
A popula��o brasileira est� aumentando sua longevidade: a m�dia de anos vividos atualmente � de 72,5 anos, sendo que as mulheres vivem, em m�dia, 76 anos e os homens, 69 anos. Mas um dos grandes desafios atuais � viver mais, por�m com melhor n�vel de sa�de. Doen�as como diabetes, hipertens�o e obesidade t�m levado a um n�mero cada vez maior de idosos com doen�as cr�nicas. Dados do Minist�rio da Sa�de apontam que 70% dos idosos no Brasil possuem algum tipo de comorbidade. E entre os �rg�os mais prejudicados com a idade avan�ada est�o os rins, que levam hoje cerca de 150 mil pessoas a fazerem di�lise anualmente, sendo 35,6% dessas pessoas acima dos 65 anos.
No dia 1º de outubro - quando se celebra o Dia do Idoso, pois foi nessa data que ocorreu a aprova��o do Estatuto do Idoso, em 2003 - as institui��es est�o em campanha para alertar o qu�o importante � cuidar da sa�de ao longo de toda vida e intensificar os cuidados quando a idade avan�a para envelhecer com mais qualidade de vida.
“Os pediatras recomendam a restri��o de a��car, sal e gordura para crian�as e o ideal � que esse h�bito se estenda por toda a vida. � uma pena que � medida que envelhecem, os adultos nem sempre seguem esses h�bitos mais saud�veis. Um ponto importante para os idosos � a ingest�o de �gua. Eles desidratam-se facilmente porque possuem reserva h�drica menor, al�m de n�o sentirem sede e, consequentemente, beberem pouca �gua. Segundo a nefrologista Zita Maria Leme Brito, diretora m�dica do Centro de Nefrologia e Di�lise Fresenius 9 de Julho, a desidrata��o do idoso acontece muito rapidamente. “Eles n�o precisam de grandes perdas, como diarreias, v�mitos ou exposi��o intensa ao sol, para apresentarem um quadro severo por falta de hidrata��o. O ideal � que a ingest�o de l�quidos aconte�a a cada duas horas. Outro fator de risco que deve ser evitado � a automedica��o, principalmente o uso de anti-inflamat�rios, que t�m efeito delet�rio aos rins, principalmente no idoso”.
A partir dos 40 anos, os rins j� come�am a envelhecer. "Quando um idoso chega a perder a sa�de renal, por exemplo, se tornando um portador de doen�a renal cr�nica, nosso trabalho tamb�m � muito voltado � retomada das medidas preventivas: se alimentar bem, praticar atividades f�sicas, ter atividades de lazer e socializa��o que possam ajudar a controlar a sa�de mental e o estresse. Muitos idosos conseguem controlar a progress�o da doen�a renal apenas cuidando melhor da dieta, tomando rem�dios e se exercitando. Uma parcela bem menor chega � fase cinco da doen�a renal, que � quando os rins perdem at� 85% da capacidade funcional. Tentamos muito evitar que isso ocorra porque os rins s�o �rg�os muito importantes na vida do idoso. Quando o rim n�o funciona bem, surgem transtornos relacionados a incapacidade de filtragem do sangue, e tamb�m a anemia, pela redu��o da produ��o de eritropoetina, um horm�nio fabricado pelo rim saud�vel, que estimula a medula a produzir os gl�bulos vermelhos”, explica a especialista.
O f�sico paulista Francisco Tadeu Degasperi, de 66 anos, come�ou a fazer hemodi�lise h� cerca de cinco anos no Centro de Nefrologia e Di�lise Fresenius 9 de Julho. Com hist�rico de taxas altas de creatinina, ele perdeu a fun��o renal ap�s um acidente automobil�stico no final de 2016. Em 2020, chegou a ficar entubado por meses, com Covid, mas com boa sa�de e acompanhamento, sempre supera suas lutas.
As quatro sess�es semanais do procedimento n�o s�o empecilho para uma vida ativa e produtiva. “A hemodi�lise n�o atrapalha minha vida em praticamente nada. Trabalho e muito no laborat�rio de pesquisas da Faculdade de Tecnologia de S�o Paulo. L� procuro caminhar todos os dias e consigo at� fazer viagens curtas, desde que n�o fique muito tempo fora. Para isso, fa�o di�lise em tr�nsito, que � passar um per�odo em outra cl�nica”, ressalta.
Nefrogeriatria integrada � equipe multidisciplinar
Por conta de todos os cuidados que os idosos exigem, a m�dica Zita Maria lembra que o apoio multidisciplinar tamb�m � essencial para a vida dos idosos. “Al�m do acompanhamento nefrol�gico, � necess�rio ter o apoio de nutricionistas, fisioterapeutas e psic�logos, al�m da manuten��o dos exames de rotina, para garantir o bem-estar do idoso por completo. Na Cl�nica Fresenius 9 de Julho, oferecemos cuidado m�dico duplo, com acompanhamento nefrogeri�trico, por entendermos que o idoso pede cuidados extras no presente para avaliar riscos e problemas futuros. Esse profissional observa mem�ria, mobilidade, rela��es sociais, sentidos, humor, alimenta��o, sono, sexualidade e presen�a de fragilidades. Tudo isso para desenvolver um plano terap�utico individual para cada paciente idoso dentro de seus valores e contextos pessoais e familiares”, explica. Al�m disso, a intera��o do nefrogeriatra com o geriatra que acompanha normalmente o paciente � fundamental.