(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas C�NCER

Estatinas mostram potencial para prevenir desenvolvimento de c�ncer renal

F�rmaco desenvolvido para combater o colesterol mostra potencial de prevenir novos casos e reduzir a recorr�ncia da doen�a


16/08/2022 10:58
683

Comprimidos
(foto: Steven Depolo/Divulga��o)

O c�ncer de rim est� entre os 14 mais incidentes no mundo. De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), em 2020 foram mais de 400 mil diagn�sticos e 170 mil mortes por carcinoma de c�lulas renais claras (CCR), o tipo mais comum. No mesmo per�odo, no Brasil, foram registrados 12 mil casos.

Atualmente, os tratamentos dispon�veis incluem terapia-alvo e imunoterapia, mas os pacientes podem, no futuro, receber o refor�o de um medicamento comum. Trata-se da estatina, f�rmaco tradicionalmente utilizado para controle de colesterol, e que, de acordo com um grupo internacional de pesquisadores, incluindo um oncologista de Bras�lia, pode ajudar na recupera��o e preven��o do tumor renal.

O estudo, publicado recentemente na revista Critical Reviews in Oncology/Hematology, recapitula pesquisas anteriores que conclu�ram que as estatinas podem reduzir o risco de c�ncer de rim em pessoas que nunca tiveram a doen�a, al�m de diminuir a probabilidade de uma recidiva em pacientes que foram operados. Trata-se, por�m, de um trabalho observacional, que n�o tra�a uma rela��o de causa e efeito.

Leia tamb�m: Alergias: os h�bitos que podem ajudar a prevenir

Os artigos revisados tamb�m demonstraram que as estatinas t�m potenciais propriedades preventivas para alguns tumores s�lidos. Al�m disso, os indiv�duos que tomam a medica��o a longo prazo apresentam menor grau de evolu��o do c�ncer renal no momento do diagn�stico e redu��o da recorr�ncia e/ou mortalidade espec�fica desta doen�a.

Inflama��o


A estatina foi descoberta na d�cada de 1970 e � um medicamento mundialmente empregado na diminui��o de colesterol para evitar riscos cardiovasculares, como derrame e infarto. Segundo Fernando Sabino, oncologista cl�nico do Hospital Santa L�cia e um dos autores do estudo, a popula��o tem vivido mais com o uso dessas subst�ncias.

� importante destacar que o rem�dio n�o age diretamente na c�lula do tumor. Ele funciona como redutor de estresse inflamat�rio e de excesso de radicais livres, fatores que podem desencadear o c�ncer no organismo. De acordo com o m�dico, o sobrepeso, por exemplo, � uma condi��o que oferece predisposi��o � doen�a: "Isso acontece porque essas pessoas t�m mais radicais livres no corpo e excesso de estresse inflamat�rio. O uso da estatina pode ajudar esse grupo na preven��o".

Nos �ltimos anos, o uso de medicamentos para carcinoma de c�lulas renais avan�ado tornou-se um foco importante para uro-oncologistas e oncologistas m�dicos, que buscam identificar potenciais efeitos sin�rgicos que aumentariam a sobrevida dos pacientes. O estudo revisional escolheu focar no c�ncer de rim, por�m, conforme explica Sabino, atualmente est�o em andamento mais de 200 pesquisas que investigam o uso do anticolesterol no tratamento e preven��o da doen�a em diversos �rg�os, como pr�stata, ov�rio e mamas.

A estatina � sondada como complemento dos tratamentos atuais, aplicada conjuntamente com terapia-alvo e imunoterapia. Isolado, o medicamento tamb�m pode ser uma alternativa para preven��o do c�ncer de rim em pessoas mais propensas a desenvolv�-lo. O problema renal � mais frequente em homens na faixa et�ria de 50 a 70 anos, atingindo principalmente quem tem hist�rico familiar de doen�as nos rins, hipertensos, fumantes e pessoas com sobrepeso. "Essa � uma oportunidade de utilizar um medicamento barato, acess�vel e popularmente conhecido para potencializar os tratamentos de c�ncer", destaca o pesquisador.

O trabalho � o primeiro de revis�o para c�ncer de rim, baseado em testes pr�-cl�nicos utilizando plasmas sangu�neos e ratos. "Esse � um estudo gerador de hip�tese, que pode fortalecer os j� existentes ou impulsionar o in�cio de pesquisas nessa �rea", afirma Sabino.

Confirma��o


Segundo Daniel Girardi, oncologista cl�nico do Hospital S�rio-Lib�nes de Bras�lia, a estatina � uma medica��o com potencialidade de efici�ncia, mas esse estudo de revis�o ainda n�o � conclusivo. "Apesar de ser interessante, n�o d� para confirmar com certeza que a estatina tem essa utilidade. N�o h� ainda uma consist�ncia na literatura m�dica, e � necess�rio provar esses benef�cios por meio de testes cl�nicos", explica.

Girardi tamb�m alerta que a estatina, como qualquer outro medicamento, pode ter efeitos colaterais e que s� deve ser consumida com prescri��o m�dica. "Esse estudo n�o permite concluir que os pacientes de c�ncer de rim podem ir em uma farm�cia comprar estatina sem recomenda��es de um profissional especializado. N�o estamos nesse momento ainda."

A estatina tem efeito protetor cardiovascular e talvez um efeito protetor antitumoral, que precisa de aprofundamento em outros estudos, concorda Fernando Sabino. Ainda � necess�rio comprovar este benef�cio, que se mostra poss�vel pela ampla pesquisa observacional do grupo de oncologistas, argumenta. Segundo ele, como evolu��o cient�fica, a pesquisa abre portas para futura valida��o e uso das estatinas como mais uma alternativa no tratamento e preven��o do c�ncer de rim. "Espera-se que a comunidade cient�fica tenha interesse neste assunto. Quem sabe, no futuro, esses medicamentos possam ser investigados em estudos grandes e ensaios cl�nicos randomizados", prev� Sabino.

*Estagi�ria sob supervis�o de Carmen Souza


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)