Dados demogr�ficos mostram que, assim como muitos pa�ses do mundo, a popula��o brasileira est� envelhecendo, com o aumento do n�mero de idosos e diminui��o da propor��o de jovens. Esse novo perfil populacional impacta nas pol�ticas de sa�de p�blica, j� que muitas doen�as antes despercebidas passam a se tornar mais comuns. Uma delas � a estenose a�rtica, decorrente da degenera��o e calcifica��o da v�lvula a�rtica, dificultando a sa�da do sangue do cora��o para a aorta, prejudicando a circula��o sangu�nea.
Seus sintomas s�o principalmente cansa�o, desmaios, press�o ou dor no peito e arritmia card�aca, podendo tamb�m se manifestar com morte s�bita. Uma acentuada perda da qualidade de vida do paciente � comum, pela evolu��o de um quadro permanente de cansa�o, fadiga e falta de ar. Entre os idosos acima dos 75 anos de idade - cerca de 1,5 milh�o de brasileiros - a estenose a�rtica atinge em torno de 5% no mundo, sendo uma doen�a que, al�m de debilitar o paciente, sobrecarrega sua fam�lia e o sistema p�blico de sa�de. O idoso deixa de trabalhar, de se exercitar, de conviver socialmente e se torna dependente, com todas as implica��es decorrentes disso.
Atualmente os casos estenose a�rtica grave sintom�tica s�o tratados com cirurgias convencionais, ou seja, aquelas chamadas de peito aberto, com longos prazos de interna��o, convalesc�ncia e de recupera��o. Mas por ser uma doen�a que atinge em sua grande maioria idosos, estima-se que at� um ter�o deles n�o podem ser operados por conta do grande risco de complica��es e de mortalidade e, assim, sofrem com deteriora��o de sua vida sofrendo com os sintomas limitantes.
� nesse contexto que o Minist�rio da Sa�de publicou a portaria GM/MS No 3.904, no �ltimo dia 1º de novembro, no dia 3/11 no DOU, disponibilizando uma nova t�cnica percut�nea minimamente invasiva para o tratamento da estenose a�rtica: o Implante Percut�neo de Biopr�tese ValvarA�rtica, mais conhecido como TAVI (do ingl�s Transcatheter Aortic Valve Implantation) no SUS.
Esse procedimento foi realizado pela primeira vez em 2002, na Fran�a, e permite a substitui��o da v�lvula nativa por meio de um procedimento via cateter, que � introduzido por um acesso vascular arterial geralmente na virilha do paciente, � semelhan�a de uma angioplastia com implante de stent coron�rio. Caracter�stica que o torna r�pido e mais seguro para idosos, com impacto social para a fam�lia e potencialmente para o sistema p�blico de sa�de.
Leia tamb�m: Aplicativo ajuda no tratamento da incontin�ncia urin�ria
Apesar de j� estar liberada no Brasil h� 15 anos, a t�cnica somente estava dispon�vel na rede privada de sa�de. Em 2021 entrou no rol de cobertura dos planos de sa�de e agora, em 2022, � a vez de ser disponibilizada no SUS. No longo per�odo desde sua libera��o, a cardiologia brasileira realizou um importante trabalho de especializa��o e de capacita��o para a TAVI, liderado pela Sociedade Brasileira de Hemodin�mica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), atrav�s da realiza��o de debates, simp�sios, treinamentos e cursos.
"Hoje, os cardiologistas intervencionistas brasileiros est�o entre os especialistas mais capacitados e reconhecidos no mundo para a implanta��o da TAVI, t�cnica que acompanha a tend�ncia moderna de tratamentos menos invasivos, com foco na seguran�a e na qualidade de vida do paciente no p�s-procedimento", afirma o presidente da SBHCI, Ricardo Costa.