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Estado de Minas PESQUISA

Mulheres t�m maior risco de ter morte precoce por diabetes, diz estudo

Vulnerabilidade piora se ela tiver menos de 65 anos e for fumante; soma dos fatores resulta em 15 anos a menos de vida


26/09/2022 07:19 - atualizado 26/09/2022 11:29

Mulher fumante
A possibilidade de falecimento prematuro foi maior em mulheres do que em homens com a doen�a: 96% contra 74% (foto: Inna Mykytas/PIXABAY)

O diabetes tipo 2 causa maior impacto na mortalidade e na redu��o da expectativa de vida de mulheres, pessoas mais jovens e fumantes. Isso � o que indica uma pesquisa apresentada, nesta semana, na reuni�o anual da Associa��o Europeia para o estudo do Diabetes (EASD), em Estocolmo, na Su�cia. Segundo a an�lise, feita com dados brit�nicos, uma mulher com a doen�a metab�lica tem 60% a mais de risco de morte prematura do que uma pessoa sem a complica��o cl�nica.


Adrian Heald, principal autor do estudo, conta que a investiga��o procurou "determinar a maneira como os fatores demogr�ficos e de estilo de vida subjacentes se relacionam com o risco de morrer com diabetes tipo 2". Para isso, os pesquisadores analisaram dados de sa�de de pessoas com a doen�a cr�nica residentes em Salford, na Inglaterra, colhidos entre 2010 e 2020. A amostra foi composta por 11.806 indiv�duos com, em m�dia, 66,2 anos, sendo 55% homens.
 
 
A expectativa desse p�blico foi comparada � da popula��o em geral com o mesmo perfil e sem a doen�a. No per�odo analisado, morreram 3.921 pessoas com diabetes tipo 2 e 2.135 sem. Segundo os autores, isso representa um risco 84% maior de morte precoce entre quem tem o problema metab�lico. Tr�s grupos com diabetes apresentaram maior vulnerabilidade: mulheres, pessoas com menos de 65 anos e fumantes.

A possibilidade de falecimento prematuro foi maior em mulheres do que em homens com a doen�a: 96% contra 74%. Esse dado chamou a aten��o da equipe porque, geralmente, o diabetes tem um efeito maior sobre a sa�de masculina. Foi observado que uma mulher diab�tica tem 60% mais risco de morrer precocemente do que algu�m sem a doen�a independentemente do g�nero. No caso dos homens, a taxa cai para 44%.

Heald detalha uma poss�vel explica��o para esse resultado. "At� agora, pensamos que isso se refere a mulheres que manifestam diabetes tipo 2 mais tarde do que os homens em termos de idade, enquanto j� abrigam uma carga crescente de fatores de risco cardiovascular. Al�m disso, existem altera��es no manuseio de lip�dios e na composi��o corporal na menopausa que aumentam os processos aterog�nicos - o conjunto de altera��es nos n�veis de gordura no sangue caracter�sticos do diabetes."

Na avalia��o de Antonio Chacra, endocrinologista do Hospital S�rio-Liban�s de S�o Paulo, essa diferen�a na vulnerabilidade pode estar relacionada � jornada dupla de atividades enfrentada por muitas mulheres: "Ao longo do tempo, a popula��o feminina passou a ocupar cada vez mais os postos de trabalho. Antigamente, era mais comum que os homens carregassem essa fun��o de provedor. S� que as mulheres ainda s�o mais sobrecarregadas do que os parceiros por causa da vis�o da sociedade de que elas s�o as �nicas respons�veis pelos cuidados da casa e dos filhos. Consequentemente, elas sofrem mais de estresse, um agravante do diabetes".

Estilo de vida
O estudo tamb�m aponta que a doen�a metab�lica teve grande impacto na esperan�a de vida daqueles acometidos por ela quando est�o mais jovens. Geralmente, o diabetes surge na meia-idade e na velhice, mas vem se tornando comum em fases anteriores da vida. A an�lise mostra que pacientes com menos de 65 anos tiveram um risco 93% maior de morte precoce e viveram oito anos a menos do que indiv�duos da popula��o em geral na mesma faixa et�ria sem a doen�a. Em contraponto, os mais velhos, a partir dos 65 anos, perderam menos de dois anos de expectativa de vida.

"Essa maior incid�ncia est� relacionada ao estilo de vida. A popula��o tem diminu�do a pr�tica de atividade f�sica e a ades�o a uma alimenta��o mais saud�vel. Com o estresse da vida mais moderna, esses fatores t�m elevado o n�mero de pessoas com diabetes tipo 2", argumenta a endocrinologista Michele Borba, de Bras�lia.


Por�m, o maior impacto na mortalidade e na redu��o da expectativa de vida esteve ligado ao tabagismo. Pessoas com diabetes tipo 2 fumantes foram 2,5 vezes mais propensas a morrerem prematuramente durante a d�cada analisada. Indiv�duos com esse perfil viveram, em m�dia, 10 anos a menos do que a popula��o em geral - a taxa foi de tr�s anos a menos para n�o fumantes e ex-fumantes com diabetes.

Os n�meros se agravam se o tabagista for uma mulher diagnosticada antes dos 65 anos com diabetes: um risco 3,75 vezes maior de morrer de forma precoce, al�m de viver 15 anos a menos do que uma adulta sem diabetes da mesma idade. "O consumo de cigarro � mais um item que se soma e potencializa a resposta inflamat�ria", esclarece Borba.

Para reduzir a maior suscetibilidade, a ades�o ao tratamento o quanto antes far� diferen�a na qualidade e na expectativa de vida. Uma vez que se tem a doen�a estabelecida, � fundamental saber como evitar a sua evolu��o, afirmam os especialistas. "Em primeiro lugar, se o diab�tico estiver com excesso de peso, precisa ser controlado. Tamb�m tem que diminuir o estresse no trabalho fora e dentro de casa, tentar levar uma vida mais tranquila. Se for sedent�rio, � necess�rio que comece a fazer exerc�cio f�sico", indica Chacra.

Covid eleva diagn�sticos

O risco maior de desenvolver diabetes tipo 1 em crian�as pode estar associado � infec��o pelo coronav�rus. Em estudo publicado na revista Jama Network Open, pesquisadores da Case Western Reserve University School of Medicine afirmam que menores de 18 anos que tiveram covid foram mais propensos a desenvolver a doen�a nos seis meses posteriores � recupera��o. Os resultados mostraram um aumento de 72% de novos diagn�sticos. "Isso ocorre, principalmente, porque as defesas imunol�gicas do corpo atacam as c�lulas que produzem insulina, interrompendo a produ��o e causando a doen�a", explicam, em nota, os autores do estudo.

*Estagi�ria sob a supervis�o de Carmen Souza  


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