.

Os professores Jonathan Rogers e Glyn Lewis, da University College London, tamb�m no Reino Unido, que n�o estiveram envolvidos na pesquisa, disseram que o estudo destacou "algumas caracter�sticas cl�nicas que merecem uma investiga��o mais aprofundada", mas acrescentaram que mais trabalhos s�o necess�rios para confirmar as descobertas.

J� o professor David Menon, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), calcula que o impacto de estar no hospital com COVID ï¿½ compar�vel a "20 anos de envelhecimento".

Paul Garner, professor em�rito da Escola de Medicina Tropical de Liverpool (Reino unido), aponta que a pandemia mudou a vida das pessoas de muitas maneiras.

Ele ressalva que os pequenos aumentos observados em problemas como dem�ncia e psicose podem estar mais relacionados "� agita��o social e � distopia que vivemos, em vez de serem um efeito direto do v�rus".

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62589473

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