
A quiropraxia � uma profiss�o da �rea da sa�de que se dedica � preven��o, ao diagn�stico e ao tratamento de dores e problemas do sistema neuro-musculoesquel�tico atrav�s do uso das m�os e de aparelhos espec�ficos. Assim como a odontologia e a fisioterapia, por exemplo, a quiropraxia tamb�m � uma gradua��o, com dura��o de cinco anos, reconhecida pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
A palavra quiropraxia vem do grego “quiro” = m�os e “praxis” = praticar, e trabalha principalmente a coluna vertebral, pois � ela quem envolve e protege parte do sistema nervoso central, respons�vel por controlar e regular toda a fun��o corporal. Trata-se de uma pr�tica muito antiga, com relatos de que Hip�crates, considerado o Pai da Medicina (460 a.C. a 377 a.C) a exerceu, inclusive deixando manuscritos com considera��es que apontam as inconsist�ncias na coluna vertebral como causadora de dores e doen�as.

Entretanto, foi apenas em 1987, com a evolu��o dos estudos sobre o assunto, que o pesquisador norte-americano Daniel David Palmer fundou a primeira escola voltada para a quiropraxia. DD Palmer era um investigador cient�fico que acreditava que o corpo tinha uma ampla oferta de energia de cura natural transmitida pelo sistema nervoso. Se um �nico �rg�o estava doente, provavelmente ele n�o estava recebendo o seu suprimento nervoso normal, o que o levou � premissa de desalinhamento espinal ou subluxa��o das v�rtebras.

De acordo com Beatriz Esteves, quiropraxista graduada e propriet�ria da cl�nica Quiropraxia BH (QBH), subluxa��o vertebral � o termo que se aplica a uma v�rtebra que perdeu sua posi��o e/ou fun��o normal em rela��o �s v�rtebras vizinhas, gerando uma disfun��o mec�nica. Isso interfere diretamente no funcionamento normal do sistema nervoso, acelerando tamb�m o desgaste dos m�sculos, dos ligamentos, dos discos e das articula��es ao redor.

“A quiropraxia, portanto, � um trabalho que vai lapidar e moldar a coluna por meio de m�todos eficazes para corrigir essas subluxa��es. O ajustamento articular � o principal procedimento realizado, geralmente acompanhado de libera��o miofascial, orienta��o postural, de exerc�cios e mudan�as no estilo de vida”, explica Beatriz.
Dito isso, a especialista chama a aten��o para a import�ncia de escolher um profissional devidamente qualificado, para que ele saiba detectar o que est� errado e qual a melhor maneira de corrigir o problema. “Com o uso das m�os e desses aparelhos, n�s conseguimos identificar quais v�rtebras est�o mal posicionadas, comprimindo a raiz do nervo, e depois corrigi-las. Dessa forma, tratamos a raiz do problema, sem mascar�-lo.”
Origem mec�nica
De acordo com a especialista, � muito recorrente pacientes que dizem que j� tentaram diferentes maneiras de tratar o problema, mas que ele sempre acaba voltando. Por isso, ela destaca que as pessoas precisam entender que a dor � de origem mec�nica. “Eu costumo brincar que o corpo pode ser comparado a um carro. Assim como o carro precisa de alinhamento e balanceamento, a coluna vertebral tamb�m precisa.”
E n�o existe m�gica. Beatriz deixa claro que alguns pacientes podem at� melhorar de primeira, mas que � raro, e o tratamento requer const�ncia e determina��o. Notando os benef�cios da pr�tica, ela afirma que muitos pacientes continuam o tratamento como forma de manuten��o e preven��o.
“Tenho pacientes que costumam brincar que v�m pela dor e ficam pelo amor, mas vale lembrar que tudo que estamos come�ando a praticar demanda ritmo e frequ�ncia. � preciso desprogramar, reprogramar, estabilizar e acompanhar, ou seja, reeducar o corpo. Sendo assim, o paciente iniciante vai precisar de uma const�ncia maior do que pacientes que j� est�o h� mais tempo fazendo a quiropraxia. Atendo pessoas que v�m de dois em dois meses, a cada semana, e at� duas vezes por ano, tudo vai depender da avalia��o do profissional sobre a necessidade de cada um”, afirma Esteves.
M�todo � para todos, mas tratamento � individual
A quiropraxia n�o serve apenas para tratar a dor, ela tamb�m ajuda a diminuir a tens�o muscular, a melhorar o fluxo sangu�neo e traz uma sensa��o de relaxamento e bem-estar. Sendo assim, todos podem procurar a t�cnica, desde que o profissional estude cada caso e busque o que � melhor para cada paciente, individualmente. “Por exemplo, uma pessoa com osteoporose pode fazer quiropraxia, desde que seja feito com cautela. As contraindica��es s�o relativas e mudam de pessoa para pessoa. Eu atendo desde rec�m-nascidos at� indiv�duos com mais de 90 anos, e � preciso adequar as t�cnicas a cada tipo de queixa”, declara a profissional.
Para Beatriz, o ideal � que, assim como vamos ao dentista fazer manuten��o de tempos em tempos, tamb�m fiz�ssemos a manuten��o e a preven��o do funcionamento da coluna vertebral com um quiropraxista. Ao reposicionar a coluna, a especialista explica que liberamos a raiz dos nervos, o que potencializa todo o sistema nervoso, trazendo incont�veis benef�cios ao paciente.
“Essa t�cnica ajuda desde pacientes com dores, postura errada at� pacientes com problemas de intestino, por exemplo. Ela � uma �rea ampla e isso acontece porque ela trabalha a nossa coluna vertebral – que protege o que temos de mais precioso para o comando do corpo, o sistema nervoso central – realinhando e balanceando todo o funcionamento do nosso organismo”, esclarece a quiropraxista.
“Muitos pacientes tamb�m percebem uma melhora na mobilidade articular, principalmente os mais idosos. Isso acontece, porque conseguimos restaurar e impedir o avan�o r�pido da m� postura, da cifose e da corcunda. Ajuda a melhorar a flexibilidade e o equil�brio, duas coisas extremamente importantes para se ter uma boa qualidade de vida, possibilitando � pessoa fazer atividades di�rias simples, como amarrar um sapato sozinha”, completa a profissional.
H�RNIA DE DISCO
O casal Soraya Heininger, de 56 anos, e Walter Heininger, de 67, est� muito satisfeito com os benef�cios da quiropraxia ao organismo. Soraya explica que o marido tinha muitas dores na coluna devido a uma h�rnia de disco e, por indica��o de uma amiga m�dica, buscaram a quiropraxia. Percebendo a melhora de Walter, Soraya tamb�m resolveu experimentar. Donos da empresa Elf Design, os dois passam bastante tempo em frente ao computador.
“Eu tamb�m tinha algumas dores e resolvi tentar. No in�cio, n�s t�nhamos um protocolo semanal. � medida que fomos melhorando, o protocolo se tornou quinzenal e agora mensal, mais para uma manuten��o do corpo. O resultado � fant�stico, podem acreditar”, afirma Soraya. A designer de interiores comenta que o marido precisou passar por algumas situa��es desagrad�veis antes do tratamento. “Ele travava e sentia muitas dores, j� aconteceu at� quando est�vamos visitando nossa filha na Alemanha. A quiropraxia ajudou a realinhar a estrutura corporal do meu marido.”
De acordo com Soraya, � como se o procedimento tirasse um “peso” do seu corpo, fazendo voc� se sentir mais leve. “H� mais ou menos um m�s que n�s n�o �amos ver Beatriz. Chegando l�, ela me estalou toda. Meu corpo devia estar muito fora do lugar. Tanto que, alguns dias depois, fiquei um pouco mal, com algumas dores ao longo do corpo”, declara Soraya.
A profissional explica que isso � normal. Quando o corpo est� muito desalinhado, depois da sess�o � comum sentir algumas dores e desconfortos, porque � o m�sculo fazendo for�a contr�ria para voltar � “posi��o de conforto”. A posi��o de conforto, ou posi��o acomodada, muitas vezes n�o � a adequada. Por isso, � preciso const�ncia no tratamento para poder quebrar o ritmo da musculatura, que estava trabalhando de forma errada.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Ellen Cristie.