
Luciana Rocha explica que a aus�ncia de informa��es e conhecimento sobre o tema alimenta o preconceito e os mitos que envolvem o ato de tirar a pr�pria vida. Ela espera ajudar as pessoas a entenderem que quem morre por suic�dio n�o pode ser culpado, uma vez que est� doente. “A situa��o � cercada por mitos e mentiras. Afinal, como perceber os sinais para ajudar nesses casos, se a grande maioria da popula��o n�o entende nada sobre as quest�es relativas a esse processo, incluindo a pr�pria pessoa que pensa em cometer o ato, mas n�o consegue pedir ajuda”, afirma.
Os dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) apontam uma morte por suic�dio a cada 40 segundos, ou seja, s�o cerca de 800 mil pessoas no mundo. No Brasil, s�o 32 brasileiros por dia e 13 mil a cada ano. O mais alarmante ainda � que os especialistas acreditam que a taxa � muito maior, em torno de um milh�o, pois s�o muitas as pessoas que escondem as ocorr�ncias e as centenas de �bitos que s�o registrados com outras causas.
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“J� atendi a v�rios sobreviventes, ou seja, pessoas que perderam algu�m por suic�dio, est�o enlutadas e esconderam a ocorr�ncia. A �nica maneira de se falar sobre o suic�dio e preveni-lo � abordar o tema de forma respons�vel. O suic�dio j� � um problema de sa�de p�blica que impacta 140 pessoas, a cada morte, direta ou indiretamente, em m�dia”, observa a psic�loga.
Estere�tipo tra�ado pelo senso comum

O impacto da situa��o a estimulou a estudar, buscar mais informa��es. Luciana Rocha alerta que n�o se sentiu culpada pelo ato do marido, embora seja comum que a maioria das pessoas envolvidas se sinta culpada ou “envergonhada”. “A morte j� � um tema dif�cil nas conversas do cotidiano e, o suic�dio, � ainda mais complexo. A verdade � que o assunto requer uma abordagem ao mesmo tempo sens�vel, acolhedora e profissional”, alerta.
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O livro foi escrito a partir de uma hist�ria de amor. “Eu n�o poderia deixar que essa hist�ria fosse esquecida, pois � muito maior que a forma como ele morreu. A dor � real e persiste, mas a pergunta n�o deve ser porqu�, e, sim, para qu�? As 120 p�ginas existem por causa da morte dele. Sei que n�o posso mudar o passado, contudo, posso aprender muito com essa experi�ncia. O aprendizado me permite ajudar outras pessoas, tanto aquelas com alguma idea��o suicida, quanto as que perderam algu�m por essa causa”, destaca a psic�loga.