(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas CORA��O

Doen�a venosa cr�nica � fator de risco para doen�as cardiovasculares

As doen�as cardiovasculares s�o a principal causa de morte em todo o mundo, principalmente as doen�as cardiovasculares arteriais, como derrame e infarto


23/08/2022 14:30 - atualizado 23/08/2022 19:51

Coleta de sangue
Estudos recentes levantam a tese de que indiv�duos com doen�a venosa cr�nica (DVC) frequentemente t�m fatores de risco para doen�a cardiovascular (foto: PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABUNA/Divulga��o)

As doen�as cardiovasculares s�o a principal causa de morte em todo o mundo, principalmente as doen�as cardiovasculares arteriais, como derrame, infarto, insufici�ncia da circula��o decorrente do diabetes. Estudos recentes, como a pesquisa publicada no European Heart Journal, da European Society of Cardiology, levantam a tese de que indiv�duos com doen�a venosa cr�nica (DVC) frequentemente t�m fatores de risco para doen�a cardiovascular e que essa rela��o aumenta proporcionalmente com a gravidade da DVC. Os indiv�duos com DVC t�m, ainda, risco tr�s vezes maior de morte por todas as causas, em compara��o com aqueles que n�o apresentam sinais cl�nicos da doen�a.

 

O angiologista e cirurgi�o vascular Rodrigo Kikuchi, membro da Comiss�o Cient�fica da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), explicou hoje (23) � Ag�ncia Brasil que a doen�a vascular mais prevalente, ou seja, a que mais existe na popula��o, � a doen�a venosa, que s�o as varizes ou dilata��es de veia.

 

Kikuchi disse que, ao contr�rio do que se pensava anteriormente, que as doen�as cardiovasculares e venosas n�o tinham rela��o, o que se tem descoberto, cada vez mais, � que "ambas as doen�as t�m um componente inflamat�rio, tanto da parte da circula��o arterial, aquela que leva oxig�nio, como a doen�a venosa, que traz o sangue de volta ao cora��o".

 

Recentemente, estudos chegaram � conclus�o que existe uma rela��o entre as pessoas que t�m a DVC com uma maior ocorr�ncia da doen�a cardiovascular. "Como se a DVC tamb�m fosse um preditor de ter a doen�a cardiovascular arterial". Segundo Kikuchi, isso � interessante porque "se a doen�a venosa � muito mais prevalente e a gente evita a progress�o para uma doen�a venosa mais severa, hoje acredita-se que tamb�m estamos prevenindo a doen�a cardiovascular e, consequentemente, as mortes por doen�a cardiovascular".

 

De acordo com a SBACV, a DVC atinge em torno de 38% da popula��o brasileira, sendo mais comum em mulheres (45%) do que em homens (30%), de todas as faixas et�rias, e mais recorrente acima dos 70 anos de idade (70%).

 

Manifesta��es

 

A doen�a venosa se manifesta de diferentes formas, mas os sinais visuais mais comuns s�o vasinhos e varizes acompanhados de sintomas como dor, incha�o, sensa��o de peso nas pernas, coceira, pele ressecada, c�imbras noturnas com frequ�ncia e formigamento. "Tudo isso j� pode ser um indicativo de ter uma DVC. N�o necessariamente ter aquelas veias enormes. Mas s� o fato de a pessoa ter algum sintoma desses j� vale uma avalia��o m�dica mais precisa, com um angiologista ou cirurgi�o vascular", recomenda.

 

Rodrigo Kikuchi disse que 60% das pessoas que t�m DVC acabam demonstrando progress�o ao longo de 10 anos. "Ou seja, mais da metade demonstram progress�o da doen�a para uma doen�a mais avan�ada ao longo de 10 anos. Por isso, o cuidado tem que ser cont�nuo", recomenda. Caso n�o seja tratada, a DVC pode evoluir para altera��es da pele, causando �lceras, alerta o m�dico.

 

"Essa � a parte da doen�a venosa cr�nica mais avan�ada e a gente tem que evitar que chegue nesse ponto. Quanto mais evolui na doen�a cr�nica, mais a pessoa tem correspond�ncia na doen�a cardiovascular. � isso que tem sido avaliado, justamente pelos componentes inflamat�rios que a DVC tem em comum com a doen�a arterial. � uma inflama��o do corpo que acaba levando a uma possibilidade de ter a trombose arterial, que � o risco de infarto, derrame e tudo o mais".

 

Preven��o

 

Para evitar ter a DVC e, em consequ�ncia, uma doen�a cardiovascular, Rodrigo Kikuchi disse que a preven��o � a mesma, fazer exerc�cios, ter boa alimenta��o, controlar o peso, fazer atividades f�sicas de fortalecimento e n�o ficar s� caminhando.

 

"Isso tem a ver com mudan�a de estilo de vida, que � a principal medida, tanto para doen�a venosa, como para doen�a cardiovascular". Em rela��o � doen�a venosa inicial, destacou a terapia compressiva, que se refere ao uso de meias el�sticas para aliviar sintomas. Existem tamb�m alguns medicamentos indicados para a fase inicial ou sintom�tica da doen�a venosa.

 

O m�dico alertou que o retorno venoso ineficiente n�o ocorre apenas por causa das veias. A obesidade � outro motivo, porque o paciente acima do peso tem uma press�o maior no abd�men, o que complica o retorno do sangue. Da mesma forma, a inatividade f�sica � outro fator prejudicial, porque a falta de musculatura faz com que o indiv�duo tenha menos pot�ncia e capacidade de contra��o muscular da perna. "Esse movimento � que melhora o retorno venoso", ressaltou.

 

Embora n�o haja uma rela��o direta do tabagismo com o surgimento de veias ou varizes, acredita-se atualmente, pelo processo inflamat�rio que o tabagismo causa, que esse h�bito tamb�m machuca a parede venosa, da mesma forma que acontece com a parede arterial. "O tabagismo ligado a infarto e derrame � o principal fator de risco evit�vel das doen�as cardiovasculares que a gente tem. � n�o fumar".

 

Campanha

 

Neste m�s de agosto, a SBACV promove a campanha #Agosto Azul Vermelho de conscientiza��o da popula��o sobre a sa�de vascular, estimulando uma mudan�a de h�bito de vida, que � saud�vel para a sa�de venosa e arterial.

 

A SBACV quer que os pacientes tenham consci�ncia da sa�de vascular, tanto na parte venosa como na parte arterial. Kikuchi lembrou que o diagn�stico deve ser feito pelo angiologista ou cirurgi�o vascular, "para que possa tomar medidas preventivas e para que a popula��o cres�a melhor".

 

Em parceria com o laborat�rio franc�s Servier, a SBACV coordena uma chamada para que as pessoas olhem suas pernas e saibam o que est� por tr�s dos vasinhos, varizes e das pernas pesadas, al�m de falar sobre preven��o e a import�ncia de acompanhamento m�dico. "Que olhe suas pernas e saiba que s�o elas que o levam para todo lugar, para que voc� tome essa consci�ncia e ame e cuide das suas pernas. Essa � a ideia da campanha", disse o angiologista.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)