(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas MORTE

Livro desmitifica culpa e covardia diante do suic�dio

Especialista em suicidologia alerta que o suic�dio j� � caso de sa�de p�blica e governo deve investir em campanhas para 'sobreviventes' e comunidade em geral


18/08/2022 12:06 - atualizado 22/08/2022 16:33

mulher chora de cabeça abaixada e as mãos cobrindo o rosto
Os dados da OMS apontam uma morte por suic�dio a cada 40 segundos, ou seja, 800 mil pessoas no mundo e 13 mil brasileiros por ano (foto: Ulrike Mai/Pixabay )
  A especialista em suicidologia, a psic�loga mineira Luciana Rocha, 48 anos, lan�a o livro “Nem covarde, Nem her�i – Amor e recome�o diante de uma perda por suic�dio”, hoje, dia 18, �s 19h, no Centro Cultural Unimed BH Minas, aberto ao p�blico. A obra � um relato corajoso e sens�vel sobre como lidou com o suic�dio do marido, em meio a uma hist�ria de amor, sem se sentir culpada, mas determinada a buscar um para qu� e n�o um porqu�.

Luciana Rocha explica que a aus�ncia de informa��es e conhecimento sobre o tema alimenta o preconceito e os mitos que envolvem o ato de tirar a pr�pria vida. Ela espera ajudar as pessoas a entenderem que quem morre por suic�dio n�o pode ser culpado, uma vez que est� doente. “A situa��o � cercada por mitos e mentiras. Afinal, como perceber os sinais para ajudar nesses casos, se a grande maioria da popula��o n�o entende nada sobre as quest�es relativas a esse processo, incluindo a pr�pria pessoa que pensa em cometer o ato, mas n�o consegue pedir ajuda”, afirma.

Os dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) apontam uma morte por suic�dio a cada 40 segundos, ou seja, s�o cerca de 800 mil pessoas no mundo. No Brasil, s�o 32 brasileiros por dia e 13 mil a cada ano. O mais alarmante ainda � que os especialistas acreditam que a taxa � muito maior, em torno de um milh�o, pois s�o muitas as pessoas que escondem as ocorr�ncias e as centenas de �bitos que s�o registrados com outras causas.  

Leia tamb�m:  Bombeiro que evitou 57 suic�dios cria t�cnica agora usada em 20 estados.

“J� atendi a v�rios sobreviventes, ou seja, pessoas que perderam algu�m por suic�dio, est�o enlutadas e  esconderam a ocorr�ncia. A �nica maneira de se falar sobre o suic�dio e preveni-lo � abordar o tema de forma respons�vel. O suic�dio j� � um problema de sa�de p�blica que  impacta 140 pessoas, a cada morte, direta ou indiretamente, em m�dia”, observa a psic�loga.

Estere�tipo tra�ado pelo senso comum

capa do livro
O livro foi escrito a partir de uma hist�ria de amor (foto: Arquivo Pessoal)
Ap�s perder o marido por suic�dio, h� sete anos, Luciana come�ou a estudar o assunto, pois ele n�o tinha o perfil de uma pessoa que tiraria a pr�pria vida, baseando-se no estere�tipo tra�ado pelo senso comum. “N�o aprendemos sobre isso na faculdade e n�o conhecia muita coisa a cerca do tema. O pouco que sabia era errado. Nossa fam�lia era feliz e Marden era uma pessoa muito animada, carinhosa, prestativo e um pai sempre presente. A morte dele foi totalmente inesperada, n�o s� para mim. Hoje, ap�s 23 anos formada em psicologia, entendo que ele tinha transtorno bipolar de personalidade".

O impacto da situa��o a estimulou a estudar, buscar mais informa��es. Luciana Rocha alerta que n�o se sentiu culpada pelo ato do marido, embora seja comum que a maioria das pessoas envolvidas se sinta culpada ou “envergonhada”. “A morte j� � um tema dif�cil nas conversas do cotidiano e, o suic�dio, � ainda mais complexo. A verdade � que o assunto requer uma abordagem ao mesmo tempo sens�vel, acolhedora e profissional”, alerta.

Leia tamb�m: Hipnoterapia pode ajudar a superar a perda e o luto.

O livro foi escrito a partir de  uma hist�ria de amor. “Eu n�o poderia deixar que essa hist�ria fosse esquecida, pois � muito maior que a forma como ele morreu. A dor � real e persiste, mas a pergunta n�o deve ser porqu�, e, sim, para qu�? As 120 p�ginas existem por causa da morte dele. Sei que n�o posso mudar o passado, contudo, posso aprender muito com essa experi�ncia. O aprendizado me permite ajudar outras pessoas, tanto aquelas com alguma idea��o suicida, quanto as que perderam algu�m por essa causa”, destaca a psic�loga.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)