
Nas �ltimos dias, o aumento nos testes positivos para COVID em laborat�rios particulares e farm�cias levou epidemiologistas a alertarem para uma nova onda da doen�a no pa�s. Ao mesmo tempo, houve a identifica��o de uma nova variante do coronav�rus, chamada de BQ.1, no Rio de Janeiro.
Segundo especialista, a cepa tem escape maior da prote��o das vacinas. Mesmo assim, a vacina��o tem mostrado prote��o contra casos graves.
De 47 pacientes internados no Rio de Janeiro no in�cio de novembro, 92% n�o tinham tomado a dose de refor�o ou nenhuma outra dose da vacina.
Na �ltima semana, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que "ainda n�o � poss�vel afirmar que esse crescimento [da covid em quatro Estados] esteja relacionado especificamente com as identifica��es recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns locais do pa�s".
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Entre os motivos para o atual cen�rio, al�m de entrada de novas cepas, especialistas mencionam a poss�vel queda na imunidade ap�s muitos meses da aplica��o das doses.
Eles tamb�m citam a flexibiliza��o das medidas de prote��o, como uso de m�scaras em ambientes fechados e nos transportes p�blicos, assim como os dias mais frios em parte do pa�s, quando as pessoas tendem a ficar mais em locais fechados.
No segundo semestre, as primeiras vacinas atualizadas contra a COVID-19, que oferecem uma maior prote��o contra as variantes mais recentes do coronav�rus, come�aram a ser aprovadas nos Estados Unidos, Canad�, Uni�o Europeia e Reino Unido.
N�o h�, por�m, previs�o oficial de quando elas devem chegar ao Brasil e entrar na campanha de imuniza��o do pa�s.
E os outros v�rus?
Especialistas tamb�m t�m alertado para um fen�meno que chamam de "tripledemia": tr�s epidemias que coexistem e voltaram a lotar hospitais, especialmente infantis, em v�rias partes do continente americano.
Al�m do v�rus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, comp�em esse "combo triplo": o v�rus Influenza A, com duas variantes diferentes que causam a chamada gripe su�na; e o v�rus sincicial respirat�rio (VSR), uma das infec��es mais comuns em beb�s, que causa bronquiolite e pneumonia.
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Essa nova onda de v�rus respirat�rios voltou a lotar as alas pedi�tricas de hospitais em alguns pa�ses.

De acordo com a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), os mais afetados na regi�o s�o os Estados Unidos, no hemisf�rio norte, e pa�ses como Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, no hemisf�rio sul.
� poss�vel se proteger e minimizar os danos individuais e coletivos neste momento?
Existem pelo menos cinco medidas que diminuem o risco de infec��o, de desenvolver as formas graves da doen�a ou ao menos evitam a transmiss�o do v�rus para outras pessoas. Elas incluem vacina��o em dia e uso de m�scaras em determinadas situa��es, entre outras. Confira:
1. Vacina��o em dia
A vacina contra a COVID-19 n�o impede a infec��o pelo coronav�rus, ainda mais com a circula��o das novas variantes. Mas � consenso entre os especialistas da �rea que as doses do imunizante s�o primordiais para diminuir a gravidade do quadro.
Ou seja: estar com o esquema vacinal em dia pode at� n�o evitar que voc� pegue o v�rus, mas na maioria das vezes torna a infec��o mais branda, sem necessidade de interna��o ou do uso de rem�dios anti-inflamat�rios e de m�quinas para a oxigena��o do organismo.

A quantidade de doses preconizadas varia de acordo com cada faixa et�ria ou condi��o de sa�de. Essas recomenda��es, ali�s, s�o atualizadas constantemente pelas autoridades em sa�de, conforme surgem novas evid�ncias cient�ficas sobre a melhor maneira de manter a prote��o atualizada em cada grupo.
Em novembro, o Minist�rio da Sa�de refor�ou "a import�ncia de voltar ao posto de vacina��o e completar essa etapa do ciclo vacinal, aumentando a imunidade contra a doen�a" e disse que, segundo estudos, "a estrat�gia de refor�ar o calend�rio vacinal contra o coronav�rus aumenta em mais de cinco vezes a imunidade".
A primeira dose de refor�o deve ser aplicada quatro meses depois da segunda dose ou dose �nica, segundo a pasta.
No momento, a segunda dose de refor�o � recomendada pelo Minist�rio da Sa�de para a popula��o acima de 40 anos. As vacinas da Pfizer, Astrazeneca ou Janssen devem ser utilizadas nessas etapas.
Tamb�m � importante ficar atento ao calend�rio espec�fico de onde voc� mora, pois podem acontecer varia��es. Na d�vida, procure o posto de vacina��o mais pr�ximo de sua casa para receber orienta��es personalizadas.
2. Usar m�scaras em lugares fechados
Ao longo do primeiro semestre de 2022, munic�pios, Estados e o pr�prio Governo Federal promoveram uma s�rie de mudan�as nas regulamenta��es que foram criadas ao longo da pandemia para conter os n�meros de casos, hospitaliza��es e mortes por COVID.
O principal s�mbolo disso foi a libera��o das m�scaras, que deixaram de ser obrigat�rias na maioria dos lugares, inclusive em estabelecimentos fechados ou onde h� aglomera��o.
Algumas cidades chegaram a voltar a obrigar ou recomendar o uso do equipamento de prote��o em momentos de piora, mas, de forma geral, as m�scaras n�o vinham sendo sido exigidas.
No cen�rio atual, especialistas recomendam o uso de m�scara se voc� for para um lugar em que vai ter contato pr�ximo e prolongado com outros indiv�duos em locais com pouca ventila��o, como lojas, shoppings, escrit�rios, transporte p�blico e shows.
Se poss�vel, d� prefer�ncia aos modelos profissionais, como a PFF2 e a N95, e certifique-se que a pe�a se encaixa bem e veda todas as entradas e sa�das de ar nas bochechas, no queixo e na ma�� do rosto.


3. Ficar atento aos sintomas
Num cen�rio com alta transmiss�o, o risco de ter contato com o coronav�rus aumenta. Portanto, � importante ficar atento aos sinais t�picos da COVID-19. Os mais comuns s�o:
- Febre ou calafrios
- Tosse
- Dificuldade para respirar
- Fadiga
- Dor no corpo
- Dor de cabe�a
- Perda de olfato e paladar
- Dor de garganta
- Nariz entupido
- N�usea
- V�mito
- Diarreia
Se voc� est� com um ou mais desses sintomas, o primeiro passo � limitar o m�ximo poss�vel o contato com outras pessoas para diminuir o risco de transmitir o v�rus adiante. Depois, vale buscar o diagn�stico, sobre o qual falaremos no pr�ximo t�pico.
4. Fazer o teste
Como voc� pode conferir na lista acima, os sintomas da COVID se confundem muito com os inc�modos t�picos de outras doen�as, como a gripe e o resfriado.
Para ter certeza de que o agente causador do quadro � mesmo o coronav�rus, vale fazer um exame. Hoje em dia, � poss�vel encontrar nas farm�cias os testes r�pidos de ant�geno, que podem ser feitos em casa.
Outra op��o s�o os laborat�rios de an�lises cl�nicas, que oferecem n�o apenas o teste de ant�geno, mas tamb�m o RT-PCR, m�todo que traz resultados ainda mais confi�veis.

Nesse contexto, vale sempre buscar a orienta��o de um profissional de sa�de, que ajuda a interpretar os resultados e d� as orienta��es de tratamento mais adequadas de acordo com cada caso.
5. Seguir em isolamento se necess�rio
Se o teste tiver resultado negativo e mesmo assim os sintomas persistirem, vale seguir em isolamento por mais algum tempo at� se sentir melhor — voc� pode estar com resfriado ou gripe e h� o risco de transmitir esses v�rus para contatos pr�ximos.
Caso o resultado seja positivo, � importante ficar em casa e evitar o contato com outras pessoas na escola, no trabalho e em ocasi�es sociais por pelo menos cinco dias ou uma semana.
Se nesse meio tempo os sintomas da COVID piorarem, procure o hospital. Se melhorarem, tente repetir o teste (se poss�vel) e confira se houve alguma mudan�a no resultado.
O cuidado e o distanciamento devem ser ainda maiores se voc� tem contato com indiv�duos que possuem alto risco de desenvolver as formas graves da COVID, como idosos ou pacientes com o sistema imunol�gico comprometido.
Esse autoisolamento evita a cria��o de novas cadeias de transmiss�o do coronav�rus na comunidade — o que, em �ltima an�lise, pode representar um al�vio para a situa��o da COVID na sua regi�o ou at� no pa�s inteiro.
*Com reportagem de Andr� Biernath
-Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63637549