Dia Mundial do Diabetes: � poss�vel consumir carboidrato, mas com cuidado

Dados do Atlas do Diabetes apontam que o n�mero de diab�ticos no mundo pode chegar a 578 milh�es em 2030. A estimativa representa um aumento de 115 milh�es de pessoas com a doen�a nos pr�ximos 10 anos. Em quinto lugar no ranking com maior incid�ncia, o Brasil fica atr�s somente da China, �ndia, Estados Unidos e Paquist�o. S�o mais de 16 milh�es de brasileiros diab�ticos entre 20 e 79 anos, o que representa 7% da popula��o.

Apenas no ano passado, o problema foi respons�vel por mais de 214 mil mortes e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) n�o prev� um futuro otimista: o n�mero de casos de pessoas com a doen�a pode aumentar em consequ�ncia da pandemia, que provocou maior dificuldade no acesso � alimenta��o saud�vel e menores �ndices de atividade f�sica. Lembrado neste 14 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes busca a conscientiza��o da sociedade para a doen�a e para a necessidade de preven��o, diagn�stico e gest�o.

Cabe destacar que existem diferentes tipos de diabetes e duas pessoas acometidas por essa condi��o n�o necessariamente ter�o o mesmo tipo e quadro cl�nico da doen�a.

H� uma recomenda��o universal de como se alimentar?

Portanto, n�o existe uma recomenda��o universal de como se alimentar. A nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo, d� dicas e esclarece quem tem d�vida sobre a escolha do melhor card�pio.

Caracterizada pela produ��o insuficiente ou m� absor��o de insulina, o diabetes pode elevar as taxas de glicemia (concentra��o de a��car no sangue), causando inflama��es nos vasos sangu�neos do corpo e problemas em �rg�os nobres, como o cora��o e os rins. O diabetes tipo 2 est� relacionado com excesso de peso, devido �s altera��es metab�licas. Por isso, a perda de peso � fundamental para o controle da glicemia e melhora das varia��es do metabolismo.

Leia tamb�m:  Especialistas desmistificam a frutose das frutas.

Dados de um estudo da Mads Thomsen este ano apontam que dietas com d�ficit cal�rico, que auxiliam na perda de peso, boas quantidades de alimentos fontes de fibras, carboidratos de baixo �ndice glic�mico, controle na ingest�o de gorduras e um card�pio di�rio com 10% a 20% do valor cal�rico total proveniente de prote�na t�m sido a abordagem diet�tica recomendada para o controle da doen�a.

E Associa��o Americana de Diabetes (ADA) concluiu recentemente que a restri��o de carboidratos tamb�m pode ser uma estrat�gia para auxiliar no quadro cl�nico.

O principal grupo alimentar que o diab�tico precisa ter aten��o com a quantidade e a qualidade � o carboidrato. Isso porque a quebra do carboidrato leva � glicose, que � o componente no sangue que altera os n�veis de glicemia e estimula a libera��o de insulina.

Altos n�veis de glicemia e insulina - tamb�m conhecidos como hiperglicemia e hiperinsulinemia - s�o prejudiciais para a sa�de, pois acarretam uma s�rie de altera��es no metabolismo, favorecendo o ac�mulo de gordura, disfun��es em circula��o, preju�zos na vis�o e altera��es na cicatriza��o. 

“De acordo com v�rios estudos cient�ficos j� publicados, os carboidratos mais adequados s�o os complexos e naturalmente presentes nos alimentos em si, como aveia, quinoa, arroz integral, mandioca, mandioquinha, banana, morango, laranja etc. Mas � preciso ter aten��o com a quantidade”, explica a nutricionista Adriana Zanardo.  

Leia tamb�m:  Ado�antes naturais de frutas c�tricas podem substituir o a��car; entenda.

O a��car tem carboidrato simples, que � absorvido pelo corpo de forma r�pida, ocasionando picos na glicemia justamente por essa rapidez caracter�stica. Esse pico faz com que o corpo tenha que liberar grandes quantidades de insulina de uma vez, podendo levar ao quadro de hipoglicemia pelo efeito rebote.

“Prepara��es e produtos com farinhas refinadas tamb�m podem causar o mesmo efeito”, complementa. “Apesar de o carboidrato influenciar diretamente a glicemia depois da refei��o, os alimentos que cont�m o nutriente s�o tamb�m fontes de energia, fibras, vitaminas e minerais. Ent�o, n�o precisamos falar em exclus�o dos carboidratos, basta selecionar cuidadosamente quais fontes de carboidratos voc� ir� ingerir e suas quantidades”, finaliza a nutricionista.

“O estilo de vida considerado n�o saud�vel faz parte das causas do desenvolvimento da doen�a, por isso a alimenta��o tem um papel t�o importante na preven��o e no tratamento. O consumo excessivo de a��cares e outros carboidratos simples, como a��car de milho, glucose de milho, sacarose e farinha refinada podem levar a altera��es no metabolismo da glicemia e da insulina, favorecendo disfun��es pancre�ticas, �rg�o que produz e libera o horm�nio”, explica Adriana Zanardo.

Al�m disso, � comum que prepara��es e produtos com os ingredientes acima tamb�m venham acompanhados de excesso de gorduras mal�ficas para a sa�de, aditivos e outros componentes que podem prejudicar a microbiota intestinal, assim como a absor��o dos nutrientes.

Toda pessoa com diabetes deve ter um plano alimentar individualizado, adaptado �s suas condi��es de vida e equilibrado em quantidade e qualidade. Todavia, Adriana Zanardo listou  recomenda��es gerais para um indiv�duo com diabetes controlada e sem outros problemas de sa�de agudos. 

1 - Consuma, pelo menos, ¼ do prato de alimentos folhosos (alface, r�cula, agri�o, repolho, couve, espinafre etc.) e ¼ do prato de legumes ricos em �gua (abobrinha, br�colis, couve flor, tomate, pepino, chuchu etc.) no almo�o e no jantar. "� importante que metade do prato, pelo menos duas vezes ao dia, tenha hortali�as, garantindo o bom consumo de fibras e reduzindo a velocidade de absor��o do carboidrato, sem contar a absor��o de vitaminas e minerais. Vale complementar a salada com sementes (ab�bora, girassol, gergelim, chia e linha�a) para aumentar a quantidade de �mega-3 de origem vegetal". 

2 - Ao consumir frutas, combine-as com outros alimentos fontes de fibras, prote�na e/ou gordura boa para que o carboidrato presente na fruta n�o seja absorvido de uma vez, elevando a glicemia. "Por exemplo, combine as frutas com aveia ou iogurte natural ou, ainda, mix de oleaginosas assadas e sem sal". 

3 - Priorize a comida de verdade no seu dia a dia "e, ao consumir produtos embalados, prefira op��es livres de a��cares, com ado�antes naturais, com farinhas integrais com boas quantidades de fibras e sem aditivos."

5 - Pratique atividade f�sica, tanto exerc�cio de for�a como aer�bico. "O papel da atividade f�sica no tratamento e combate ao diabetes � fundamental. Sabe-se que o diabetes � causado pela produ��o insuficiente ou pela m� absor��o de insulina. A atividade f�sica aumenta a sensibilidade � insulina nas c�lulas do corpo. Em outras palavras, quando uma pessoa se exercita, � preciso menos insulina para manter os n�veis de a��car no sangue sob controle.

6 - Atente-se para os tamanhos das por��es: "n�o � porque n�o tem a��car, que pode ser consumido livremente. Leia a lista de ingredientes e prefira produtos com ado�antes naturais, livres de aditivos artificiais e, se for poss�vel, com gorduras ben�ficas para a sa�de".

A nutricionista avisa que "n�o existe nenhum alimento que podemos afirmar que pode se consumir livremente. Sempre � preciso avaliar o contexto, o estilo de vida, o indiv�duo em si. Porque o que para um pode ser muito, para o outro pode ser muito pouco”. Portanto, Adrinana Zanardo alerta que o ajuste da alimenta��o, a pr�tica de atividade f�sica e a regula��o do sono fazem parte dos pilares de tratamento da doen�a.